capítulo 16 - ápice

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Atenção: Estamos no penúltimo capítulo de AMARELO, AZUL E BRANCO!

Pois é, eu não queria ter que dar essa notícia também, mas... Tudo o que é bom um dia acaba, né?

Vou sentir falta de escrever aqui e ter os comentários de vocês pra morrer de rir, mas enfim, ainda não é hora de despedidas, então... Simbora para mais um capítulo!

Esse promete!

Boa leitura e não se esqueçam de interagir!

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(S\N)

- Matinta! Matinta! Matinta, me ajude!

Já estava há algumas horas presa naquele lugar escuro e solitário sem saber o que fazer. O clima do Cafofo estava envolto em uma nuvem negra desesperadora, como se algo estivesse prestes a acontecer. Eu estava morrendo de medo porque Inês havia simplesmente saído e me deixado sozinha, sem as crianças, sem me dar notícias e me explicar que diabos tinha de errado com toda aquela confusão.

E, para ajudar, a ansiedade e os pensamentos intrusivos insistiam que o fim dessa história seria trágico, tão trágico quanto Romeu e Julieta.

Seguindo os conselhos de Inês, eu atirei uma pena que havia passado pela janela, na tentativa de chamar a atenção da entidade. Eu esperava que ela ou Jaciara viessem, em qualquer forma, porque eu precisava desesperadamente de alguém perto ou ia acabar surtando de ansiedade e pânico. É claro que havia uma boa explicação para a avalanche de sentimentos que consumiam meu corpo pouco a pouco enquanto o tempo passava: Eric estava vivo, o Corpo Seco estava nele e já tinha me afetado de novo, revivendo minha síndrome na hora em que abriu aqueles malditos olhos claros. A raiva misturada com a euforia me fez desejar que ele nunca os tivesse aberto, que ele tivesse continuado morto e a correnteza do rio o levasse embora para sempre de forma definitiva. Irônico, não? Considerando que antes eu faria qualquer coisa por aquele idiota... Era uma evolução e tanto.

- Minha querida. 

A voz vinda da janela me confortou ao mesmo tempo em que me assustou. Quando me virei, Matinta estava lá, empoleirada no parapeito, exatamente como fizera sua cria, na primeira noite em que pernoitou lá em casa. A lembrança acalentou meu coração e me fez sofrer ainda mais com a saudade que estava sentindo dela. 

- Ah, Matinta! Ah, Matinta! Que bom que você está aqui, nossa, eu pensei que fosse morrer sufocada de tanta preocupação! - eu me aproximei dela, agarrando as franjas da sua saia enorme e a pegando de surpresa. - Por favor, me diz que tá tudo bem por lá, me diz que nenhum deles está ferido, ou que alguma coisa aconteceu... Me diz que a Inês tá bem, por favor.

Ela não disse nada de início, mas seus olhos tampouco estavam focados em mim. Ela pareceu farejar o Cafofo inteiramente, antes de se virar e me olhar, com aquelas sombras pretas enormes escondendo seus olhos azuis e lindos, parecidíssimos com duas bolas de vidro transparentes.

- As crianças?

- Estão na escola, em segurança. - Eu disse, tendo mais uma síncope nervosa. Minhas mãos suavam e tremiam, meu coração faltava sair do peito. - Por favor, Matinta, responda à minha pergunta, eu te peço! Me livra dessa agonia, por tudo o que é mais sagrado!

AMARELO, AZUL E BRANCO | inês/cuca x youOnde histórias criam vida. Descubra agora