Cedendo ao Inimigo

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                   Boa leitura!
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Pov: Maraisa

Nos andávamos em silêncio, as ruas estavam escuras e desertas. Eu olhava para os lados tentando reconhecer o caminho, mas tudo ali era novo aos meus olhos, não tínhamos feito esse trajeto antes e este com certeza não era o caminho de volta para a casa. Gentili estava tão nervoso que nem me atrevi a perguntar para onde estávamos indo, tudo o que eu fazia era acompanhar seus passos largos e apressados. O único som que chegava ao nossos ouvidos era o barulho do salto alto batendo no chão, aumentando ainda mais a tensão entre nós. Mais alguns minutos se passaram até que paramos em uma praça, um banco de madeira de cor avermelhada estava diante de nós e ao lado havia um poste o único que iluminava o lugar, ele se afastou se sentando de cabeça baixa apoiando os braços nos joelhos.

— Eu sinto muito! — Sua voz falha estremeceu meu coração, meus olhos arregalados encaravam o homem com receio.

— Pelo que? — Perguntei com cautela vendo o rapaz balançar a cabeça em negação, sem desviar seus olhos do chão.

— Por tudo. — Não estava compreendo onde ele estava querendo chegar.

— O que aconteceu agora a pouco, não foi culpa sua. — Me aproximei devagar sentando ao seu lado.

Gentili voltou a ficar em silêncio, ele estava muito desapontado tinha algo lhe incomodando profundamente, algo muito além do que houve esta noite. Por algum motivo me senti estranha em vê-lo assim, minha mão tocou seu ombro em um gesto de consolo, seu olhar rapidamente se encontrou com o meu, puxei minha mão trêmula, me afastando dele até a outra ponta do banco me martirizando mentalmente pela minha atitude impensada.

— Por que insiste em fugir de mim? Se você soubesse o quanto me faz bem. Sua presença acalma minha alma. — Um nó se formou em minha garganta ao ouvir suas palavras.

Ele se aproximou novamente segurando minhas mãos entre as suas, que assim como as minhas estavam geladas. Seu polegar fazia carícias sobre o dorso da minha mão, eu estava imóvel, não conseguindo me afastar.

— Eu quero que começamos de novo. — ele sorriu fraco tocando meu rosto com as pontas dos dedos.

— Começar o quê? — Pude perceber uma tristeza repentina surgir em seus olhos.

— Começar a partir daquele beijo, esquecendo todo o resto. — Gentili disse nervoso desviando o olhar para a escuridão a nossa frente.

— Eu não te culpo por ainda estar chateada comigo e nada do que eu dizer vai justificar a minhas atitudes. — Ele apertou minha mão me implorando em silêncio.

— Por favor, Maraisa. Eu quero fazer as coisas certas dessa vez. — Gentili se aproximou, fazendo nossos rostos ficarem mais próximos.

Eu não sabia o que dizer ou fazer diante dessa situação, seu hálito quente atingia minha pele me deixando fora de mim, por mais que eu tentasse meus olhos não paravam de analisar seus lábios que estava perigosamente próximos dos meus.

— Eu sinto algo diferente por você, uma coisa que vai muito além da minha incompreensão. — Suas mãos foram até meu rosto, encostando levemente sua testa na minha.

— Você desperta o melhor em mim, de alguma maneira eu encontrei em você a paz que eu tanto procurava. — Gentili sussurrou com os olhos fechados apreciando a proximidade entre nós.

Eu estava anestesiada com suas palavras, quem iria me julgar por isso afinal? Toda mulher sonha com esse momento, esperando receber uma declaração assim, sob a luz da lua com as estrelas como testemunhas, e o Gentili estava ali de coração aberto para mim, aquecendo todo meu interior com suas palavras, sem que eu pudesse fazer nada para evitar o efeito que cada frase causava sobre mim.

Apaixonada Por Um Criminoso (Adap. Danisa)Onde histórias criam vida. Descubra agora