Beatriz Sage, São Paulo, 2000
A impulsividade é como uma bomba relógio. Se não souber desarmar, de nada adiantará o seu esforço.
A impulsividade é como uma arma perfeitamente engatilhada. Um disparo acidental e tudo vai para os ares.
A impulsividade é como uma mãe culpada e julgada, que fará o possível e o impossível para salvar seus filhos de si mesma. E foi isso o que aconteceu naquele fatídico Novembro de 1999.
Uma mãe preocupada, que por impulsividade tirou a própria vida a troco de nada, e ainda levou contigo a alma de um homem bom e eternamente amado.Eu sei que sou a última pessoa com direito de fala para classificar o Miguel Albuquerque, já que eu o amo e sempre o amarei. Ele tinha lá os seus defeitos, mas era perfeito para mim e seria um ótimo pai para o nosso pequeno Eduardo. Só que depois de tudo que houve, resolvi fazer uma homenagem a ele, chamando o nosso menino de Mark, assim ele carregaria sempre a inicial do pai e as minhas descendências Norte-Americanas.
Mas, a parte mais triste de toda essa história é ter que ocultar o passado.
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Nate Orvelhas, São Paulo, 2000
Após toda a catástrofe feita pela Lowe Dee em Novembro passado, fui obrigado a largar os médicos sem fronteiras e intervir no caso. Juntamente com os meus pais, os pais do Miguel e da Lowe, fizemos parecer que foi uma tentativa de suicídio coletivo, onde apenas a pequena Ana Carolina sobreviveu.
Pagamos a imprensa para não dar tanta atenção ao caso. Assim como, pagamos ao hospital para não divulgar informações sobre a biópsia e a causa da morte para nenhum investigador enxerido. Como também tivemos que dever favores a policiais, detetives e alguns políticos, só para consertar os erros impulsivos dela e não sujar a imagem de nossos sobrenomes.
Qualquer notícia com tom malicioso, poderia arruinar os negócios da família Dee e ainda levaria a minha família e a família Albuquerque à ruína.— O que faremos com a menina? — pergunta a senhora Dee, me tirando dos meus pensamentos longínquos.
Mesmo que já tenha se passado três meses dessa tragédia, minha mente ainda continua lá.
Pensando em como a minha filha estava trancada num cômodo sofrendo de chorar, e a mulher que eu tanto amei estava morta no outro cômodo junto do meu inimigo mortal. Sempre pensando em como a Beatriz foi forte de encarar toda aquela cena horrenda e cuidar da minha menina, enquanto eu voltava da Argentina.Não sei o que seria de mim e da Ana, se a Beatriz não tivesse ido para o apartamento procurar pelo Miguel.
— Nate? — a mesma voz me desperta — Está nos ouvindo?
— Sim, senhora Dee. — respondo, após um pequeno pigarro — Talvez, vocês possam cuidar dela, já que são os avós paternos. — disse olhando para os pais do Miguel.
— Não! — diz o pai do Miguel num tom rígido — Ela pode carregar nosso sobrenome, mas continua sendo a sua filha. Foi muito nobre da parte do Miguel registrar a menina, mas ela não é uma de nós e nunca será.
— E por carregar vosso sobrenome, que deveria estar sob os cuidados de vocês. Ela é a herdeira de tudo, vocês queiram ou não.
— Planejamos deserdar ela. — a senhora Albuquerque diz, enquanto toma um gole de vinho tinto — Já falamos com o advogado da família, nossa herança será destinada à caridade.
— Vocês não podem fazer isso! — intervém Beatriz, enquanto balança o seu filho nos braços — Mesmo que se odiassem, tudo o que o Miguel e a Lowe queriam era que a menina não ficasse desamparada. Então vocês não podem tirar o que eles morreram discutindo.

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Truth Or Lie?
Misteri / Thriller16+ ═════ ✥.☠︎.✥ ═════ Mark Sage sempre foi uma pessoa muito fantasiosa, apaixonada por tudo que envolve mistério e mortes. Um pequeno fanático por filmes e livros de terror, digamos assim. Mas, ele nunca imaginou que no auge dos seus 22 anos, tudo...