Pov Camila
- Qual é a do shampoo se ela não tem cabelo? – Vero perguntou enquanto eu dava banho na Valentina. Lauren está trabalhando hoje, e tenho que confessar que estou com saudade da minha branquinha. As aulas das duas retornaram, é o último ano.
- Pra lavar o couro cabeludo. – eu disse e Vero ficava atenta a menina. Estamos no meu quarto, a banheira em cima da cama e Vero deitada próxima a ela, parecendo assistir a irmã.
- Ela parece com a senhora. – Vero disse e eu a olhei sorrindo. – E comigo.
- Claro, as duas são minhas filhas e lindas, tem que parecer comigo mesmo. – falei e Vero acabou rindo. Depois de dar banho na Valen, eu a enrolei em sua toalha e a entreguei pra Vero. – A vista pra mim, por favor. – vi minha filha mais velha engolindo em seco e segurando sem jeito a irmã, encarando a criança parecendo assustada. Vero sempre tá perto da irmã, eu já a vi no quarto de Valentina de madrugada olhando a pequena quando ela chora. Mas ela não tem muito jeito e sente medo de machuca-la. Acho que se ela fazer coisas pequenas vai acabar se acostumando e perdendo um pouco desse medo.
-Eu? – ela perguntou quase dois minutos depois, enquanto eu estava terminando de guardar as coisas.
- É, Vero. As roupas estão do seu lado. E faça logo isso, ela não pode ficar pegando frio no corpinho. – minha filha me olhou e voltou os olhos pra irmã. A vi começar a sussurrar algo e tentar vestir a menina. O que ela não contava é que Valentina fizesse xixi. Vero começou a tentar parar a urina com a toalha e me olhou assustada. Eu queria muito rir dela. – Calma, ela já vai parar. – eu disse e ela parou de se mexer encarando Valen que não tirava os olhos dela. Fui em direção as duas e me sentei ao lado da Vero que segurava a toalha no mesmo lugar. – A fralda primeiro. – peguei e entreguei pra ela. Vero segurou meio acanhada e tirou a toalha, não tendo certeza que já era a hora. Peguei a toalha e Vero começou a fazer o processo enquanto eu lhe dava instruções, quase quinze minutos depois ela conseguiu vestir Valentina, que a essa altura estava soluçando de frio. A enrolei em uma manta e a deixei com Vero que se levantou da cama e saiu do quarto com a irmã. Sabe uma coisa que sempre se tem com um recém nascido em casa? Roupa suja. Eu lavo todos os dias, e todos os dias parece que tem mais roupa. Juntei todas as roupas e as levei pra lavanderia, tentando lavar tudo. Depois de deixar a maioria das peças de molho, eu segui para a cozinha. Vi Vero na sala com a Valentina, ela parecia tá explicando o filme de ação pra irmã. Valentina já tem um mês de vida, e cada dia é um pouco mais de amor que nasce. Lauren praticamente está morando aqui, mas nunca tocamos nesse assunto de verdade, o fato de eu ter dado uma cópia da chave pra ela quer dizer muita coisa, não é?
- Oi, meu amor. – senti um beijo sendo deixado no meu ombro e me virei vendo a garota com um grande sorriso. Lhe puxei em minha direção e beijei seus lábios.
- Que horas são? – perguntei beijando seu rosto. Lauren sempre chega as vinte horas, eu nem devo ter visto o tempo passar então.
- Cinco da tarde. – ela disse me abraçando e eu a olhei com as sobrancelhas arqueadas. – Eu não estava aguentando de saudade e meu pai me mandou vir embora, ele disse que não tava aguentando me ver andando de um lado para o outro e aparentemente, eu cometi pequenos erros. Ele achou que ele teria mais lucro se eu viesse logo pra cá. – Lauren explicou com as bochechas coradas, e eu não aguentei tanta fofura. Comecei a beijar ela, que ficava até perdida com tanto beijo, antes de parar em seus lábios e agarrar seu pescoço, a trazendo pra mais perto de mim. Lauren abraçou meu corpo de forma tão possessiva que isso fez nascer arrepios em meu corpo. O beijo parecia faminto, desesperado.
- Hum, acho que ela quer comer. – ouvimos e nos separamos rapidamente, vendo Vero com Valen nos braços, as duas nos olhavam e tinham a mesma expressão. – Parece que vocês também. – Vero comentou inoportunamente. Me entregou Valentina e saiu arrastando a Lauren dizendo que iam conversar.
- Sua outra mãe me deixa louca. – comentei com Valentina, quando percebi que eu estou excitada apenas com um beijo. Isso que dar tanto tempo sem nada. Valentina nem queria mamar na verdade, provavelmente ela só queria ficar em pé. Ela não é muito adepta a ficar deitada. – O que você acha de ajudar a mamãe com o jantar? – perguntei, e obviamente não obtive resposta. Em menos de dez minutos Lauren voltou com um cara de gato de botas, eu já sabia que ela ia me pedir algo. – Diga, Lolo. – Lauren veio me abraçar, com Valentina entre nós, e começou a beijar meu rosto. Ela está jogando comigo. Isso é golpe baixo.
- A Vero quer dormir na casa da Lucy hoje, amor. Vai ter um jantar lá com um médico amigo do pai da Lucy e ela não quer deixar a namorada sozinha. – o fato é que, eu estipulei que Vero só poderia dormir lá duas vezes por semana e isso se os pais da Lucy não se incomodassem. E ela já tinha ido as duas vezes essa semana. – Você não se importa, não é amor? – ela perguntou com a mão na minha bunda e olhando no fundo dos meus olhos, com aquelas íris verdes pidonas. Essa garota acaba comigo.
- Não. – falei praticamente segurando o ar. Lauren sorriu grande.
- Obrigada, mãe. – Vero falou da porta da cozinha e correu pra seu quarto, provavelmente pra arrumar suas coisas.
- Você me usou. – falei batendo na Lauren de leve que tinha um sorriso tão lindo que me destruiria em pedaços facilmente.
- Amor, ela é minha amiga, eu só estava tentando ajudar. – ela disse.
- E eu sou sua mulher. – Lauren fechou os olhos e mordeu o lábio inferior.
- Diz de novo. – ela pediu com os olhos fechados.
- Sou sua mulher. – falei com o indicador em sua boca, separando o lábio inferior que estava sendo preso pelos dentes. – Só sua. – falei e beijei sua boca. Um breve selinho.
- Minha. – Lauren disse ainda de olhos fechados. Quando abriu ela me sorriu e se aproximou, encostando sua testa na minha. – Só minha. Eu te amo, minha menina. – Todas as vezes que ela repetia essa frase, meu coração parecia até sair do lugar, com o tamanho do salto.
- Eu também te amo, minha branquinha. – falei acariciando seus cabelos. Só fomos despertas de nosso momento quando Valentina começou a chorar. E mesmo assim, os sorrisos em nossos rostos se perpetuaram por toda a noite.
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My Favorite Woman
FanfictionCamila, uma mulher de trinta e três anos, grávida de seu chefe. Um homem muito respeitado no meio político e que não iria assumir seu filho. Mais uma vez, a história se repete. Mais uma criança que ela vai criar sozinha. Ela só não contava com a aju...