Dante
As pessoas sempre vinham a mim em busca de ajuda, fosse meus irmãos ou os demais membros da organização. Mas, no momento, eu me via tentando buscar por essa ajuda, sem saber por onde começar. Não queria ser dramático, como se essa situação fosse a mais difícil da minha vida, mesmo parecendo ser. Era o meu maior desafio.
Eu tinha certeza sobre os meus sentimentos por Giulia. Mesmo depois de meses longe dela, eu a amava. E em algum lugar daquele ser cheio de ódio por mim, eu sabia que ainda existia aquela paixão que sentíamos um pelo outro.
Nunca tinha precisado correr atrás de uma mulher. Jamais havia existido motivos para isso. Contudo, naquele instante, eu tinha. E com ela, vinha a minha filha, que eu havia acabado de descobrir. A menina era uma mini cópia da mãe, mas, diferentemente dela, possuía olhos castanhos.
Pegá-la nos braços foi mais difícil do que pensei que seria, pois assim que ela veio para mim, uma coisa muito estranha e sem explicação aconteceu. Eu nunca havia me sentido tão perdido na vida. Era algo tão simples e inocente. Não sabia como ela tinha me vencido nessa questão.
Depois de um banho, pensando a todo momento no que fazer, cheguei à conclusão de que estava perdido. Eu poderia ir simplesmente ao meu irmão, que era o meu maior parceiro, e conversar com ele sobre esse assunto. No entanto, Lorenzo e eu éramos bem diferentes. Apesar de termos crescido juntos e estarmos naquilo como parceiros, ele não me entendia como eu realmente era.
Diferentemente de mim, ele era um bom pai. Sim, ele tinha seus problemas, ninguém era perfeito, mas era bom em ser afetuoso.
***
A noite foi bem conturbada para mim. As poucas vezes em que consegui fechar os olhos, minha mente ficou repleta de imagens e pensamentos que me deixaram com dor de cabeça.
Levantei cedo, como não consegui dormir, fui à academia, treinei e soquei os sacos com todas as forças que tinha, tentando acalmar a minha alma, mas nada funcionava. Eu não fazia ideia de como mostrar à Giulia que eu não era um caso perdido, que poderia mudar as coisas e ser alguém melhor.
Pensei em voltar para o quarto, tomar banho e sair para o trabalho, quando vi Dark no chão do quarto de Luke. A porta estava entreaberta e a mulher brincava com o filho que havia acabado de acordar. Ele já tinha dado seus primeiros passos, e a sua mãe, durona, ria como uma boba, orgulhosa.
Se tinha alguém naquela casa ou na minha vida que parecia minimamente comigo era ela, justamente a mulher mais difícil e irônica que eu conhecia. Eu devia estar louco ao tomar a atitude de entrar no quarto para conversar com ela. Com toda a certeza, Dark usaria disso para me provocar. Mas estava na hora de eu deixar o orgulho de lado, pois dessa vez queria ser melhor e precisava de ajuda.
— Dark — falei ao entrar.
— Dante — respondeu, sem sair do chão ou largar a criança brincalhona. — O que deseja?
Calei-me por um tempo. Meu cérebro estava dificultando as coisas. Pedir ajuda era ridículo, porque eu sabia como resolver tudo. Se meu pai me visse nessa hora iria me dar uma surra.
Pai! Ele não era pai de ninguém. O monstro que me pôs no mundo foi o principal culpado pela minha desgraça.
— Eu gostaria de ter uma conversa — avisei, cauteloso.
— Hum.
— Uma ajuda, eu diria — forcei-me a dizer.
— O que disse? — Finalmente se deu ao trabalho de me notar, abriu um sorriso de orelha a orelha, deixou Luke com um ursinho de pelúcia e se levantou. — Não ouvi direito. — Aproximou-se de mim.
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A filha rejeitada do mafioso
ChickLitsegundo livro da duologia: Irmãos Mitolli livro 1: o bebê herdeiro da máfia Ele se apaixonou pela filha prometida do capo e a largou grávida por conta de uma promessa. Dante era o mais velho dos irmãos Mitolli. Era ele quem coordenava e comandava os...