Alcançando o Objetivo

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                 Boa leitura!
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Pov: Fernando

Uma madrugada escura e silenciosa era a minha ajuda para não ser visto transitando pelo terreno que por hora era proibido para mim, após minha conversa com Valentina no cair da noite, voltei para a pensão vagabunda na saída da cidade onde estava hospedado desde que Danilo me expulsou da comunidade. Cheguei a espelunca com os pensamentos fervilhando em minha cabeça, tomei um banho gelado não por escolha própria já que água quente era algo impossível de se encontrar por aqui, assim que terminei o banho resolvi me deitar e pensar nas coisas com calma, tive dificuldades para encontrar uma posição menos desconfortável sobre o colchão duro, decidindo que não pediria nada para comer pois a comida era uma droga como tudo nesse lugar. Danilo era esperto isso eu não podia negar, enganá-lo depois de tudo que eu disse e dá briga que tivemos antes da minha partida, não seria tarefa fácil, pensei por horas até que finalmente cheguei ao plano que julguei como quase perfeito. Valentina era o motivo do "quase" ela era a única que poderia por tudo a perder, não me deixando ter cem por cento de confiança em meus planos para amanhã, aquela garota tinha uma participação importantíssima e indispensável para que tudo corra como eu tenho em mente, e sinceramente depender dela para que tudo desse certo era a razão que me tirava o sono e principalmente a minha tranquilidade. Às cinco em ponto o velho e antigo despertador me despertou como eu o havia programado para fazer, pelo menos ele funcionava como devia, ainda estava escuro o sol demoraria um pouco para nascer o que me dava um pequeno tempo para tomar um café antes de começar a agir. Um café frio com torradas de no mínimo três semanas mofando na prateleira foi servido para mim por uma velha gorda de expressão cansada, não era atoa que tudo estava em ruínas, o lugar de "alimentação" tinha apenas quatro mesas e estava praticamente vazio, não pela hora, mais sim, pelo fato de que ninguém em sã consciência se hóspeda aqui a não ser louco de pedra ou quando não quer chamar a atenção das pessoas por ser um foragido da justiça, como no meu caso. Deixei tudo como estava desistindo de tentar comer, joguei uns trocados sobre a mesa empoeirada fechando definitivamente minha estádia nesse inferno, hoje mesmo eu voltaria para o lugar de onde nunca deveria ter saído e coitado daquele que estiver contra mim, se atrevendo a cruzar o meu caminho. Andei o mais rápido que consegui correndo contra o relógio para chegar a comunidade antes do nascer do sol, cheguei com os primeiros raios de luz sobre o céu, sendo ágio e preciso para entrar pelo mesmo esconderijo de ontem, atravessando cautelosamente a comunidade sem levantar suspeitas por parte dos homens que vigiavam a favela durante á noite em pontos estratégicos que facilmente eram conhecidos por mim.

— Valentina! — Minha voz saiu baixa e meus toques sobre a porta foram sutis.

— Valentina... porra! — Respirei fundo forçando a maçaneta olhando receoso para ambos os lados.

A estúpida tinha trancado a porta depois que eu disse claramente para que ela a deixasse aberta para facilitar minha entrada na volta. Olhei novamente para os lados procurando apressado por uma janela aberta, encontrando as dos fundos sem a tranca, pulei rapidamente para dentro da casa conferido se ninguém havia me visto entrar. Esse deslize cometido por ela só reforçava meus temores de que essa idiota poderia estragar tudo. Sai da cozinha puxando a cortina ridícula com decoração de frutas sobre a janela arrumando como estava antes por precaução de algum vizinho intrometido. Segui para o quarto onde provavelmente ela estaria por estar tão cedo, assim que a vi minha vontade foi de esganá-la, a filha da puta dormia tranquilamente enrolada em uma coberta com o rosto sereno e respiração suave, apertei as mãos reprimindo a raiva me aproximando da cama devagar.

De início pensei em lhe dar uns tapas que seriam mais que merecidos, mas desisti da ideia partindo para algo mais prazeroso digamos assim, mas que também não deixaria de ser um castigo pela audácia de não ter cumprido minha ordem. Terminei a pouca distância percorrida da porta até a sua cama me inclinando sobre seu corpo coberto, abocanhando sua boca com precisão, mordendo ferozmente seu lábio não me dando por satisfeito até sentir o gosto de ferrugem chegar ao meu paladar. Valentina que a essa altura já estava desperta pela dor que sentia no lábio, levou suas mãos até meu peito sem entender muito o que acontecia fixando seus olhos arregalados em mim, ainda com uma expressão assustada ela voltou a me empurrar para trás se arrastando para fora da cama confusa, tocando a boca com a ponta dos dedos trêmulos pelo momento inesperado assim que seus pés chegaram ao chão.

Apaixonada Por Um Criminoso (Adap. Danisa)Onde histórias criam vida. Descubra agora