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Mark Sage, São Paulo, 2022 - Tempo Presente.

A plenitude dos meus atos se sobrepõe às minhas certezas absolutas, ultrapassando a minha evolução em eterna luta. É isso que o meu professor de filosofia do ensino médio diria se estivesse na minha situação atual. Pode até não fazer sentido, mas é totalmente compreensível.

A loucura da manipulação, me fez acordar numa espécie de galpão ou caixa-forte, não sei ao certo. Mas, com a luz fraca que pisca no teto, é perceptível as muralhas de metal em todos os lados.

Nunca imaginei que acabaria assim: enganado e totalmente enjaulado. De fato, o mundo pertence aos espertos e eu sou apenas um tolo. 

Não sei quanto tempo passei desacordado e muito menos se é noite ou é dia. A única certeza que possuo é a do meu desejo natural: o de comer e o de beber.

— Oh, sua vagabunda! — grito, com a garganta doendo de tão seca — Se seu objetivo é me matar de fome e desidratação, está funcionando. — tento rir, mas o meu corpo dói de fome.

Quem diria que um saco vazio realmente não para vivo. 

Ainda não fui autorizada para te torturar, infelizmente. — diz a voz daquela vagabunda nos alto-falantes, e eu não sei identificar em qual direção está sendo emitida. 

— Não foi autorizada? O que quer dizer com isso? — consigo dar uma risada bastante satisfatória com o restinho de forças que me restam — Então, quer dizer que você não é a manda-chuva?

Silêncio. É a resposta que recebo.

Totalmente inacreditável pensar que essa vagabunda não é a cabeça desse sequestro maluco. Já não basta toda aquela maluquice que vivi com a Lowe nos últimos meses, e essa maluca ainda resolve me trancafiar, sabe Deus onde.

Mas, a troco de quê? Dinheiro?

Não. Com certeza não é dinheiro; não sou tão valioso assim. Mas, se o manda-chuva deseja me estudar, significa que alguma coisa em mim é valioso.

Seria o meu cérebro? Será que implantaram alguma coisa em mim quando nasci, capaz deu viajar para o passado alheio?

— Aí já seria loucura demais. — digo, soltando uma risada imaginaria, já que não tenho condições de soltar uma verdadeira.

Só que, o mundo é dos loucos não é mesmo?

Ok. Vou parar com as analogias.

Estou surtando, e com certeza é a fome alterando totalmente a química do meu cérebro e me deixando assim. É a única explicação lógica possível.

Após longos segundos, minutos, horas, dias, semanas, meses ou anos de silêncio, finalmente sou capaz de ouvir passos se aproximando e uma luz forte iluminando completamente o local.

— Deus? É o Senhor? — digo, enquanto protejo meus olhos da luz forte.

Logo, escuto uma risada debochada.

— Estou mais para a Serpente do que para o Todo-Poderoso Deus. — ela ri mais alto e eu consigo revirar os olhos.

— Recebeu a autorização para me torturar?

— Não, apenas vim te alimentar. — ela diz num tom de desgosto. Acho que alguém precisa de mim vivo.

Assim que os meus olhos se acostumam com a luz, levanto um pouco a cabeça para encarar a loira. Mesmo que seja uma maluca com leves traços de psicopatia, se eu a conhecesse em outra situação, nunca acreditaria se me dissessem que ela é capaz de matar e torturar alguém.

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⏰ Última atualização: Oct 18 ⏰

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