Capítulo 72 - Camz, o que aconteceu?

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Pov Lauren

- Mama, posso conversar com a senhora? - perguntei entrando na cozinha, vendo a mama ensinando algo para o recém contratado cozinheiro.

- Claro, bambina. - ela veio em minha direção e saiu da cozinha ao meu lado. Por ainda ser parte da tarde, o restaurante estava quase vazio.  - O que tem te afligindo? - ela perguntou e eu a encarei com uma sobrancelha arqueada. - Eu sou sua mãe, não duvide de nada.

- Okay. É a Camz. - falei.

- O que tem minha nora preferida? - seu semblante era sério.

- A senhora só tem ela de nora. Ela tem sentido dores de cabeça, tontura e passado mal com algumas comidas. Mas ela não quer ir ao médico, diz que é enxaqueca, só que isso já tem uma semana. - expliquei e mama parecia atenta.

- Eu vou visitar minha nora. - ela disse tirando o avental.

- Disfarça em, não deixa ela saber que você sabe de algo. - falei e mama me deu dois tapinhas no braço.

- Querida, onde você faz curso eu dou aula. - mama disse e saiu. De onde ela tirou isso?

- Ela é maravilhosa, não é? - olhei para meu lado e vi o papa encarando a mama.

- De onde o senhor surgiu?

(...)

- Laur, sua mãe ligou, disse que pode ir pra casa. - Allan, ajudante do papa disse. Olhei em meu relógio e constatei ser quase cinco da tarde.

- Mas tá bem cedo. - falei e ele deu de ombros.

- Ela disse pra não demorar. - o homem saiu. Avisei ao papa e fui logo pra casa, cheguei a me preocupar. O que mama havia descobrindo que a fez me chamar com urgência? Assim que cheguei, mama abriu a porta e me deu um abraço apertado, beijou meu rosto diversas vezes. E esses gestos me fizeram ficar com o coração apertado.

- Parabéns, bambina. - mama disse antes de me beijar uma última vez e sair de casa entrando em um taxi que já estava estacionado ali. Não entendi o que ela quis dizer, mas já não adiantaria questionar, ela já estava longe. Camz surgiu apenas de calcinha e uma camiseta minha. Eu adoro quando ela está vestida assim.

- Oi, meu amor. - ela disse estendendo os braços pra mim. Fui rapidamente em sua direção e a abracei apertado.

- Oi, minha Camz. - cheirei seu pescoço e deixei um pequeno beijo ali. - Você está cheirosa. - ela sorriu gostosamente.

- Eu pedi comida. Se importa? - ela perguntou e eu neguei.

- Onde estão Vero e Valen? - perguntei ainda agarrada a ela.

- Dormindo no nosso quarto. - as vezes parece que até Vero já é minha filha, e eu adoro zoar ela com isso.

- Então podemos namorar um pouquinho. - eu comecei a beijar seu maxilar. - Enquanto as crianças dormem, os adultos fazem a festa. - a peguei pelas coxas e a fiz circular minha cintura. Caminhei até o sofá e nos sentei ali.

- Você é só um ano mais velha que a Vero. - Camila beijou meu rosto em meio a risadinhas gostosas.

- O que vale é a idade mental, amor. - falei e ela sorriu. Não há nada mais belo que seu sorriso. Não há nada mais apaixonante do que Camila. Eu não saberia dizer o que ela fez comigo, mas todas as vezes que a vejo eu engulo seco e sempre me pergunto como ela pode ser tão linda.

- Para de me olhar, Lo. - Camz disse e fechou meus olhos com suas mãos.

- Deus, Valen fez um coco horrível. O que essa menina ta comendo? - Vero veio em nossa direção, suas palavras saíram mais finas, por ela estar falando com o nariz tapado. - Eu a troquei, mas merecia um prêmio Nobel da paz por isso. - Vero livrou seu nariz e nos entregou Valen que ficou toda animada em nosso colo. - Um sofá desse tamanho e vocês tem que sentar uma no colo da outra? - a latina mais nova se sentou bem ao nosso lado estragando todo o clima de romance.

- A gente não pode por ela pra estudar em algum colégio interno? - perguntei a Camz que riu.

- Eu disse que ela é uma madrasta ruim, mama. Eu falei. - Vero disse batendo em meu ombro. A campainha tocou e ninguém se moveu. Tocou novamente e nada. Mais uma vez.

- Eu atendo. - Camz se sentou ao meu lado e eu fui até lá, o cara segurava o jantar com a cara mais entediada que eu já vi em toda minha vida. Um boné amarelo ridículo e uma camisa vermelha. Acho que só o uniforme já entedia o cara.

- Trinta e dois dólares. - ele disse enquanto mastigava um chiclete. Paguei o garoto e dei uma gorjeta de dois dólares. Eu não tinha mais dinheiro trocado. Ele saiu reclamando até a motocicleta estacionada ali na frente. Por que tanto mal humor, gente? Voltei pra dentro com os dois sacos.

- Vamos jantar? - chamei e Vero passou por mim pegando os sacos e indo pra cozinha. Camz veio com Valen em seu colo e segurou minha mão me levando até a cozinha. Quando chegamos lá, Vero já estava comendo batatas fritas. Hambúrgueres e batatas fritas, saudável, bem saudável.

- Deus, eu amo carne. – Vero disse e eu fiz uma careta.

- Dá pra ver, consigo ver seus dentes triturando a carne. – eu disse e ela me deu língua.

- Vocês implicam demais entre si. - Camz comentou comendo uma batata.

- É nossa forma de demonstrar carinho, não é piroquinha? - Vero disse e eu revirei os olhos. Piroquinha, até parece.

- Vou tapar os ouvidos da minha filha pra não ouvir essas baboseiras. - pus minhas mãos nos ouvidos da Valen, que me olhou com dúvida, enquanto tinha parte de uma batata frita em sua boca e a outra parte sendo apertada em sua pequena mão. - Te amo, bebê. - me aproximei e beijei o nariz dela. A garota sorriu e enfiou toda sua batata em minha boca. - Tá um pouco úmida. - comentei. Eu lhe entreguei outra batata e voltei a comer, até ouvir um arroto estrondoso.

- Valen? - Camz perguntou e nós três olhamos pra pequena. Vero começou a gargalhar alto.

- É minha irmã mesmo. - minha amiga idiota disse.

- Ela tá ficando tempo demais com a Vero. - eu disse pra Camz que acabou rindo.

- Bom, eu estou satisfeita. Vou para meu quarto ligar pra minha namorada linda. - Vero jogou um beijinho pra nós e veio até Valen dar um beijo em seu rosto redondo. Quando ela saiu não demorou pra que terminássemos, nós duas fomos até o quarto da Valen. Demos outro banho e a vestimos, a chupeta em sua boca sendo sugada com força, Camz já tinha dado peito a ela e a posto em seu berço. Valen nos olhava com os olhinhos pesando. Se fechavam por alguns segundos e voltavam a abrir rapidamente, lutando com o sono.

- Nossa filha é linda. - dei um longo selinho na minha mulher e beijei seu rosto em seguida. Camz segurou minhas mãos e beijou as duas.

- Vamos para nosso quarto. - me puxou até lá, assim que entramos ela trancou a porta, Camz quer hoje? Não esperei mais nada e a abracei de costas, beijando sua nuca e dando mordidinhas em seu pescoço e ombro. A mulher segurou minhas mãos em sua cintura e se livrou de mim. - Calma, amor. - a mulher disse e me levou até nossa cama. Se sentou em meu colo. Como ela me diz pra ter calma e senta dessa forma, em trajes tão miúdos. - Quero conversar. - agora? Ela quer conversar logo agora? – Eu tenho algo importante pra lhe contar. – a latina disse e desviou o olhar do meu, senti seu nervosismo, a forma de respirar mostrava que tinha algo de errado, mas eu não fazia a menor ideia do que poderia ser. Camz suspirou mais uma vez e eu fiquei preocupada.

- Camz, o que aconteceu? – perguntei segurando seu rosto e a fazendo me encarar. A latina olhou pra baixo e mordeu o lábio inferior. – Conte-me.

- Estou grávida.

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