Deixando as Diferenças de Lado

328 50 77
                                        

                     Boa leitura!

___________________________________

Pov: Maraisa

Abri meus olhos devagar gemendo em desgosto pelo desconforto de ter às costas repousadas em um local duro, sentido o dolor se intensificar por todos os meus ossos. Retirei o pedaço de pano úmido e malcheiroso da minha testa tentando me levantar, apoiei as mãos no chão de pedra girando o pescoço para ter uma visão mais ampla do lugar que eu estava. Franzi o cenho encarando as paredes rochosas sentindo o cheiro de lenha queimada e a frieza do ambiente eriçar meus pelos do braço, não fazia ideia de como havia ido parar ali me recordando muito pouco sobre o que aconteceu para que eu estivesse nesta situação. A fraqueza deu sinais assim que tentei ficar de pé me obrigando a me sentar, fechei brevemente os olhos apoiando minha cabeça com a mão esquerda ao ser atingida por uma tontura forte acompanhada de enjôos.

— Olha só quem acordou! — Passos e uma voz desconhecida cada vez mais próximos a mim atraíram minha atenção despertando meu medo.

Um homem que nunca tinha visto antes me analisava com um sorriso perverso, deixando o que me pareceu ser algum recipiente com alimentos e água ao lado de um pequeno embornal de couro.

— Você não imagina o quanto eu aguardei por esse momento. — Observei o estranho em silêncio, não compreendo um terço do que se passava ali.

— Ontem quando você parou de dizer idiotices, eu sabia que não demoraria muito para que abrisse os olhos, só não esperava que fosse tão depressa. — Seu sorriso se alargou e um brilho tenebroso surgiu em seu olhar.

— Quem é você? Como é que eu vim parar aqui? — O indivíduo ficou sério arqueando uma sobrancelha.

— Quantas perguntas, você não sabe mesmo quem eu sou? — Engoli em seco ao vê-lo se aproximar, involuntariamente me arrastando para longe.

Olhando bem para ele agora, eu já tinha o visto antes, só não me lembrava de onde. Meus pensamentos estavam tão confusos, minha mente dava voltas e mais voltas e não chegava a lugar nenhum. Meu instinto me alertava de que eu estava correndo um grande perigo e eu tinha quase certeza de que este homem não era o maior dos meus problemas.

— Calma, eu não vou te machucar. — Sua mão tocou meu rosto, paralisando todo meu corpo de pavor ao tê-lo tão próximo a mim.

— Ainda está com febre! — Ele resmungou se levantando rapidamente.

O segui com os olhos atentos a todos os movimentos que o homem fazia, indo de um lado para o outro na caverna a procura de algo ou alguma coisa.

— Quanto tempo eu estou aqui? — Ele deixou de mexer em uma caixa pequena que me pareceu ser de algum tipo de medicamento me encarando brevemente.

— Porra! Você não se lembra de nada mesmo. — O homem se divertiu com a situação, voltando sua atenção para seus afazeres ignorando meu estado confuso.

Forcei minha mente há alguns dias atrás buscando as respostas e as lembranças no meu subconsciente. Tudo voltou em um estalo, as imagens surgiam em minha cabeça crescendo uma agonia dentro de mim ao me dar conta de toda a burrada que fiz colocando a vida de terceiros em risco.

— Henrique onde ele está? — Ele foi ferido por minha culpa e isso é algo que nunca vou me perdoar.

— Acho que alguém começou a se recordar das coisas. — O homem se levantou vindo até mim segurando algo em mãos.

— Por favor, me diga onde ele está? — Implorei em um sussurro não querendo acreditar no pior.

— Você está se referindo aquele garoto idiota que estava com você? — O sujeito se ajoelhou de frente para mim fingindo não saber do que se tratava.

Apaixonada Por Um Criminoso (Adap. Danisa)Onde histórias criam vida. Descubra agora