Dale capítulo novo!!!!
Esse não foi escrito antes, então, aproveitem!
Leiam as notas da autora e não se esqueçam de interagir aqui!
Boa leitura!
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(S/N)
Claro que isso não quer dizer nada.
Claro que pode ter sido efeito do choque do acidente, da batida das pedras... Mas eu não acreditei na óbvia mentira de Inês, então, pensar em Manaus se acidentando no surfe parecia impossível.
Só que não havia outra explicação para aquele buraco em sua cabeça. Não havia.
E agora? O que eu podia, o que eu devia fazer para provar que Inês mentiu? E pior, o que eu podia fazer para provar que Tutu estava me enganando esse tempo todo e me escondendo o jogo?
Como ele pôde? Meu melhor amigo, do lado daquela enxerida da Inês?
- Ei, você tá legal?
Sem que eu pudesse perceber, Isac apareceu, desamarrando sua bandana pela primeira vez, enquanto se aproximava do caixão de Manaus. Eu assenti para ele e o vi passar a mão em meus ombros, meus olhos focados em Inês e Tutu. Os olhos dela se desviaram dele e me encararam, trazendo aquele tom de puro ódio à tona.
É guerra que ela quer? Pois é guerra que ela vai ter.
- Nossa, cara, o Manaus era tão gente boa... por que é que as coisas ruins só acontecem com pessoas boas? - ele perguntou, meio debruçado perto do corpo do amigo. Rapidamente, alisei de novo os fios enormes dele e notei que o buraco ainda estava lá. Não era uma alucinação minha, como eu imaginei antes.
Minha cabeça borbulhava de novas possibilidades, e a minha vontade de falar com Inês sobre isso era gritante, mas eu não podia dar a ela o gosto de me manipular, como das outras vezes. Isso não fazia parte de uma guerra. Éramos inimigas e estávamos claramente de lados opostos ali. Minha missão era desmoronar as torres dela, investigar até o fim seus segredos sombrios, nem que isso terminasse comigo morrendo ou me sacrificando pelo bem maior.
- Eu não sei, Isac, eu não sei. - Respondi, pela educação de não deixar o menino no vácuo.
Finalmente, fui me afastando da entrada do velório e saindo, em meio a comoção. Não havia muitas pessoas ali, apenas algumas das muitas garotas com quem aquele homem havia passado longas noites. Algumas tinham barrigas enormes, outras não. Eu me perguntava quantos filhos um homem jovem como Manaus poderia conseguir deixar no mundo, e de como ele tinha conseguido agir daquela forma.
Antes que eu pudesse encontrar a rua que me levaria para minha casa, porém, senti os braços enormes de Tutu me segurando - só soube que era ele pelo cheiro levemente aguçado de grama e suor -, e estava pronta para encarar Inês de novo quando me virei e vi que era apenas ele ali.
- Onde você pensa que vai sozinha? - ele perguntou, solidário. - Vem, eu te levo para casa.
Esperei que estivéssemos em seu carro para perguntar o que realmente me interessava saber.
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AMARELO, AZUL E BRANCO | inês/cuca x you
Teen Fiction"Eu não sei diferenciar você de mim." Quando duas almas perdidas e sofridas se reencontram, encontram em si mesmas uma conexão inabalável, quase como um reconhecimento, quase como irmãs gêmeas se reencontrando depois de anos separadas. (S\N), cética...