Já fazia algum tempo que estávamos sentados um de frente para o outro no velho sofá da sala. Meu tio mantinha o nariz empinado, como sempre, enquanto Minerva parecia ignorar totalmente sua presença, seus olhos revezavam entre mim e minha mãe, que parecia ignorar a presença dela tanto quanto ignorava a minha.
-Eu gostaria de ter uma conversa a sós com s/n, considerando que ela já é maior de idade.
Pelo canto do olho pude observar meu tio apertar o braço do sofá com tanta força que os nós de seus dedos se tornaram esbranquiçados.
-E eu poderia saber o motivo?
-Creio que não lhe diz respeito - Tenho que dizer, eu estou começando a gostar muito dessa mulher.- Me acompanha s/n?
-Qualquer coisa é melhor que isso aqui.
Falei segurando sua mão, o que eu não esperava era ser puxada por uma porra de buraco de minhoca, ou seja lá o que tivesse acontecido. Em segundos eu estava em um local totalmente diferente.
Senti meus joelhos falharem, me fazendo cair no chão. E graças a uma luta interna consegui segurar o vômito que insistia em subir pela minha garganta.
-Santo Cristo, hoje tá sendo o dia mais estranho da minha vida - falei me deitando no chão e fechando os olhos, minha mão foi em direção ao meu coração - Acho que eu tô infartando.
-Com certeza não é o que eu esperava.
Abri os olhos começando a procurar pela pessoa dona daquela voz. Logo meus olhos encontraram uma garota encostada no batente da porta, um sorriso debochado brincava em seus lábios, e eu sinceramente não sabia se seria mais humilhante me levantar ou ficar deitada e fingir desmaio.
-Tenho certeza de que s/n está bem, acontece com os melhores.
-Alguém pode me explicar o que está acontecendo? Porque eu tenho quase certeza de que não sou tão criativa pra isso tudo ser apenas minha imaginação. - me levantei de vagar, tentando ignorar a tontura. Percebi os olhos da garota medir cada movimento meu, o que naquele específico momento era desconfortável para caralho - E que porra de lugar é esse? E quem são vocês?
-Imagino o quão surpresa pode estar, mas peço que controle a língua - torci a boca, não só pela chamada de atenção, mas também por sentir meu estômago ainda embrulhado - s/n, por mais que eu quisesse sanar todas as suas dúvidas, posso dizer que tenho quase tanta informação quanto você. Sua mãe já deve ter mencionado sobre hogwarts, assim acredito.
-hog... O que?
-hogwarts, escola de magia e bruxaria, sua mãe estudou lá. - Não a interrompi, mas não pude evitar pensar que aquele baseado de mais cedo fez um super efeito. Não tem outra explicação. - Sei que pode parecer estranho, mas peço que preste atenção em tudo que vou lhe dizer. Não sei o motivo de sua mãe nunca ter lhe falado nada, talvez seja algo que ela também escondesse de seu pai. O que aconteceu não tem precedentes, o livro e a pena de aceitação de hogwarts funcionam da seguinte forma: a pena tem o dever de escrever o nome da criança no momento de seu nascimento e o livro permite que ele seja escrito assim que a criança demonstra algum sinal de magia. Nunca ouvimos falar de alguém sendo admitido tão tarde.
-Magia tipo fazer pombo aparecer? - Deixei escapar e ouvi a garota ao meu lado segurar o riso. Sorri amarelo pra ela. - Que magia? Eu não tenho poder nenhum.
-O que aconteceu a pouco tempo atrás foi uma demonstração da sua magia.
-Fala sério, aquela casa tá podre, era lógico que algo do tipo ia acontecer mais cedo ou mais tarde.
-S/n,magia corre em seu sangue, não sabemos o motivo de ter demorado tanto para se manifestar, mas agora que se manifestou, é de suma importância que receba os ensinamentos necessários para controlá-la - falou, caminhando em direção a garota, pousando a mão em seu ombro - Hermione se ofereceu para te explicar e ensinar o necessário, estamos fora do período letivo e espero que dê alguma forma vocês consigam se adiantar. Pretendo avaliar o seu avanço antes das aulas começarem. - então esse era o nome dela. Pelo visto ela era inteligente, tinha cara de gente inteligente. O tipo de pessoa que não costumava falar comigo - Magia é extritamente proibida para menores de idade. Essa regra será uma exceção apenas para a educação de s/n, vendo que mesmo não sendo de menor, não teve os ensinamentos adequados.
-Por acaso eu tenho algum tipo de escolha? - Falei rindo, estava me sentindo no ensino médio - Sem querer ofender, mas eu não terminei nem o ensino médio, não sou o tipo de pessoa que curte estudar. Não sou boa nisso.
-Lógico que tem uma opção, s/n, mas devo mencionar o quão perigoso é ter magia e não ter o controle sobre ela. - Minerva ficou quieta por alguns instantes - Eu vejo como olha para sua mãe, sinto o carinho que tem por ela. Seria terrível se um dia seu tio a irritasse a ponto de perder o controle e acabar a machucando. Ou pior.
-Machucar ou pior? Eu não seria capaz de fazer nada contra a minha mãe.
-Sei disso s/n, mas como citei antes, é algo que pode estar fora do seu controle. Conhecimento adequado é necessário para que esse tipo de acidente não ocorra.
-Certo. - Falei um pouco contrariada. Era difícil acreditar em tudo, era informações de mais em pouco tempo. Mas a minutos atrás eu presenciei gato se transformando nessa mulher - Acho que contra fatos não há argumentos. Terei que aceitar.
-Ótimo. Devo dizer que adoraria ficar e conversar, mas o dever me chama. Senhoritas, espero que aproveitem esse tempo da melhor forma possível.
E em segundos ela não estava mais lá. Suspirei olhando pela janela, eu não fazia ideia de onde estávamos.
-Certo "senhorita", onde a gente tá?
-Fica tranquila, estamos na casa de um amigo. Tem algumas roupas no armário. Amanha podemos pegar suas coisas, enquanto isso trouxe alguns livros para começarmos seus estudos.
-Sem querer ser rude loirinha. Você vai ter um trabalho daqueles. Digamos que eu não sou a melhor aluna.
-Digamos que não deve ter tido os melhores professores.
Eu ri baixo, gostei dela.
-Hermione né? Você por acaso tem um lanchinho aí?
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Novo começo (g!p)
RomanceS/n vivia em uma família totalmente desestruturada. Após a morte do seu pai, (que a abalou emocionalmente muito mais do que gostaria de admitir), havia percebido que estava sozinha. Sabia melhor do que qualquer outra pessoa que quando nos sentimos d...