Pov Lauren
- DJ. – chamei a garota que estava na arquibancada da escola. Eu peguei dois sanduíches no refeitório e já segui pra onde sabia que ela estaria. A garota virou o rosto me olhou rapidamente e logo voltou encarar o campo vazio a sua frente. Me sentei ao seu lado e estendi um sanduíche enrolado em papel filme. – Você está bem? – desenrolei o meu e dei a primeira mordida.
- Sim, um pouco de dor de cabeça. Só isso. – falou e se entregou ao sanduíche de peito de peru.
- Não tem nada haver com a Ally? – perguntei e ela engoliu e deixou o lanche de lado.
- Ally? – perguntou se fazendo de desentendida.
- É, aquela loira, baixinha que é nossa amiga a uns bons anos. – falei e Dinah bufou. – DJ, fala comigo. Somos amigas. – DJ me olhou e pareceu ponderar.
- Não sei. – ela realmente parecia confusa. Encarei-a esperando que continuasse. – Eu estou com ciúmes dela, mas não tem lógica eu estar com ciúmes dela. Porra, ela é minha amiga. E outra, tem o Troy, ela gosta dele, que eu me lembre foi a primeira paixão dela, você lembra como ela ficava sempre que ele passava por ela e a cumprimentava. E agora ele resolveu enxerga-la e eu estou me roendo de ciúme. – falou e eu engoli, não sabia que estava tão avançado assim.
- Mas por que você não conversa com ela? – perguntei serenamente.
- Laur, Ally é uma menina doce, apaixonada por tudo e todos, ela ama os pais e quer construir uma família como a dela. Sabe, “normal”. – ela fez aspas com os dedos. – Ela tem a religião dela e os pais não aprovariam, e ainda tem mais, ela não gosta de mim assim. Por que eu vou abrir a boca e deixar ela confusa, e ainda ter a chance de estragar a chance de ela ser feliz com um cara que pode ser legal ou estragar nossa amizade? – eu já tinha deixado o sanduíche de lado e encarava Dinah assustada. – Eu prefiro guardar o que sinto só pra mim se no final ela ficar feliz.
- Dinah. – chamei com os olhos arregalados. – Você realmente gosta dela. – eu disse e minha amiga se recostou na arquibancada.
- É, eu sei.
- Desde quando? – perguntei vendo seu olhar triste.
- Eu já nem sei mais. – falou. – Vamos, daqui a pouco temos que voltar pra sala. – Dinah ficou de pé e pegou sua mochila a jogando sobre o ombro esquerdo e seguindo pra dentro do colégio. As vezes estamos tão perdidos em nossos “problemas” que não conseguimos notar o quão nossos amigos precisam de uma mão. Peguei minha mochila e caminhei pelo mesmo caminho que a maior tinha feito a pouco, quando voltei percebi as meninas juntas. Dinah ligada em seu celular, Ally atenta a ela, Vero e Lucy em meio a carinhos. Pelo menos essas duas estão felizes. Passei meu braço pela cintura da Dinah e a guiei pra dentro do colégio quando o alarme soou. Teríamos a próxima aula juntas, e quem sabe ela não precisa apenas de um abraço apertado. Dinah não disse nada, passou seu braço pelo meu ombro e deixou que eu a guiasse por entre as pessoas. E quem vê nem faz ideia do quanto a grandona tem um coração mole. Só espero que ela não se machuque.
(...)
- Hoje eu trouxe minha irmã pra conhecer o restaurante de italianos mais legais que eu conheço. – olhei pra cima e vi Carly acompanhada de uma garota mais baixa que ela, de cabelos curtos e de lábios com um batom escuro. Me levantei e fui dar uma abraço em Carly. – Essa é minha irmã, Demi. – ela apresentou e eu logo apertei a mão da mulher.
- É um prazer, senhorita Lovato. – apertei levemente sua mão e lhe sorri. – Vamos, eu levo as senhoritas até uma mesa.
- Urr, tá toda cavalheira hoje. – Carly disse e empurrou meu ombro com o seu.
- Ei, eu sempre sou. – joguei meus cabelos pra trás e chegamos a uma mesa bem posicionada, puxei a cadeira para as duas e indiquei um vinho do vinhedo do meu avô, disse que o vinho era por conta da casa. Carly quase criou uma discussão comigo por ter feito o mesmo quando ela veio jantar com a mãe. Eu dei de ombros e disse pra ela que isso era pela ajuda que eu iria precisar dela pra escolher vestidos delicados pra minha princesinha. Pronto. Ela já não me deixou mais sair e eu tive que me sentar com elas.
- Você está grávida? – Demi perguntou parecendo realmente curiosa. Carly também parecia curiosa, já que eu não tinha falo sobre isso pra ela ainda.
- Não. É complicado. – cocei a nuca e me perguntei se eu deveria ou não contar, não somos íntimas nem nada. Não que eu tenha vergonha, mas eu não vou escrever em uma placa “TENHO UM PINTO” e pendurar no pescoço, não é mesmo? – E pode ser estranho também.
- Não se sinta obrigada a falar, só ficamos curiosas e intrigadas. Deixa isso pra lá. – Demi apertou minha mão sobre a mesa e sorriu docemente, dando uma confiança a mim.
- Não, tudo bem. Eu não sou uma garota, toda garota. Eu tenho três cromossomos, dois x e um y, por causa disso, mama não pode ter mais filhos e eu tenho órgãos genitais masculinos, ao invés de femininos. – falei e Carly deixou o queixo cair e me encarou de olhos arregalados, antes de descer os olhos pra baixo, que bom que a mesa não a deixa encarar minha calça.
- Mentira, você tá brincando? – perguntou e eu neguei. – E funciona? – perguntou e eu corei.
- Claro, não é Carly. Se ela vai ser mãe. – Demi bateu no braço da irmã.
- Nossa, que legal. – Carly disse. – Posso ver?
- Não? – falei me interrogando. – Não, claro que não. – agora afirmei envergonhada.
-É brincadeira, Laur. – Carly beijou meu rosto. – Você continua sendo um doce. – Demi tinha um pequeno sorriso nos lábios, e tenho que confessar que é um lindo sorriso.
- E vai ficar entre nós. – Demi disse. A conheci a alguns minutos e posso dizer que confio. Pratos chegaram e o garçom disse que era cumprimento da mama para minhas novas amigas. As meninas agradeceram e eu bebi alguns goles do ótimo vinho. – E é sua namorada que está grávida?
- Não. – falei e deixei a taça de lado. – É a mãe da minha melhor amiga. Aconteceu e ela engravidou. Mas somos amigas, e vamos ter uma filha, não tinha por que ser diferente.
- Garota, que história. Isso daria um filme. – Carly disse.
- E você não sabe nem da metade. – falei e ergui a taça, nós três brindamos e jantamos juntas aquela noite. Conversamos muito e nos conhecemos mais. Era nítida a diferença das duas, Carly mais brincalhona e Demi mais séria. Mas dava pra notar a cumplicidade e amizade entre as duas. Foi uma noite extremamente agradável.
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My Favorite Woman
FanfictionCamila, uma mulher de trinta e três anos, grávida de seu chefe. Um homem muito respeitado no meio político e que não iria assumir seu filho. Mais uma vez, a história se repete. Mais uma criança que ela vai criar sozinha. Ela só não contava com a aju...