Pov Lauren
Eu odeio ervilhas, Camila ama ervilhas, Camila fez ervilhas e me obrigou a por em meu prato, aparentemente tem muitos nutrientes. Se é verde e não me faz virar o Hulk, não há uma vantagem real. Eu estava apenas mexendo com as pequenas ervilhas pra ver se ela esquecia a ideia de que eu tenha que comer isso aqui. Meus pais conversavam animadamente.
- Coma suas ervilhas. – minha namorada e minha mãe disseram ao mesmo tempo me assustando.
- Vocês só podem estar brincando comigo. – falei frustrada empurrando meu prato. – Eu já comi. – disse tentando parecer convincente.
- Lo, por favor. Só algumas. – Camz disse se virando pra mim e fazendo carinho no meu rosto. Ela pegou meu garfo com algumas ervilhas e um pouco de purê. – Abre a boca. Só isso aqui. – Sim, eu comi. Vocês não comeriam? Por favor. Se vissem a carinha dela de cachorro pidão e o grande sorriso que ela deu depois que comi. Fala sério, eu não sou trouxa por ela, só que, quem não seria. A risada dela, o sorriso quando ela se envergonha. Droga, eu sou trouxa, não sou? Não me julguem, por favor.
- Camila deveria ter sido babá da nossa, bambina. – meu papa disse e eu me pus a pensar sobre.
- Eu teria me apaixonado por minha babá? – perguntei e Camila me encarou.
- Não sei, pelo menos comeria ervilhas. – meu papa disse terminando de comer, qual o problema dessas pessoas com ervilhas?
- Seria uma babá gostosa, pelo menos. – falei baixinho e ganhei um tapa na perna. – Ai, o que eu disse? – perguntei me fazendo de desentendida.
- Eu tô do seu lado, eu ouvi. – ela disse e desviou a atenção de mim para meus pais. – Então, nós queríamos conversar com vocês. – Camz disse e eu apenas assenti.
- Você está grávida de novo? – minha mama disse com os olhinhos brilhando. Olhei para o nosso lado onde Valen dormia tranquilamente em seu carrinho. Vero havia ido dormir na casa da namorada, dessa vez Camz concordou facilmente.
- Não, sogra. Vamos esperar um tempo agora. – nunca tínhamos falado sobre ter mais filhos, nem futuramente, mas com o que Camz disse ela parecia querer ter mais. E eu, amei a ideia.
- Casamento? – meu papa perguntou, eles nunca esperam a gente dizer, sempre tentam supor algo. Não seria mais fácil esperar a resposta correta de uma vez?
- Calma, papa. – tomei a frente, eles ficariam no joguinho de adivinhação por muito tempo. – Nós resolvemos morar juntas. – falei e os dois nos encaravam meio que sem entender.
- Mas vocês já não estão morando juntas? – mama perguntou com uma cara carregada de dúvida.
- Na verdade, não estávamos entendo por que Lauren ainda tem coisas em nossa casa. – papa disse e eu fiquei olhando para os dois.
- Decidimos morar juntas hoje. – falei.
- Mas já estão morando juntas a meses. – mama disse. – O que essas crianças tem na cabeça, querido? – ela perguntou a meu papa que deu de ombros.
- Então, por vocês, tudo bem? – Camz perguntou e os dois assentiram.
- Claro. – papa disse. – E então, por isso o jantar? – ele perguntou e eu assenti. – Achei que finalmente era sobre casamento. – revirei os olhos.
(...)
Valen tinha acordado e depois de mamar ficou comigo e com meu papa na sala. Meu velho tentava a todo custo tentar fazê-la rir. Tudo em vão. Valen ri pra qualquer coisa que se mexa, menos para o avô babão.
- Onde está o vovô? – papa perguntava cobrindo o rosto e olhando a menina que parecia concentrada nele. – Achou o vovô. – ele disse descobrindo o rosto e tinha um grande sorriso para a pequena que nem reação teve. – Por que ela não gosta de mim? – ele perguntou cruzando os braços, fazendo birra como uma criança de sete anos.
- Eu não sei. – levantei Valen fazendo a me olhar. – Você não gosta do vovô, meu amor? – perguntei e a garota abriu um sorriso enorme e começou a mexer os bracinhos, tentando em vão me pegar, as perninhas balançando como seus bracinhos.
- Argh, ela nem disfarça que tem preferência. – ele disse fazendo uma carranca, mas logo voltou com um sorriso engraçado. – Mas é interessante, você era do mesmo jeito quando tinha a idade dela. – ele disse e eu estranhei, todos falam que eu era a sombra do meu papa. – Quando tinha poucos meses de nascida você nunca ria pra mim. Ria pra qualquer pessoa na rua, mas quando me via o sorriso se fechava. Mas quando fez um ano de vida, virou meu grude. Você era tão fofinha, filha. E ficava uma gracinha quando eu tentava te ensinar a fazer xixi em seu pinico. – ele disse e apertou minhas bochechas, que desnecessário seu comentário, papa. Mama e Camz apareceram na sala, conversando como se o mundo fosse acabar na outra manhã e elas não pudessem mais se falar. Subiram as escadas e continuaram a conversar. Não sei se elas conseguem parar, na verdade. Será que é algum código de ética de sogras e noras? Bom, eu não sei. Nunca conversei com a minha de verdade.
- Do que elas tanta falam? – perguntei voltando a atenção a meu pai.
- Sabe filha, eu tenho uma teoria que nem elas sabem. Elas só estão falando, não estão escutando uma a outra. – e do que adianta a falar? - Pode notar que quando nós paramos pra ouvi-las, não falamos nada, elas sempre acham que não estamos ouvindo. Eu vou ganhar milhões com essa teoria, tenho que patentear isso. – do que meu pai está falando? Ele sabe que não faz sentindo algum?
- Você é mais louco do que as duas juntas. – falei e ele me encarou desapontado.
- Eu vou chamar sua mãe pra gente ir. – ele se levantou e quando passava por mim bateu o dedo na mezinha de centro e saiu pulando segurando seu pé. Valen começou a rir e soltar pequenos gritinhos. Papa parou ainda segurando seu pé. – Disso você gosta, não é sua pestinha? – ele disse e esticou os braços pra ela que foi de bom grado. Eu não vou ficar sozinha, então segui os dois até o quarto da Valen. Camz arrumava o que parecia ser uma terceira bolsa, eu olhei aquilo tudo sem entender. Vamos sair? Se for, falta três bolsas pelas minhas contas.
- Pra onde vamos? – perguntei.
- Nós não, Valen vai. – Camz disse e eu a olhei carregada de dúvidas.
- Vamos levar nossa netinha pra dormir com a gente essa noite. – mama disse e papa ganhou um sorriso maior que seu rosto.
- Mas ela não dorme sem a gente. – falei apontando pra mim e Camila.
- Menina, eu cuidei de você dezessete anos, acha que não consigo fazer um bebê dormir? – mama perguntou apontando o dedo pra mim.
- Mas ela é tão pequena. – falei encarando minha princesinha.
- Amor, nossa filha precisa de independência. – Camz disse vindo até mim e me dando um breve selinho. Alguém aqui se lembra que minha filha só tem três meses? Bom, não teve jeito. Minha menininha foi mesmo dormir fora de casa. Camila os levou até a porta e eu fiquei em nosso quarto tentando entender por que de minha filha de três meses dormir fora de casa. Camz chegou ao quarto, fechou a porta e veio em minha direção. Sentou em meu colo e me deu um breve beijo. – Agora somos só você e eu. – ela disse e rebolou no meu colo. Oh, agora entendi. Tomara que minha filha tenha uma boa noite de sono. Por que eu nem quero dormir hoje.
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My Favorite Woman
FanficCamila, uma mulher de trinta e três anos, grávida de seu chefe. Um homem muito respeitado no meio político e que não iria assumir seu filho. Mais uma vez, a história se repete. Mais uma criança que ela vai criar sozinha. Ela só não contava com a aju...