Capítulo 19 - Vou tentar ao máximo.

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Pov Camila

Aquela dor estava começando a incomodar. Deixei as meninas na sala e fui até meu banheiro, lavei o rosto e encarei meu reflexo por alguns segundos. Resolvi tomar um banho e comecei a me despir. Assim que retirei minhas peças intimas notei algo errado, eu estava sangrando. Ouvi Lauren me chamar e vesti rapidamente as peças mais fáceis.

- Camz, o almoço chegou. – ela disse e terminei de me vestir.

- Laur. – encarei-a tentando segurar as lágrimas. – Eu tô sangrando. – falei e a garota ficou com o semblante devastado.

- Temos que ir para o hospital. – ela disse e eu assenti. – Você toma um banho rápido enquanto eu arrumo sua bolsa e pego uma roupa. – Lauren disse e eu concordei. Voltei pra dentro e voltei a me despir logo indo pra debaixo do chuveiro. Ouvi ela falar com a minha médica e fiquei feliz por ela estar ali. Foi um banho extremamente rápido. Eu logo saí enrolada em uma toalha. Vi as roupas em cima da minha cama e comecei a me trocar. Lauren não saiu, ficou ali como se pra saber se eu não desmaiaria ou algo do tipo. Assim que terminei ela pegou minha bolsa e segurou minha mão com firmeza. Descemos as escadas e as garotas estavam almoçando.

 - Nós já estamos terminando. – Dinah disse.

- Vamos ao hospital, Camila teve um mal estar. – seus dedos entrelaçados aos meus me passando segurança.

- Mãe, você está bem? – Vero levantou preocupada.

- Sim, bebê. Tá tudo bem. – acariciei seu rosto e beijei sua testa.

- Vem, Camz. – Laur me puxou levemente e eu a acompanhei. Em segundos estávamos indo em direção ao hospital. Por ser domingo eu fiquei surpresa da doutora Chelsea estar trabalhando, mas assim que chegamos a recepcionista nos encaminhou até a sua sala. Dizendo que ela havia pedido que assim que chegássemos fossemos levadas direto pra lá. Eu estava com medo, confesso. Muito medo de perder o nosso bebê.

- Como você está, Camila? – ela perguntou.

- Acho que bem, sentindo um pouquinho de cólica e vi que estava sangrando. – falei e ela assentiu. Lauren estava ao meu lado o tempo todo e estava atenta a qualquer detalhe. A doutora me levou até a maca e disse que veríamos o que estava acontecendo. Ela espalhou o gel gelado e pousou o aparelho em meu ventre. As imagens começando a se formar na tela. A doutora ficou com toda a sua atenção na tela.

- Está tudo bem, podem respirar aliviadas. Foi apenas um descolamento da placenta. – ela disse e eu realmente respirei aliviada. – Você só precisa de repouso. – a médica desligou a máquina e ouvi Lauren suspirar e vir até mim me ajudando a levantar. – Cessem um pouco as atividades sexuais, e quando for acontecer, façam com carinho. – a mulher disse, vi Lauren corar ao meu lado.

- Okay. – foi tudo o que ela respondeu.

- Camila, vou te passar apenas um remédio pra que se sinta melhor e um atestado de três dias. – a doutora disse e eu assenti. Eu estava me sentindo incrivelmente melhor, só de saber que nosso bebê estava bem. Saímos dali direto pra uma farmácia. Eu peguei algumas coisas que eu estava precisando e no final tivemos uma pequena discussão na frente do farmacêutico pra decidir quem pagaria. Usávamos argumentos pra saber quem venceria. No final eu consegui dizendo que logo viriam as fraldas. Voltamos pra casa e as meninas ainda estavam ali parecendo preocupadas. Eu expliquei tudo.

- Você tem que cuidar da minha mãe direito, Lauren. – Vero esbravejou.

- Meninas, a Camila precisa descansar, se vocês não se importarem. – Lauren disse e a vi corar de novo, é até engraçado a maneira fácil como ela ruboriza.

- Nós já vamos mesmo, só queríamos saber se estava tudo bem. – Ally disse e foi logo beijar o rosto da Lauren. Dinah bateu em sua mão e Lucy a abraçou. Vero anunciou que acompanharia as meninas e saiu da casa com elas.

- Você tem que comer alguma coisa. – Lauren disse e me guiou até a cozinha. Comemos o almoço que ainda estava ali em meio a um silêncio confortável. – Eu fiquei com medo. – Lauren confessou baixinho. Levantei meu rosto pra encara-la, mas ela estava com a cabeça baixa. – Tive medo de perder nosso bebê, Camz. – ela finalmente levantou o rosto e me encarou com os olhos marejados.

- Tá tudo bem, Laur. Ele tá bem. – falei e acariciei sua mão sobre a mesa. – Eu também tive medo, mas agora está tudo bem. – ela pousou sua mão sobre a minha e a levantou, levando em direção a seus lábios e deixando um beijo casto.

- Que bom. – ela disse simplesmente. – Eu amo o nosso bebê. – sorri com sua frase dita de maneira tão sincera que suas palavras também eram refletidas pelos seus olhos. - Agora acho que você deveria descansar. - Lauren disse assim que terminamos de almoçar.

- Concordo com você. - falei e a garota coçou a nuca. Já notei que ela sempre faz isso quando está nervosa. - Pode falar, Laur. - eu disse e a menina me encarou.

- Posso ficar um pouco mais? Não quero te deixar sozinha agora. - ela disse e pigarreou.

- Claro, Laur. Na verdade eu ia te pedir isso. É mais fácil dormir quando você faz carinho no meu cabelo. - confessei e a garota sorriu.

- Ótimo. - ela disse. - Tenho que cuidar do meu bebê. - a garota disse e assim subimos em direção ao meu quarto. Assim que entrei fui logo me deitar em minha cama. Tirei minhas sandálias com os pés e suspirei abraçando meu travesseiro. Virei o rosto a procura da garota e a vi sentada na poltrona me observando. É engraçado onde chegamos. Ela vinha passar um final de semana em casa, ou algumas tardes. Sempre educada e tímida. As vezes fazendo o dever de casa ou um trabalho em grupo. Tomou pra si uma responsabilidade tão grande, e agora é a mãe do meu bebê. Que bom que ela estava aqui hoje.

- Vai ficar ai? - perguntei, tenho que confessar, o carinho dela é tão bom pra dormir.

- Quero ter certeza que estão bem. - ela disse simples e sem tirar os olhos de mim.

- Senta aqui, Laur. Faz carinho no meu cabelo que eu vou dormir melhor. - a garota se levantou e veio com cautela. Se sentou na cama e bateu em sua perna indicando que eu repousasse minha cabeça ali, foi o que eu fiz. Ela começou a acariciar meu couro cabeludo com a ponta dos dedos e eu quase gemi em satisfação.

- Quando você teve a Vero tinha medo de não conseguir ser uma boa mãe? - perguntou em meio a carícias.

- Sim, o tempo todo. Tive minha mãe um tempo pra me ajudar, mas depois de um tempo eu percebi que tinha que andar com minhas próprias pernas, por isso decidi me mudar pra cá. - contei. - Por que tá perguntando isso?

- Tô com medo de não ser uma boa mãe. - falou e eu pude ouvir o tremor em sua voz. Levantei meu rosto pra encarar o seu. Os olhos verdes em um brilho de expectativa.

- Por que tem esse medo? - perguntei realmente interessada. As carícias agora mais leves e lentas.

- Quando eu era pequena, minha mãe me deu uma boneca, e eu arranquei a cabeça dela. - a garota encarava o nada a sua frente e eu ri da sua história.

- Vai arrancar a cabeça do nosso filho? - perguntei divertida.

- Não, não. - ela dizia e negava com a cabeça agora me olhando.

- Então você vai ser uma boa mãe. - deitei de novo e as carícias retornaram.

- Vou tentar ao máximo. - o silêncio tomou conta do quarto e em poucos minutos relaxei totalmente com suas carícias e caí no sono.

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