11

964 68 24
                                    

- PUTA MERDA!- Ela arregalou ainda mais seus olhos grandes.

- Ya! Da-ra, vai acordar o Junjun.- A repreendi com o olhar embalando ainda mais o bebezinho que levou um leve susto em meu colo.

- Omo! Você não pode me contar uma coisa dessas assim e não querer que eu surte.- Rodou no lugar como um cachorrinho tentando pegar o próprio rabo e então se sentou na poltrona de frente para mim.- Você saiu despejando tudo em cima de mim, estou chocada.- Fez uma cara de choque hilária.- Só passei um semana sem falar com você, e você tá mesmo me dizendo que Eunwoo voltou, desistiu de ser padre, vocês se declararam, estão namorando e sua florzinha foi adulterada?- Fiz uma careta.

- Florzinha adulterada? Sério?- Ela revirou os olhos.

- Esse não é o ponto.- Se levantou abruptamente me dando um leve susto.- Eu vejo você sofrer por ele desde o ensino médio, e aí um dia eu o conheci e tive que ver um sofrendo pelo outro, e agora depois de anos de sofrimento, você tá me dizendo que ele simplesmente foi para um retiro espiritual para pedir perdão e jogou tudo para o alto e de quebra ainda caiu na tentação antes do casamento uns meses depois de ter desistido de ser padre.- Ri de seu jeito desesperado e de como a história é cômica.- Por favor, vendam essa história.

- Eu sei, é uma doideira, eu também não esperava por isso, já estava convencida de que pela primeira vez na vida, eu finalmente iria colocar meu plano de o superar em ação, eu estava conseguindo de certa forma, mas aí ele só apareceu e meu coração me traiu.- Fiz bico.- Eu achei que iria apenas o odiar por voltar e me fazer de boba mais uma vez, mas eu aceitei suas desculpas tão facilmente só por saber que ele seria meu.

- Unnie.- Suspirou e se espremeu ao meu lado no sofá.- Tá' tudo bem, você já sofreu demais pelo que sente por ele, sei que provavelmente já teria seguido em frente se tivesse o mínimo indício de que não era recíproco, mas até um cego poderia enxergar que Cha Eunwoo sempre foi caidinho por você, até mesmo quando usava uma bata e eu sei que é difícil fazer nosso coração desistir quando o sentimento é real, quando é recíproco, mesmo que ele machuque às vezes.- Acariciou meu cabelo.- Então não pense muito sobre, vocês já perderam muito tempo, não ligue para os olhares, os comentários e as inseguranças que podem surgir. Eu sei que ele te ama mais que tudo, o suficiente para abrir mão de seu voto só por você, mesmo que tenha demorado um pouco, agora não tem razão para querer ficar revirando o passado ou temendo o futuro, só vivam o presente.- Assenti com um sorriso e ela me abraçou de lado.- Eu sou ótima fazendo bebês né.- Fez um biquinho enquanto acariciava as bochechas gordas de seu filho.

- Com certeza!- Fiz um biquinho também.- Posso ficar com ele para mim?

- Sem chances. Agora você pode fazer seus próprios bebês.- Deu um sorriso malicioso e eu senti meu rosto esquentar.

- Da-ra!- A repreendi.

- O que? Contamos tudo uma para outra e eu quero saber como foi.- Voltou para a poltrona a minha frente se sentando que nem um cachorrinho animado.- Foi bom? Doeu? Ele foi carinhoso? Foi padre demais?- Fez uma careta e eu ri.- Vai mulher, desembucha.- Suspirei.

- Foi ótimo.

- Só isso? Eu quero mais.

- Eu sei lá, foi novo para nós dois. No início foi um pouco estranho, mas eu estava cem por cento à vontade, nem senti dor, só um leve incômodo no início, mas nada que atrapalhasse o momento.

- Sortuda! Minha primeira vez foi uma tortura, parecia que Deus estava me punindo pelo pecado.

- Eu sei, você me deu informações até demais.- Fiz careta e ela gargalhou.

- Tá, mais, ele foi super delicado?- Neguei.- O que?- Deu um gritinho agudo fazendo o bebê em meu colo fazer um careta em meio ao seu sono.- Tá me dizendo que o padre é um espécie religiosa de Christian Grey?- Arregalei os olhos com o pensamento absurdo da minha melhor amiga, mas não pude deixar de cair na risada com a ideia.

- Omo! Não é para tanto. Ele só não me tratou como se eu fosse uma boneca de porcelana, teve uma...Uma boa pegada.- Falei com as bochechas coradas.

- Wuah! Eunwoo realmente me surpreende.- Divagou.- Vocês se protegeram?- Arregalei os olhos, sabia que estava esquecendo algo.- PARK SUN-HEE!

- Não grita.- A repreendi dessa vez não conseguindo impedir que Junjun acordasse.- Calma neném.

- Perdoa a mamãe.- Ele pegou o bebezinho assustado do meu colo e o ninou.- Sun, você enlouqueceu?

- Ya! Você também não se protegeu na sua primeira vez, não me dê sermão.

- Sim, mas eu sou irresponsável, você tem que dar o exemplo.

- Eu estava desesperada ok, você acha mesmo que o ex padre iria ter camisinhas no seu quarto?- Fez uma expressão pensativa.

- É você tem um ponto.- Ficamos em silêncio uns segundos encarando o nada.- Você tomou a pílula do dia seguinte?

- Não.- Ela arregalou os olhos e abriu a boca pronta para dar piti, mas eu a interrompi antes que ela surtasse de novo.- Ele...você sabe, fora, estou fora do meu período fértil, em dois dias minha menstruação vai descer, não se preocupe.

- Ok, não vamos pirar.

- Só você está pirando.

- Mas é claro, meu bebê está crescendo.- Fez drama.

- Ele mal tem três meses.- Monbin entrou na sala.

- Não se mete aqui Monbin.- Ela lançou um olhar bravo para o marido.- Eu quero ser madrinha, de tudo, de namoro, de casamento, dos seus filhos, não ouse dar esse cargo para mais ninguém.

- Jamais.- Trocamos um sorriso.

- O que eu perdi?- Monbin pegou o filho do colo da esposa e nos lançou um olhar confuso.

- Sun tem um namorado.- Da-ra contou como se fosse um segredo.

- Tem?- O vinco no meio da testa do mais velho me fez rir.

- Sim, e você nunca vai adivinhar quem é.

- Eunwoo.- Da-ra o olhou incrédula.

- Como?- Gargalhei alto com a cara de tacho da minha melhor amiga.

- Não sei.- Deu de ombros.- Eu vi Eunwoo na cidade um dia desses e ele me disse que tinha saído da congregação, os dois sempre forma apaixonados, eu só liguei os pontos.- Deu de ombros.

- Wuah! Todo mundo sabia da minha paixão por ele?- Falei incrédula.

- Seus olhos brilhavam quando ele estava por perto.- Monbin zombou.- Mas com ele também não era diferente.

- Sim, muitas meninas da igreja não gostam de você por isso, era notório como o Eunwoo sempre parecia um bobo perto de você.

- Então é por isso que tanta gente não gostava de mim? Achei que tinha feito algo errado.- Os dois riram da minha incredulidade.

Sempre soube que Eunwoo tinha sentimentos por mim, mas nunca achei que fossem tão evidentes para as outras pessoas e agora eu definitivamente me sinto envergonhada pois estava vivendo um romance proibido com um padre aos olhos de todos por todo esse tempo.

O padre /Eunwoo (short fic)Onde histórias criam vida. Descubra agora