Família Muniz

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                  Boa leitura!

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Pov: Valentina

Não posso acreditar que isso está mesmo acontecendo, quanta humilhação, quanto desprezo e ingratidão vindos de alguém que tanto amei e ainda amo. Danilo havia passado de todos os limites ao pisar assim em meu coração, Fernando bem que me avisou da ceninha ridícula que presenciou no jardim, mas eu fui orgulhosa e burra demais para não acreditar nele. Meu erro foi ter ido conferir com meus próprios olhos a alegria do recém casal de pombinhos, e ver de camarote o cuidado e o carinho que ele tinha e dava para outra mulher. Danilo nunca me amou como eu gostaria e foi preciso meu coração se despedaçar para que eu me desse conta do papel ridículo que fiz todo esse tempo. Comigo foi sempre por necessidade, o moreno queria apenas suprir suas vontades masculinas, e eu me entregava fácil em uma bandeja de prata sem um pingo de decência, cega por essa paixão doentia que carrego em meu peito há anos. Talvez não me valorizar como deveria tenha sido um dos motivos por qual nunca conquistei seus reais sentimentos, a culpa por não ter feito as coisas diferentes naquela época me fazia queimar por dentro, só não sendo maior do que a dor da rejeição que rasgava minha alma em farrapos. Eu estava com ódio, minha vontade era de socá-lo até minha dor e angustia passar, agora no entanto não sabia muito o que fazer, porém, não deixaria aquela policial vagabunda me vencer. Esse desaforo será cobrado com juros Gentili, se você não pode ser meu também não será de nenhuma outra mulher.

— Onde vai com tanta pressa? — Zor se postou no meu caminho com seu famoso sorriso cínico rasgando seus lábios.

Como eu detestava esse seu sorriso debochado e essa sua postura de superior á todos a sua volta.

— Me dá licença, eu estou indo pra minha casa. — Não quis saber de conversa, eu queria ficar sozinha para poder chorar em paz pela última vez por alguém que não me merece.

Inutilmente eu esperava que as lágrimas levassem todo meu sofrimento embora, me tornando mais forte no final de mais uma decepção.

— Calma! Só quero saber como foi lá com o Danilo, mas pelo seu mal humor e esses olhos vermelhos já percebi que o príncipe encantado virou sapo. — O homem não poupou sua ironia cruel, não se importando se suas palavras me machucariam ou não.

— Não me enche o saco Fernando, eu não estou com paciência para suas gracinhas. — Enraivecida o tirei da minha frente esmurrando seu peito e o empurrando pra trás.

— Qual é a sua? Eu estou do seu lado, porra! Deixa de ficar na defensiva e me conta o que aconteceu. — Zor segurou meu braço impedindo minha ultrapassagem também se irritando.

Respirei fundo engolindo o nó dolorido que crescia em minha garganta, devido a vontade de chorar que só aumentava.

— Você estava certo e eu errada, eles estão mesmo juntos. — Com a voz embargada afirmei o que ainda me custava a acreditar.

— Eu te avisei, não avisei? — Com o ego inflado por ter razão ele gabou-se todo cheio de si.

— É você me disse e eu deveria ter ouvido, agora me deixa ir. — Me desvencilhei de seu aperto rolando os olhos pelo seu jeito convencido.

— Não tão rápido bonitinha, eu quero saber se seu plano de provocar ciúmes na "tira" funcionou? — Novamente ele impediu minha passagem fervendo meu sangue com sua pergunta idiota.

No início essa era minha ideia, fazer com que a policial ordinária nos pegasse em uma cena comprometedora, nem imaginando o que eu encontraria ao entrar naquele quarto.

— Olha bem para o meu rosto, eu por um acaso estou com cara de que alguma coisa de bom deu certo para mim hoje? — Sarcasticamente lhe dei a resposta grunhindo entre dentes.

Apaixonada Por Um Criminoso (Adap. Danisa)Onde histórias criam vida. Descubra agora