Alguém aqui já viu a segunda temporada? Esse capítulo contém referências aos personagens e episódios, então, podemos correr o risco de ter spoilers pequenos, mas nada que estrague a experiência de ver a série. Só avisando para que vocês tomem cuidado!
Leiam as notas da autora e não se esqueçam de interagir por aqui!
Boa leitura!
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- É melhor que você o deixe em paz.
Aqueles olhos cansados me engoliam por dentro. Eu estava tão perdida na situação quanto qualquer outra pessoa, mas não havia nada que eu pudesse fazer a respeito. Claro que eu não poderia forçar o Eric a me querer, a ficar comigo de novo, isso o faria infeliz.
E eu tinha jurado para mim mesma que seguiria em frente.
Mas parecia que meu coração não entendia isso de jeito algum.
- E quem é você agora, a nova namoradinha do Eric? - meus olhos faiscaram de ódio, nos dela e nos dele. Sem controle do meu próprio corpo, tomado pelo impulso, pela confusão e pela raiva, eu o empurrei com as duas mãos contra a parede do banheiro. E comecei a soltar palavras sem nexo nenhum. - Quem você pensa que é, hein, seu cafajeste? Que história é essa de ficar com uma mulher enquanto tá de casinho com outra, hein? Primeiro foi comigo, você deixou sua esposa lá plantada e ficou comigo, agora tá fazendo o mesmo com a Camila! Quem você pensa que é, Eric Alves, hein? Me diz!
- Eu não traí a Gabi com você. - O assunto pareceu tocá-lo em uma ferida antiga. - Ela... ela morreu... deixou a Luna para que eu cuidasse, lá, sozinho. Eu não traí ninguém, (S\N), eu até tinha sentimentos por você, mas a gente não pode...
As mãos cheias de veias da alucinação da Inês massagearam seus ombros. Daí, foi o estopim. Eu me descontrolei de vez e a empurrei ainda mais para longe.
- E você? Vê se tira a mão dele, sua... sua...
A mulher olhou para mim e sorriu, sem mostrar os dentes. O sorriso parecia o sorriso da minha avó, quando eu fazia algo de errado e ficava puta da vida por ser punida. Mas também, se assemelhava muito ao sorriso de alguém que tinha acabado de cheirar uma carreira. Essa segunda opção provavelmente era a mais provável de acontecer.
- Ah, (S\A), meu bem... você está cansada, não está? - a voz dela era baixinha, como uma canção de ninar no meu ouvido. - Acho melhor você ir para a sua cama, querida. Você tá muito cansada...
- Tô, tô cansada mesmo, tô cansada dessa merda!
Bati na parede com força, com tanta força, que senti que minha mão direita ia começar a doer. De relance, vi os nós dos meus dedos ficando vermelhos e amaldiçoei ainda mais minha vida naquele momento. Olhando nos olhos da Inês, vi que ela ainda sorria, mas não coloquei o orgulho de parte. Nem olhei para trás depois dessa, só fui caminhando na velocidade da luz de volta para a rua deserta, longe do Cafofo Bar.
- Espera, (S\A), você não pode voltar para casa assim.
- O que é que você quer, hein? Me seguindo assim, do nada? Você nem me conhece!
Me virei a tempo de ver apenas a silhueta embaçada da Inês surgindo na rua, seu rosto ficou encoberto pela sombra da lua, de modo que eu só conseguia ver o corpo alto e magro, digno de uma fada, uma visão deslumbrante que meu sonho da noite passada deixou muito clara que não era coisa da minha cabeça.
- É aí que você se engana, meu bem - ela disse, suavemente, andando em minha direção. Seus olhos ficaram brancos de repente, mas devia mesmo ser a luz do poste refletindo neles, conforme ela caminhava cada vez mais perto. - Eu te conheço desde os seus cinco anos e sei exatamente como você é viciada em tomar atitudes precipitadas...
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AMARELO, AZUL E BRANCO | inês/cuca x you
Teen Fiction"Eu não sei diferenciar você de mim." Quando duas almas perdidas e sofridas se reencontram, encontram em si mesmas uma conexão inabalável, quase como um reconhecimento, quase como irmãs gêmeas se reencontrando depois de anos separadas. (S\N), cética...