Ao chegar em casa a Jessie se tranca em seu quarto e põe uma música sexy pra tocar baixinho enquanto envia fotos pra Maya. ao enviar as fotos Jessie escuta vibrações e toques de notificações dentro da sua bolsa, então ela abre a bolsa e encontra o celular da Maya em sua bolsa. " Humm..estranho" pensou Jessie ao ver o celular. Então ela lembra que enquanto estava no refeitório com todos inclusive a namorada, a Maya põe o celular na bolsa da Jessie no intuito de pegá-lo logo após que todos se retirassem, ela só não imaginou que o celular estivesse ainda lá, mais cedo na aula era impossível escutar outras notificações que tivesse chegado. Ela curiosamente viu outras mensagens além das suas com um nome de "Alessia" que diziam: "Nossa você estava linda no dia do baile, é uma pena não termos continuado onde paramos...quando vamos nos encontrar novamente?". Em choque e impressionada com o que estava lendo, Jessie solta o celular que cai sobre o chão e chora em silêncio.
No dia seguinte todos percebem que a Jessie não foi pra escola, então Marcus manda mensagem pra ela perguntando "Cadê você? Não vem?" Josh olha pra Marcus preocupado, em seguida a Maya entra na sala perguntando ao Josh se a Jessie deixou o celular com algum dos meninos, Josh afirma que não, Maya vira as costas e então Marcus pergunta...
- Ei, Maya? Tá tudo bem? [Marcus]
- Sim! Tá tudo bem!
- E você não estranha que a Jessie não tenha chegado ainda na escola? [Josh]
- Gente ainda é cedo, Jajá ela chega [ Maya sai sorrindo da sala ].
- Não sei não, a Jessie sempre chega nesse horário [Marcus].
Lembro o que minha mãe falava que "só amar não basta", o amor é exigente em muitas coisas, e algumas impossíveis de abrirmos mão pra estarmos com alguém na qual escolhemos dividir inúmeros momentos e principalmente a vida. O amor as vezes nos jogam contra a parede, e como se não bastasse, ameaça nossos pensamentos e planos com aquela pessoa..."você quer muito estar com ele(a), mas precisa abrir mão disso pra que o outro aceite-o de verdade!" Isso torturante!! Além disso, depois quando existe a grande chance de não dar mais certo, ele te deixa com machas no coração, cicatrizes que quando olhamos sentimos a dor de como se estivessem reabrindo aquela ferida sem anestesia alguma. Chegamos a pensar que tudo aquilo foi em vão.." foi apenas pra me machucar, quantas vezes vou tentar até encontrar a pessoa certa que me aceite e não me faça criar questionamentos?" É engraçado por que parece que eu gosto de me ferir, aprendo, depois sempre erro de novo, e continuo errado. Enfim, um brinde aos masoquistas do amor.
14h42 da tarde e a Jessie sumiu literalmente do mapa e nas redes sociais parece que a conta dela nunca existiu. Então decidimos ir até a casa dela depois da aula...
* Ding-dong, a campainha toca...
- Oi Josh, oi Marcus [mãe da Jessie]
- Sra. blossom, a Jessie está? [Marcus]
- Sim, ela está lá em cima, ela não quis me contar o que houve, talvez com vocês ela se abra. Podem subir, vocês já sabem o caminho...
Lá estava ela, com os olhos vermelhos e frustada com tudo o que tinha descoberto sobre a Maya, ela nos contou chorando e indignada com toda a situação. E então de repente a campainha toca novamente e passos ligeiros sobem entre as escadas...
- Jessie, o que aconteceu? Você não foi hoje? [Maya]
Vimos que a situação ia ficar um pouco complicada e chata pra assistirmos, então eu e o marcus saímos de fininho do quarto, enquanto a jessie e a Maya conversavam. *Jessie levanta da cama e respira fundo ainda chorando, ela com certeza estava se preparando a madrugada toda pra dizer tudo o que tinha pra falar.*
- "O que aconteceu?!" É sério que você está me perguntando isso? Eu sempre me esforcei por nós duas, dei o máximo que eu pude pra dar certo e quando achei que estava tudo indo bem, você me traiu, me traiu no dia do baile Maya? [Jessie]
*Olhando seria com os olhos arregalados e com lágrimas nos olhos, Maya tenta se explicar...*
- Eu queria te contar, mas eu não sabia como, eu juro que eu queria te falar sobre todas as vezes e...
- Todas as vezes? Existiram outras vezes então? Quando vocês começaram a conversar? Desde o começo? Desde que me pediu em namoro? Me fala! [Jessie]
- Não, não...foi um pouco antes do baile [Maya]
- Então quando eu te mandei mensagens, tentei te ligar e você não me atendeu aquela noite, porque você...
- Sim Jessie, eu estava com ela, eu menti, eu fui uma idiota, eu fui burra..
- Burra? Não! Não, a burra foi eu de ter que me entregar demais pra alguém que não dava a mínima de toda a minha entrega. Você só brincou com os meus sentimentos. Será que foram verdadeiros todos os "Eu te amo?" Em quem você pensava enquanto me beijava?
- Jessie, isso já não importa mais, eu ainda te amo!
- Não, você não me ama...Quer saber maya, leva o seu celular idiota, e só some por favor.
- Jessie, por favor não faz isso com a gente, você foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida.
- Será mesmo? Ou eu só fui o melhor que você conseguiu até aqui? Eu doei o meu amor, minha atenção pra você e todo esse tempo eu só estava sendo uma idiota pra você?!...Vai embora Maya...[Jessie chega mais perto da Maya que estava chorando em silêncio de cabeça baixa]
- Vai embora [Jessie]
* Sem mais palavras, Maya pega o celular em cima da cama e sai do quarto batendo a porta, enquanto a voz de choro e decepção da Jessie ocupava o quarto. Estávamos na cozinha quando vimos a Maya indo embora correndo, então subimos rapidamente até o quarto da Jessie e nos abraçamos.
Será que as vezes os nossos próprios sentimentos nos trai ou é só o nossos instintos? Você ama muito uma pessoa e de repente seus sentimentos por ela voa como uma fita de cetim se enganchando em outros galhos, os sentimentos mudam como estações do ano, isso é bizarro. Imagino não ter contado antes como eu conheci a Jessie, ela com 1.64 e eu com 1.70, ela com cabelos curtos ondulados, e olhos verdes claros. éramos de turma diferentes, mas fazíamos aula de química juntos, a professora sempre definia as duplas e sempre éramos nós dois, o tempo foi passando e viramos uma dupla inseparáveis. Uma vez muito antes da Jessie conhecer a Maya, nós dois matamos a aula de literatura e sentamos em uma ponte que ficava a 1km de distância da escola. E então fizemos um pedido ao universo, ela fechou os olhos e pediu..."Eu quero ser o abraço que alguém procura em dias ruins, alguém que fique, que seja pra mim..Tá! Agora você Josh..." E naquele dia eu a olhei com o brilho nos olhos e só pedi um hambúrguer acompanhado de batata frita... é eu sei foi engraçado, mas ela riu e mesmo eu não estando em um dia ruim, eu a abracei e ela falou "eu sempre vou ser o seu abraço Josh" eu respondi perguntando "Agora a gente pode comer hambúrguer e batata?". Ficamos rindo a tarde toda. O Marcus chegou um pouco depois da Jessie, no meio do ano. Nós dois ficamos encarregados de apresentar o colégio ao Marcus e desde então, viramos um trio. Por ele ser um "padrão de 1.73" dentre os outros que são mais altos o que faz parecer mais engraçado o professor de baseball propôs a idéia do Marcus fazer parte da equipe, mas ele não queria se misturar e preferiu fazer parte do teatro. O Marcus é chato e medroso, mas mesmo sendo chatão, parece que as aulas de teatro ajudou a ser menos chato, mas medroso eu já não sei o que pode mais ajudar a ser menos.
Naquela mesma noite eu só larguei minha bolsa e deitei na minha cama, em seguida recebi um SMS que dizia "Estou de olho em você, eu escuto você" naquele mesmo momento achei que fosse algum trote de alguém engraçadinho, entrei nos dados, mas não havia sequer nada além de uma palavra em código escrito acima da mensagem enviada (5.i-m0=x) O que parecia uma das frações estranhas do professor de matemática. no momento não me causou medo ou curiosidade, eu não conseguir dar a mínima importância...Ufa! finalmente final de semana, a noite passada foi um caos, mas preciso absorver muitas informações ainda, polícias no colégio, a Jessie e agora algum bobo tentando me tirar a paciência em um anonimato...
- Filho desce pra tomar café! [mãe].
*Josh desce as escadas, entra na cozinha e rouba uma panqueca de mel na mesa enquanto seus pais os olhavam tensos...
- iiih, o que vocês aprontaram? Pergunta Josh.
- Filho, sua carta de inscrição na academia de preparação de universidade chegou. Abre, abre! [Mãe]
- O que? Mãe!? Josh ficou surpreso e confuso.
Você me inscreveu em uma academia de preparação na escola de Hopkins? E por quanto tempo você quer que eu fique longe da Califórnia?
- Filho eu só te inscrevi pra que você consiga ter adianto e preparo com suas aulas.. Standvale é uma escola maravilhosa, mas você se transferindo pra Hopkins pode te ajudar muito com a faculdade que você quer e lá você terá todo apoio imediato assim que chegar [mãe]
- Parece que você está me colocando dentro de um trem indo direto pra um internato cheio de gente maluca. Eu não vou, mãe [Josh]
- Josh você pode pensar melhor depois filho [pai]
*Josh sai pela porta confuso e chateado e corre, pega a bicicleta de frente a garagem e vai até a casa da Jessie que fica à uns 5 quarteirões da sua casa. Josh toca a campainha...
- Oi Josh! Você de novo. [Sra.blossom]
- Preciso falar com a Jessie!
- ela está na garagem...
*Jessie se encontra no carro ainda triste com toda a sua situação.. Em conversa com a Jessie dentro do carro, Josh pergunta..*
- Seu final de semana começou bem? [Josh]
- Me sinto como se eu estivesse caindo de um avião sem paraquedas...[Jessie]
* Marcus chega e entra no carro também chateado e infeliz.
- Meus pais não me deixam em paz, querem que eu trabalhe com o Sr. Charlie da papelaria. Isso não é um saco? [Marcus]
- Os meus querem que eu vá pra Hopkins [Josh]
- Hopkins?!! [Gritam Marcus e Jessie]
- É muito longe da Califórnia Josh, a gente não pode ficar distante, somos um trio! E agora eu não tenho mais a Maya. [Jessie]
- Tá tudo bem, eu decidi que não quero ir!
- Eu só queria sumir dessa cidade exaustiva por uma semana [Marcus]...
- Quer saber? É isso, Vamos fugir! Jessie, Troca agora de assento comigo [Josh]
*Os três se olham e se conectam por telepatia*
- Não! Josh não! Minha mãe vai nos matar se pegarmos o carro escondido [Jessie]
- A gente vai morrer, você não sabe dirigir Josh! [Marcus]
- A gente não vai morrer Marcus, meu pai me ensinou algumas coisas de carro [Josh]
- Só que isso foi a um ano atrás, quando você desistiu da sua habilitação [Jessie grita nervosa]
* Josh liga o carro e dirige aproveitando que a garagem já estava aberta, Marcus grita animado, mas com medo e Jessie se anima ao ver josh confiante.
Me desafiei em muitas situações durante minha adolescência, perdi o medo em muitas coisas, nas quais eu tinha. Sofri por amores, aqueles que prometeram ficar, mas não ficaram, os não correspondidos, os que me iludiram e os que perdi. Existe uma frase que diz que a juventude é uma banda numa propaganda de refrigerantes, se permitir e aceitar os desafios que a vida nos dá, talvez nos traga algumas consequências ruins, mas ao menos aprender errando e vivendo o máximo a experiência de cumprir os desafios, é também uma oportunidade única de se divertir! Vamos roubar algum mercado e passar pelo alarme tranquilos, vamos roubar a chave do carro de alguém e que tal se invadimos a escola novamente e ficarmos bêbados até cairmos na piscina? E se formos ao cinema e gritarmos no meio do filme? Vamos ficar pelados na praia, vamos pular de um penhasco até o rio, que tal se ficarmos em cima do teto olhando as estrelas comendo pizza?.
Você deve pensar "Por que alguém tão novo, ainda conhecendo o mundo diz se permitir tanto a aproveitar a juventude, mas não se permite a amar e ser amado? Conhecer pessoas e desbloquear os sentimentos?" Já eu devo dizer que sim, é possível ser sozinho e aproveitar tudo isso. Eu já estava transformando a minha solidão em solitude, porque nem sempre estar sozinho é dolorido e nem sempre um quarto escuro é um lugar frio e amedrontoso, meu silêncio se tornou meu aliado por meses. Mas coisas inesperadas acontecem e algumas a gente agarra mesmo sem saber o que o futuro tem a dizer e arriscamos. Já por outro lado, nosso medo, insegurança e dúvidas falam mais altos e escolhemos deixar passar. Tudo isso comigo não foi diferente... Antes de voltarmos da loucura de pegarmos o carro da mãe da Jessie, e andarmos sem destino, fomos parar numa sorveteria no meio da estrada de San Rafael próximo a nossa cidade de San Francisco, o carro quebrou e aí ficamos presos na lanchonete até alguém nos ajudar a concertar, o Marcus tremia de medo, a Jessie ficou assustada com a possibilidade de não voltarmos e eu tentei acalma-los e ninguém mais, ninguém menos do que o Manuel apareceu na lanchonete com alguns amigos, de longe a Jessie pôde avista-lo sair do carro enquanto os outros esperavam por ele...
- Gente aquele é o Manuel? [Jessie]
- Manuel?...Manuel aqui! [Marcus]
- Ah, fala sério!? [Josh revira os olhos entediado]
*Manuel se aproxima reconhecendo*
- O que fazem aqui? Estão perdidos no próprio país, ou só vieram de tão longe tomar milkshake de chocolate? [Manuel zoa olhando pro Josh]
- Ha, ha, ha.. você é muito engraçado, é só o nosso carro que quebrou e precisamos voltar pra estrada [Josh]
* Jessie e Marcus entram na lanchonete *
- Eu vou ter que te cobrar por todas as vezes que eu te ajudar [ Manuel ironiza sorrindo ]...Me diz, qual o problema do carro?.
Minutos depois enquanto concertava o motor do carro, Manuel sugeriu que fossemos em sua companhia e de seus amigos até uma festa que era mais ou menos 3km de distância de onde estávamos...
- E você o que faz por aqui em San Rafael? [Josh]
- Estou indo pra uma festa, não rolou o after naquela noite em que te salvei [Manuel sorriu olhando Josh].
- Você é sempre otimista assim? Perguntou josh.
- E você é sempre pessimista?...
- prontinho! Consegue ligar o carro? [Manuel]
- Sim! [Josh]
As coisas que passavam na minha cabeça toda vez que o Manuel falava comigo e as queixas que eu fazia eram muito, mas muito confusas. Eram como se eu estivesse escrevendo as coisas em um papel sem linhas pra tentar alinhar as palavras...
*O carro volta a funcionar*
- Tá funcionando! [ Sorriu Josh]
- Beleza!
- Como eu posso te compensar? Perguntou josh enquanto Manuel apenas lhe encarava por alguns longos segundos..
*Um dos amigos do Manuel buzina e o chama*
- Vamos Manoel, vamos perder a festa!.
- Eu preciso ir [Manuel]
- Obrigado! [Josh].
Logo após o Manuel ir embora, Marcus e Jessie saem da sorveteria com sorvetes, olhando pra o Josh dentro do carro...
- Vamos pra casa crianças? [Josh].
* Os três comemoram*.
Música (Stick Season - Noah Kahan)
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COMO EU SOU AOS DOMINGOS
RomanceJosh é um jovem prestes a fazer dezoito anos, estudante da escola da Califórnia em Standvale na cidade de Brentwood. Vive uma vida de traumas amorosos, carregando consigo inseguranças, incertezas e questionamentos sobre sua sexualidade, seus sentime...