13 - Hesitação (DEGUSTAÇÃO)

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- E ele?

Luana terminou de ensaboar os pratos e olhou sem entender para a madrinha.

- Ele, quem?

- David - Dolores falou ainda assistindo o programa.

O que ela queria saber sobre David?, Luana se perguntou em silêncio sentindo os pequenos fios de sua nuca se arrepiarem.

- O que... O que tem? - Luana gaguejou tornando a atenção para sua tarefa.

- Você disse que almoçava fora. E ele?

- Não sei - Luana respondeu querendo mudar de assunto. Não queria falar de David agora.

- Luana - Leonora a chamou e Luana olhou para ela. - Você pode vir aqui, por favor? - Leonora apontou para o espaço onde Luana esteve sentada antes.

Luana se mostrou hesitante por um breve instante. A louça já estava lavada e não haveria nada que ela pudesse fazer para tentar se distrair enquanto Leonora insistia em entrar em assuntos nem um pouco bem vindos em sua vida.

Ela não teria outra escolha, por ora. À contragosto, se sentou e olhou para a madrinha. Seria melhor tentar disfarçar o melhor possível ou daria mais brechas para mais perguntas.

- O que está havendo? - Leonora fitou os olhos tremulantes da afilhada. - Por que você não gosta quando eu pergunto sobre o David ou o menciono?

Luana esboçou um sorriso falso.

- Quem disse que eu não gosto, madrinha?

- Suas atitudes. Sempre quando eu falo dele, você quer mudar de assunto. O que foi que ele te fez?

Luana fitou a madrinha e notou que havia um restigio de preocupação em seu olhar.

O que Luana diria a ela? Que David praticamente havia deixado de ser o seu melhor amigo até um ano atrás? Luana sentia falta da real amizade entre eles, de rir com ele, dos momentos distrativos e até dos mais sérios. Seria difícil falar sobre algo que nem ela mesma tinha conhecimento.

Em todas as vezes possíveis, estando ela perto dele ou não, Luana se questionava o que, de fato, havia acontecido para David começar a agir daquele modo. Agora conversar, ou ao menos estar na presença dele havia se tornado um desafio. Ele estava estranho, diferente, ela não o reconhecia mais comparado a antes. O David de belíssima aparência e de olhos intensos ainda permanecia, mas essa era a parte exterior, enquanto na parte interior mais parecia ser outra pessoa. Ele parecia estar abalado com algo e isso entrestecia Luana, mas o que ela poderia fazer? Ele a queria - palavras dele - mas ela já estava envolvida com outro "homem". Ele tinha que entender.

- Luana - Leonora a chamou, tirando-a dos pensamentos e lembranças inoportunos.

Luana olhou para a madrinha, o olhar perdido.

- Sim?

- Eu estava te perguntando o que David te fez. Ele te tratou mal?

Luana quase sorriu, embora não estivesse num humor adequado para tal.

- Não, madrinha. Ele nunca me tratou mal. - Luana quase desviou o olhar, sabia que fazer isso daria ainda mais motivos para que Leonora procurasse saber mais. - É que ele...

- Ele...? - Dolores perguntou sedenta por informação.

- Ele mudou, madrinha. Não é mais o David de antes.

- Como?

Luana abaixou a cabeça tentando pensar em algo, mas nada saiu.

Ela expirou um ar pesado sobre seus pulmões e mais uma vez fitou a madrinha, forçando um sorriso falso.

- O que a senhora vai querer para o almoço?

- O quê?

- O almoço. Pode deixar que eu faço.

- Luana, não mude de assunto.

- E o que eu deveria dizer, madrinha? - Luana perguntou um pouco irritada com aquela intromissão. - Não tenho nada para dizer.

O olhar de Leonora se demorou um pouco na afilhada, notando que a mesma parecia nervosa, mas tentava firmemente disfarçar.

- Eu gosto muito do David, mas não ficaria isenta se ele tentasse fazer algo a você - Leonora disse e Luana franziu o cenho em evidente confusão. - Seja lá o que David tiver feito ou fizer, você me conte. Está me ouvindo?

Leonora certamente estava sendo a madrinha protetora de sempre, mas pensar que David poderia ser algum tipo de sociopata era ridículo até para Luana.

David jamais lhe faria qualquer mal, apesar de ter mudado tanto.

- Agora vou voltar à minha programação, já que você não quer me contar nada - Leonora disse e retornou à sua atenção para a TV.

Luana deu graças em pensamento pela madrinha ter desistido do assunto. Ela se levantou, pegou o frasco sobre o rack e foi para o banheiro colocar o remédio onde estava antes. Fechando a porta do pequeno armário espelhado, Luana observou seu reflexo.

O que estava acontecendo com ela? Por que tudo tinha que ser tão complicado assim? Por que, mesmo se sentindo feliz, ainda se sentia tão triste?

Drácula a havia presenteado com um lindo anel e a fizera sua noiva, mas... por que parecia que algo não se encaixava?

Luana saiu do banheiro para a cozinha e começou os preparativos para fazer o almoço, observando como dona Leonora ficava bastante entretida na programação.

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A Noiva do Drácula (nova versão)Onde histórias criam vida. Descubra agora