coletânea de vegaspete

mãos de tesoura

Sinopse: Pete conquistava só em sorrir tímido porque cortou alguma coisa ou por não saber segurar algo, Pete me conquistou assim.

INSPIRADO NO FILME EDWARD MÃOS DE TESOURA 

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Vegas.

Conhecer Pete foi bizarro, imagine entrar em casa no meio da noite após uma festa e ao ligar a luz do seu quarto ver alguém deitado na cama, o bizarro não foi isso e sim olhar para as "mãos" dele, aquilo não eram mãos e sim tesouras!

O meu grito foi tão alto que ele se assustou e em minutos minha cama já era, ele se assustou tanto que cortou minha cama em poucos minutos, meus pais apareceram em seguida, meu pai segurando um tipo de madeira e minha mãe uma colher de pau, quando perceberam o porque do meu grito minha mãe riu e me apresentou a Pete.

— Meu filho esse é Pete, eu o encontrei enquanto estava trabalhando, o menino precisa de um lar e eu também estou o ajudando com as cicatrizes do seu rosto, você sabe o quanto os produtos s-

— Entendi. — disse ainda olhando para Pete. — Eu preciso dormir.

— Achei que só chegaria pela manhã. — meu pai disse. — Venha Pete, você vai dormir no meu escritório.

Foi muito bizarro, em primeiro instante eu nem perguntei a minha mãe sobre as mãos de Pete, apenas arrumei o que restou do meu colchão e fui dormir, tentar porque no fim eu não consegui, me levantei no meio da noite e sendo esse curioso que sou; fui até Pete no escritório, ele não estava dormindo, olhava para o teto e quando me percebeu ali o observando se assustou arregalando os olhos.

— Oi, meu nome é Vegas. — eu disse baixinho.

— Pete. — ele disse me encarando.

— Legal, o que minha mãe vai fazer com você?

— Ela vai me ajudar com essas cicatrizes — ele falou e levou as mãos ao rosto e acabou se machucando. — Ai!

— Ai meu Deus tá sangrando.

E assim foi o nosso primeiro contato, eu o ajudei limpando seu rosto e colocando um pequeno curativo, a pele dele era fria e ele não falava muito, passou muito tempo me encarando enquanto eu o ajudava e tentava puxar assunto.

Pete era calado e isso ao invés de me irritar me encantava demais.

Eu nunca fui de andar pela casa, mas depois que minha mãe começou a usar o Pete como uma espécie de cobaia e passar vários cremes no rosto dele, eu comecei a andar pela casa enquanto comia, escovava os dentes, até mesmo só de toalha eu passava para olhar Pete as vezes fazendo careta pela quantidade de creme que minha mãe passava em seu rosto ou ver o sorriso dele quando olhava para o espelho vendo poucas cicatrizes.
O que me deixava intrigado eram as mãos, quando a gente conversava eu nunca tinha coragem de perguntar, até um dia em que ele percebeu minha curiosidade.

— Não sei explicar como fui criado, mas faltou minhas mãos. — ele disse. — O meu pai iria colocar, mas ele não acordou naquele dia, agora eu tenho que esperar, Vegas.

Pete era uma mistura, porém para que ele fosse considerado realmente uma pessoa, faltava as mãos, as mãos que eu não poderia colocar porque não sabia o que fazer.

Não sei quando eu comecei a passar mais tempo com ele e isso atraindo olhares dos vizinhos que o chamavam de "coisa", um dia ele pediu para cortar o cabelo da minha mãe e eu achei que ali ela perderia a cabeça, mas pelo contrário do que eu pensei Pete não cortou a cabeça dela e sim apenas os cabelos, o corte ficou engraçado na minha visão, mas para minha mãe era a melhor coisa do mundo.

Pete conquistava só em sorrir tímido porque cortou alguma coisa ou por não saber segurar algo, Pete me conquistou assim. Quando tentei o beijar pela primeira vez eu acabei com a minha bochecha arranhada porque ele queria segurar meu rosto, porém não era possível e ele teve que aprender a manter suas mãos longe de mim quando eu o beijasse.

O tempo passou e eu juntei uma boa quantidade de dinheiro para que um dia Pete tivesse mãos, quem sabe um dia quando a ciência fosse crescendo e ele pudesse ter suas desejadas mãos, porque é assim; eu me apaixonei por ele com as mãos de tesoura e vou continuar apaixonado até mesmo quando as tesouras sumirem.

Porque eu espero que um dia as mãos de tesoura do Pete, sejam apenas lembranças guardadas em uma caixa e que ele possa me tocar com a palma de suas mãos.