Capítulo 5 - Diga de uma vez, Lauren.

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Pov Lauren

- Ela ainda não tá falando com você? - Ally perguntou se sentando ao meu lado no almoço. Levantei a cabeça e olhei pra Vero que estava na ponta, Dinah estava ao seu lado.

- Não. - ainda estava com um pequeno curativo no supercilio. Peguei minha maça e dei uma mordida. Ally colocou um pudim em minha bandeja e agradeci com um sorriso.

- Ainda não entendi essa história, Laur. Como você, e a Camila? Meu Deus, não entendo. - Ally parecia confusa.

- Aconteceu Ally. - eu nunca soube mentir, então acho melhor não inventar muitos detalhes.

- Mas caramba. Deixa pra lá, não quero entender, essa sua vida sexual é estranha demais pra mim. - e pra mim que nem ao menos tenho uma? - Já falou com seus pais? - perguntou e eu engoli o que tinha na minha boca e logo encarei a baixinha. - Quando vai falar?

- Hoje ainda. - segunda-feira, minha mãe vai me matar. Eu voltei pra casa no domingo e meus pais já estranharam, por que sempre vamos da casa de uma das meninas pra escola, só voltamos pra nossa casa na segunda-feira, mas como Vero estava chateada eu preferi ir pra casa no domingo mesmo. - Só não sei como contar.

- Diz a verdade. - olhei pra Ally e me imaginei dizendo que na verdade o bebê não era meu, mas eu resolvi assumir pra ajudar uma mulher de trinta e três anos, e que a propósito é mãe da minha melhor, ou ex melhor amiga. Não, a verdade não é uma boa ideia.

- É, talvez você tenha razão. - falei e fiquei em silêncio voltando ao meu almoço. Quando terminei olhei em direção a Vero que me encarava, ela logo desviou o olhar e eu bufei.

- Com licença, posso me sentar aqui? - olhei para o lado e vi uma garota de longos cabelos brancos apontando para a cadeira vazia ao meu lado.

- Oh, claro. - falei e a garota se sentou ao meu lado. Estendi minha mão pra ela. - Lauren Jauregui.

- Lucy Vives, nova por aqui. - ela disse e apertou minha mão.

- Seja bem-vinda. - Ally também se apresentou pra ela e logo nos envolvemos em um assunto. Ally sempre faz amizade rápido, então ela se deu bem rapidamente com a novata. Quando o sinal bateu nós voltamos pra sala. Dinah e Vero se juntaram a nós e logo conheceram Lucy. Vero nem me olhava, mas eu a conheço, sei que isso logo passa. É capaz dela ainda estar chateada por que eu não contei que "perdi" minha virgindade.

(...)

- Mama. - entrei na cozinha do restaurante e a mulher estava ajudando no preparo dos alimentos.

- Oh, minha bambina. - ela veio me cumprimentar e deixou dois beijos em meu rosto. Quero ver se depois do que tenho pra contar ainda vai ter beijinho.

- Temos que conversar, onde está o papa? - perguntei e a mulher me encarou desconfiada. Dona Clara sempre parece notar as coisas.

- Estou aqui. - meu pai entrou na cozinha com uma caixa de legumes fresco. - Sobre o que quer conversar, bambina?

- Podemos ir para a adega de vinhos? - ainda eram quatro da tarde, então o lugar estaria vazio. Os dois assentiram e seguimos pra lá, não é o melhor lugar pra contar aos pais que eles serão avós, mas era o que tinha para agora, eu não queria esperar mais.

- É algo sério. - papa comentou e eu assenti, tinha uma cadeira e eu logo ofereci pra minha mãe se sentar, tinha reais chances dela desmaiar ou usar a cadeira pra me bater.

- Mama, papa. Aconteceram algumas coisas e teve alguns erros de percurso e consequência. - foi a forma que eu achei de começar. - Eu tive relações sexuais com uma mulher. Só que... caramba, como vou contar isso? - me perguntei e comecei a dar passos pela adega.

- Diga de uma vez, Lauren. - minha mãe disse e eu parei encarando os dois.

- Vocês vão ser mães, não, avós, eu vou ser mãe. - falei e acabei me enrolando, torci pra que eles tivessem ao menos entendido.

- Mike, você não ensinou a garota a usar camisinha. - sim, ele ensinou, com uma berinjela.

- Óbvio que eu ensinei, Clara. Lauren, você estava prestando atenção quando eu te expliquei? Papa te deu uma caixa de camisinhas, filha. - infelizmente eu estava.

- Eu prestei atenção, papa. Acho que talvez a camisinha tenha estourado. - eu já estava corada com essa situação, eu não queria falar disso com meus pais, não desse jeito.

- Quem é a garota? Nós conhecemos os pais dela? É a Vero, Laur? - minha mãe disparou, ela insistia em acreditar que eu e Vero tínhamos ou teríamos algo. Credo.

- Não mama. Na verdade, é a senhorita Cabello, a mãe da Vero. - meu pai arregalou os olhos e minha mãe colocou a mão na testa, meu pai começou a abana-la.

- O que pretende fazer agora, Lauren? Além de assumir o bebê, claro. - meu pai disse rígido.

- Claro que vou assumir. - falei convicta. - Eu queria começar a trabalhar aqui, eu sei que vocês acham que eu devo me concentrar só nos estudos, mas eu vou precisar de um emprego.

- Vai mesmo, crianças são caras. - papa disse e minha mãe parecia chateada com a situação. - Mas falamos disso depois. - me aproximei e me ajoelhei de frente a minha mãe.

- Mama, não fique decepcionada comigo.- eu pedi e a mulher me encarou com os olhos marejados.

- Você é tão nova, meu bebê. - mama acariciou meus cabelos e beijou meu rosto, um bom sinal pelo menos. - E eu também, sou tão nova pra ser vovó. - a mulher deixou uma lágrima cair, mas com um pequeno sorriso nos lábios.

- É bom que vai dar pra você aproveitar muito o seu netinho, mama. - falei e a mulher limpou a lágrima que insistia em rolar em seu rosto.

- Ela já marcou o primeiro pré-natal? - mama perguntou e eu me pus de pé percebendo que ela, de certa forma, já havia acetado a situação.

- Não sei. - confessei e nós três seguimos para a saída da adega.

- Pois você vai a casa dela saber disso, e vai levar algo pra ela jantar também. - mama disse e ia falando tudo que eu tinha que perguntar, fazer e saber. Só se eu tivesse um bloquinho e caneta pra lembrar de tudo que ela me disse.

- Mama, pode fazer sua lasanha pra que eu leve um pedaço pra Vero. Ela ficou um pouco chateada com toda essa situação. - falei e minha mama me encarou por breves dois segundos.

- Tem certeza que essa garota não é apaixonada por você, minha bambina? - mama perguntou e eu acabei rindo. Sabe quando sua mãe sempre acha que você está com seu melhor amigo?

- Não, mama. Vero é minha amiga, e ela gosta da mesma coisa que eu. - mama deu uma leve risada, indo preparar o que pedi. Avisei que iria a nossa casa tomar um banho antes de voltar e buscar o jantar da Camila e Vero.

My Favorite WomanOnde histórias criam vida. Descubra agora