Pov Camila
Acordei e não vi Lauren ao meu lado. Eu a queria ali, mesmo com Vero importunando. Eu dormi primeiro então não sabia se ela havia ido embora pela manhã ou a noite ainda. Mas pelo frio da cama ao meu lado eu arrisco dizer que ela não dormiu aqui. Levantei e fui direto para o banheiro, fiquei tomando banho e pensando, quem nunca perdeu mais tempo pensando no banho do que realmente tomando banho? Eu não sabia exatamente o que estava sentindo, só não gostava. Era uma mágoa misturada com tristeza e um aglomerado de perguntas na minha cabeça. Ela me disse estar apaixonada, será que eu realmente tinha razão? Passou tão rápido assim? Será que já passou? Eu sabia que não estava errada. E agora estou cheia de dúvidas, eu não posso estar gostando da melhor amiga da minha filha.
- Mama, a senhora está bem? – ouvi Vero perguntar e sai dos meus devaneios.
- Sim, Vero. O que foi? – perguntei voltando ao meu banho.
- Nada, é só que tem quase uma hora que a senhora está ai dentro. – ela disse e eu me assustei. Logo sai dali e fui me vestir. Vero já não estava no quarto quando eu saí, quando terminei de arrumar fui para a cozinha e Vero estava terminando de comer, eu já estava atrasada. Peguei uma maçã e duas bananas e fui até a garagem, tentei ligar o carro de todas as formas, mas ele nem dava sinal. Falei alguns palavrões e estava voltando pra dentro pra pegar o telefone de um taxi quando vi Lauren.
- Tudo bem, Camz? – perguntou notando meu nervosismo.
- Sim, só meu carro que resolveu não funcionar essa manhã. Tá tudo dando certo hoje. – Lauren me encarava meio preocupada.
- Eu posso dar uma olhada? – ela perguntou e eu suspirei concordando. Ela foi até a garagem e eu fui logo atrás. Lauren abriu o capô e pediu que eu tentasse ligar o carro. Nada ainda. – Provavelmente é problema na injeção eletrônica.
- E você entende de carros desde quando? – ouvi a voz da Vero e a encarei um pouco atrás de nós. Voltei meus olhos para Lauren esperando uma resposta.
- Eu não entendo, mas é a coisa mais provável. – ela disse e eu bufei.
- Ótimo, ainda preciso de um taxi. – falei notando que apenas tinha perdido mais tempo.
- Não precisa, eu levo você. – Lauren disse limpando suas mãos em um pano que tinha ali.
- Nós vamos nos atrasar e perder a primeira aula. – Vero disse e parou por alguns segundos. – A Lauren leva a senhora, mama. – minha filha tinha um sorriso enorme. – Só vou avisar minha namorada o porquê de eu me atrasar, se não eu vou me ferrar. – ela disse indo pra dentro.
- Vamos? – Lauren perguntou. Eu não tinha reais opções, claro que o taxi era uma, mas até ele chegar e ainda me levar para o trabalho eu ia me atrasar mais ainda. Lauren era realmente a minha melhor opção agora.
- Vamos. – falei e ela logo se ofereceu pra segurar minha bolsa. Ela podia ser menos assim, ser menos Lauren. Se ela já não sente mais nada por mim por que é assim? Mas que merda. Seguimos direto para o seu carro e Lauren começou a dirigir em direção ao meu trabalho, Vero estava no banco de trás e mesmo assim mudava as estações de rádio enquanto cantava. Era bom assim, se não ficaríamos com um silêncio desconfortável dentro do carro. Assim que ela estacionou na frente do prédio eu desci e Vero passou para o banco da frente.
- Eu vou estar aqui quando for sair. – Lauren disse e eu olhei pra trás.
- Não precisa, eu pego um taxi pra voltar. – falei tentando parecer educada.
- Eu vou estar aqui. – a firmeza em sua voz me mostrava que não adiantaria o que eu fizesse, ela estaria ali me esperando. Eu bem podia sair mais cedo hoje.
- Okay. – respondi antes de seguir pra dentro, ainda olhei pra trás e vi o carro sumir de minhas vistas. O elevador parecia estar correndo e minha filha não parava de se mover, ela estava quieta em todo o trajeto até aqui. E agora estava extremamente agitada. Acariciei minha barriga, as vezes seus chutes doíam. – Calma, minha filha. – falei ainda acariciando sobre o vestido. As portas metálicas se abriram e logo vi Normani.
- Você demorou hoje, achei que não viria. Você está bem? – começou a falar sem freio.
- Sim, foi só meu carro que resolveu que queria ficar em casa hoje. – expliquei indo até minha sala. – Lauren me trouxe. – falei, ela como sempre estava me seguindo. Normani parece ter um faro para as coisas, num é possível.
- E por que todo esse mal humor? – ela perguntou e eu a encarei por cinco segundos.
- Quem está mal humorada aqui? – perguntei tentando mudar o foco de mim. Comecei a ligar meu computador. – Você acha que vamos conseguir entregar a propagando do sabonete hoje? – ela cruzou os braços e me encarou. – Nós transamos. – confessei e me sentei revirando os olhos.
- E por que essa cara de quem comeu e não gostou? Ou seria foi comida e não gostou? – perguntou. Eu já falei que minha amiga é uma idiota? – Você não chegou lá? – perguntou sussurrando.
- Cheguei, Normani. Tive um orgasmo muito intenso e gostoso. – falei e ela me encarou duvidosa, como se esse fosse o único motivo que eu poderia estar irritada, e como eu cheguei no meu ápice ela não encontra problema aparente. Ela até tem um pouco de razão, mas quando estamos irritadas não há razão que nos faça mudar de ideia. – Ela foi embora no final da noite, talvez seja por que Vero estava com a gente. Mas mesmo assim me magoou.
- Opa, espera. Vamos do começo. Por que Vero estava com vocês? – perguntou e eu expliquei toda a história, deixando de lado os detalhes mais sórdidos de fora. – Okay, deixa eu ver se entendi. Vocês transaram, você ia se declarar e Vero invadiu o quarto deitando com vocês. Você acordou de manhã e ela não estava mais com vocês, você ficou triste e magoada com isso? – ela perguntou e eu concordei bufando. Era exatamente isso. – Amiga, você está realmente apaixonada por ela.
- E a novidade, Mani? – perguntei tentando ser irônica.
- É por que você não fala com ela. O que você está esperando? – perguntou.
- Ela está com uma pessoa. Demetria Lovato. – falei revirando os olhos.
- Oh, você está com ciúme? – perguntou debochada. Lhe mostrei o dedo do meio. – Pode estar com ela, mas estava na sua cama ontem. – Normani disse e olhei pra ela. – Ai, Mila. Você vai perder ela desse jeito. Ainda da tempo de tê-la, mas desse jeito você vai perde-la de vez.
- Ai Mani, é tão complicado. – falei e abaixei a cabeça deitando sobre minha mesa.
- É mesmo, e vocês complicam mais ainda. Ela gosta de você, você gosta dela. Por que não ficam juntas logo? – ela perguntou. – Isso parece aquelas histórias que o casal principal só fica junto no final. – levantei a cabeça e a encarei. – Como será que eu sou descrita nela? – perguntou, ela realmente estava se perguntando isso. Peguei um lápis e joguei nela, a fazendo me encarar.
- Eu acho que está na hora de ir trabalhar minha amiga. – falei e meu telefone tocou, atendi ouvindo minha assistente avisando da apresentação da propaganda do sabonete. Coloquei a mão sobre o microfone do telefone. – E Mani, nada mais de café pra você hoje. – ela levantou as mãos em rendição. Sempre que ela começa tomar café cria ideias malucas na cabeça. Ela saiu da minha sala e eu voltei ao telefone.
VOCÊ ESTÁ LENDO
My Favorite Woman
FanfictionCamila, uma mulher de trinta e três anos, grávida de seu chefe. Um homem muito respeitado no meio político e que não iria assumir seu filho. Mais uma vez, a história se repete. Mais uma criança que ela vai criar sozinha. Ela só não contava com a aju...