Cap10

633 93 24
                                    

-Eu acho que talvez aquele velho caduco da loja de varinhas não fosse tão louco assim.

-Eu sei que você vai me odiar mas - Hermione puxou ar e eu me preparei para revirar os olhos - Eu avisei. Como você disse mesmo? "um velho me confunde e isso já vira exame de DNA?"

Falava enquanto tentava imitar minha voz, balançando os braços de forma exagerada.

-Fala sério. Eu não falo desse jeito - Imitei os gestos que ela estava fazendo com os braços - E que bosta é essa? Eu sou um orangotango?

Torci a boca. Ela sabia me tirar do sério.

-Você. Ou vai falar que nunca notou?

Continuei com a boca retorcida em uma careta e Hermione continuou a me encarar com aquela cara convencida.

-Você se acha muito. Alguém já te falou isso?

Abri a porta a porta do nosso alojamento e dei espaço para Hermione passar na minha frente.

-E você muito estressada. Alguém já te falou isso? - Disse enquanto se encostava na mesa. Eu lá conseguiria vencer qualquer tipo de discussão contra essa mulher? - Eu não sei como te dizer isso mas Sirius faleceu a um tempo S/n, sinto muito. Ele era uma pessoa maravilhosa, eu tenho certeza de que ele ia ter adorado você.

Apesar de ter ficado extremamente curiosa sobre esse homem, eu não o conhecia. O que realmente me incomodava era o fato de terem escondido isso de mim. Eu tinha o direto de tê-lo conhecido.

-Quem pode dizer o que pode ter sido? O que passou já se foi. - Falei me encostando ao seu lado na mesa. - Na real, é difícil acreditar que ele fosse fazer diferente das outras pessoas que passaram pela minha vida.

Fechei meus olhos com força, tentando de alguma forma mudar os pensamentos que invadiram minha mente.

Flashback on

Me deitei na cama, cobrindo meu corpo com o edredom, tentando esconder meu nervosismo. Eu sabia o que ia acontecer. Era sempre assim, ele chegava tarde da noite, batendo as portas, pisando com força, esbarrando nas coisas, fazendo questão de que sua presença fosse notada.

Como nos outros dias eu me escondi. Rezei. Pedi para que minha presença não fosse notada. Encolhida em meio aos cobertores.

-Cadê ela?

-Dormindo.

O ouvi soltar uma lufada de ar e seus passos se aproximarem do quarto. Eu era proibida de trancar a porta. Ou em suas palavras, "vou quebrar todos os seus dedinhos se trancar essa porta de novo", eu, mais do que ninguém, sabia que aquela não era uma simples ameaça.

-Levanta. - Continuei encolhida na coberta. Ainda tinha esperança de que ele desistiria se acreditasse que eu estava mesmo dormindo - Anda. Eu mandei você levantar.

Senti sua mão prender em meu cabelo, me puxando com força. Gritei sentindo meu couro cabeludo arder. Agarrei seu braço tentando me soltar, mas ele era muito maior, eu mal fazia cócegas em seus dedos.

-Isso, grita mesmo. Eu não te mandei levantar? - Falou me empurrando contra a parede. Vi minha mãe ao fundo, uma de suas mãos cobrindo a boca. Ela não podia fazer nada, qualquer ação o deixaria ainda mais nervoso. - Essa retardada só aprende assim. Apanhando. Gosta de apanhar aberração?

Não consegui conter as lágrimas que começaram a escorrer pelo meu rosto. Eu não conseguia entender porque precisava passar por isso. O que eu tinha feito de tão terrível para ser tratada como lixo?

Novo começo (g!p)  Onde histórias criam vida. Descubra agora