Desconfiança

304 41 55
                                    

Boa leitura!

___________________________________

Pov: Lauana

Os cinco policiais, mais o capitão se encontravam apreensivos, barulho de dedos nervosos se chocando inúmeras vezes sobre a mesa se dividindo entre o som de passos e pés impacientes se colidindo com o chão. Carlos andava de um lado para o outro segurando as mãos atrás das costas, com os olhos presos no relógio de parede que marcava o começo de tarde. Após uma manhã conturbada fomos intimados para uma reunião de urgência, depois de fracassarmos mais uma vez na tentativa de prender a quadrilha The Noite, a delegada Fernandes não iria aliviar dessa vez, todos nós sabíamos disso, nosso capitão foi imprudente ao se negar a se render por puro despeito, colocando toda a equipe em risco e uma morte estava envolvida por causa do seu erro. Yasmin, batia os dedos na mesa, se entre olhando com Juliano que sorria tentando lhe passar confiança. Luan estava debruçado sobre a mesa batendo o pé com firmeza no chão, enquanto Murilo Couto encarava o teto esparramado na cadeira com os braços cruzados sobre o peito e a cabeça inclinada para trás, já eu olhava para as unhas recém feitas concentrada em arrancar uma cutícula, não me preocupando com o que nossa digníssima delegada tinha para nós dizer, a culpa era do Carlos não minha, até agora não sei por que eles estavam se descabelando tanto.

— Acho que acabou pra gente galera. — Juliano atraiu todas as atenções para si.

— Com assim acabou?! — Yasmin apressou em dizer, quase entrando em desespero.

— É óbvio que a delegada, convocou essa reunião para nos informar sobre a nova equipe. — Ele afirmou plantado uma pulguinha na orelha de todos nós.

— Nova equipe? Não existe essa de nova equipe Juliano. — Murilo Couto se endireitou na cadeira encarando sério o rapaz a sua frente.

— Veremos se não meu amigo. — Juliano deixou a dúvida no ar, crescendo a tensão entre todos.

— Eu não quero perder meu emprego, dependo dele para sobreviver porra! — Luan nos encarava nervoso.

Confesso que também fiquei um pouco inquieta com essa possibilidade, não como os meus colegas que temiam por seu salário, no meu caso eu teria que enfrentar algo pior que isso. Os chiliques de Paula passavam raios luz da ira do meu verdadeiro chefe, sem contar que eu falharia com minha família e isso nunca foi uma opção.

— Deixem de especulações tolas, vamos aguardar a chegada da delegada para saber de fato do que se trata. — Carlos se pronunciou autoritário apoiando na parede se perdendo em pensamentos.

Como se ouvisse suas palavras Paula entrou com tudo pela porta, raiva era pouco para descrever seu estado, a mulher soltava fogo pelas ventas, até um dragão seria mais amigável nesse momento.

— Boa tarde a todos! — Ela nos cumprimentou por educação sem nos olhar uma única vez.

Fernandes se sentou esperando que façamos o mesmo, já que tínhamos nos colocando de pé com sua chegada. Carlos se juntou a nós pronto para o que estava por vir. A delegada abriu a pasta preta que trazia em mãos sobre a mesa, continuando a nos tratar com frieza nos deixando ainda mais preocupados.

— Todos já sabem o motivo de estarmos aqui... — Ela deu uma pausa finalmente nos olhando, um por um deixando evidente sua decepção.

— Devido a todos os acontecimentos, muitas coisas foram revistas e analisadas em relação a sua equipe comandante Oliveira. — Paula se virou para Carlos que concordou com o que ela lhe dizia com um aceno de cabeça.

— Seu comportamento hoje é algo inaceitável para um comandante do seu prestígio. — Todos nós nos entre olhamos, alguns já se despediam em silêncio esperando receber um ultimato.

Apaixonada Por Um Criminoso (Adap. Danisa)Onde histórias criam vida. Descubra agora