Sweet Pea

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Descia as escadas de casa quando ouço meu pai me chamar. Vou até ele.

- O que foi? - disse de braços cruzados e sem ânimo

- Quero que conheça o segurança e motorista que irá lhe acompanhar para onde você for. - disse ele apontado para o rapaz alto

Percebo o que acabei de escutar e dou risada.

- Qual a graça? - meu pai me pergunta começando a ficar bravo

- Você está brincando com a minha cara né?! - disse com a mão na cintura

- Eu estou querendo lhe proteger! - disse ele já bravo

- Me proteger! - falo alto e com indignação - Você quer me controlar, isso sim! Acha que eu tenho que seguir os mesmos passos que o seu, e não aceita nas coisas que quero trabalhar. - disse olhando fixamemte para ele.

Estava cansada disso. Ele nunca foi o tipo de pai que se importar-se com a minha vida e agora quer dar pitaco na minha escolha de profissão.

- Não fale assim comigo mocinha! - disse ele com o rosto vermelho

- Se não quisesse que eu falasse assim com você, deveria ter participado da minha vida. - respirei fundo e o olhei para o rapaz que estava paralisado olhando a situação - Bom, já que você é a pessoa que vai ficar me observando o dia inteiro, precisamos nos conhecer. Prazer, S/N! - disse estendo a mão para e ele, e ele retribui. - E o seu nome é? - disse com uma sobrancelha levantada

- Sweet Pea. - disse ele sério

- Então Sweet Pea, por favor, você pode me levar a faculdade? Não quero me atrasar! - disse sorrindo cínica

- Claro! - disse ele em um tom normal

Fomos até o carro e ele me levou até lá.

...

Tinha dado o intervalo, e como eu não tinha nenhum amigo aqui, eu fui lanchar com a pessoa que me esperava lá fora.

Comprei dois salgados, um suco de laranja para mim e um refrigerantes para ele. Não sabia do que ele gostava, então tentei comprar os tradicionais.

Sai da faculdade e fui até o carro, abri a porta da frente e ele já estava posto em seu lugar.

- Gostaria de ir a onde senhorita? - disse ele com a mão na chave

- Em nenhum lugar. - ele me olhou estranho - Eu não conheço ninguém aqui então, eu vim lanchar com você. - disse com um sorriso sem graça - Eu não sabia do que você gostava então peguei o meu salgado favorito da cantina, e... - ele continuava me olhando - Desculpa, devo estar parecendo uma idiota aqui, não quero te atrapalhar no seu trabalho. - disse pegando na maçaneta do carro para ir embora.

- Não! - ele pega em meu braço de forma delicada - Não está encomodando, o carro é seu.

Entrego o salgado e o refrigerante para ele e fica um silêncio desconfortável no carro, até que o corto.

- Desculpa por hoje mais cedo! - o olhei -  Juro que não sou mal educada daquele jeito. Fui uma grossa com você, mas é que ele me tira do sério! - disse dando uma mordida no meu salgado.

- Tudo bem! Também já tive brigas com parentes meus. - disse ele parado

O olhei e vi que ele não estava comendo

- Coma! Os salgados da Dona Fátima são uma delícia. - disse sorrindo e mastigando

Ele deu uma mordida pequena, como se estivesse com vergonha. Olho no relógio e vejo que faltam menos de cinco minutos para minha aula começar.

- Aí, desculpe. Vou ter que ir, já já minha aula começa. - me despeço dele e vou para a sala.

Sento na janela da sala, onde tem a vista para o estacionamento, e vejo Sweet Pea sair do automovel e comer o salgado que comprei para ele.

- Ele não estava com vergonha, ele só não queria sujar o carro! - digo baixo.

Penso o quanto meu pai deve ter falado no ouvido dele sobre mim, sobre como se comportar e até mesmo como agir. Ele termina de comer e volta para o carro. É, ele parece ser interessante.

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