estranho

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[...] – Como você se sente? — Carolina perguntou empurrando um copo de limonada para Lety.

– morta. — Ela responde olhando fixo para o nada.

– O que você vai fazer com o bebê? Vai tirá-lo?

– Pelo amor de deus dona Carolina, claro que não! — Letícia se assusta com a pergunta da amiga.

– Me perdoe pensar isso Lety, mas desde que você soube você não teve as melhores das reações.

– Eu sei, acho que ainda estou em negação. Mas também, como você reagiria se soubesse que vai ter um filho, dona Carolina, um filho com um homem que brincou com você, que te enganou, que te traiu!

– É, você tem um ponto.

– Mas respondendo sua pergunta, esse bebê não tem culpa de nada. Imagina dona Carolina, imagina se ele me amasse, imagina se tivéssemos esse bebê juntos, fruto de um amor de verdade. — Ela põe a mão em sua barriga.

– Letícia… —  Carolina põe a mão no braço de Letícia.

– Eu sei, não posso ficar sonhando, dói. Sonhar com algo que nunca vai acontecer é devastador dona Carolina, machuca a alma.

– Ai Lety — Ela sente remorso pela amiga.

– Ainda é cedo, porque você não vai conhecer o mar de pertinho? — Carolina fala empolgada.

– Sério dona Carolina? Eu posso mesmo?

– Letícia, eu te trouxe aqui para que você me ajude, mas também para te tirar daquele lugar, para que você aproveite e esqueça.

– Você é um anjo dona Carolina, obrigada.

Letícia se empolga e corre até a areia.

– É lindo. É magnífico. É azul, tão azul. Tão imenso. — ela suspira falando em um tom baixo quase sussurrando. Era um momento perfeito.

– É paz! O mar é paz!!! — Ela grita para o mar, sorrindo.

– Escute bebê, escute o mar, veja como acalma. — Ela põe as mãos na barriga.

Era a primeira interação dela com o bebê desde que soube. Letícia ficou um tempo na areia apenas admirando aquela paisagem, era mágico.

Ela volta para Carolina.

– e então Lety, o que achou? — Ela se empolga.

– incrível?!!! Tem como achar outra coisa? Ele é lindo dona Carolina, lindo! E tão azul, esse azul transmite paz, conforto. — Ela diz com um sorriso de orelha a orelha.

– é divino Carolina, divino. Muito obrigada. — Ela pega nas mãos da amiga e a olha fundo nos olhos.

– Você merece sentir essa magia do mar, eu sabia que ia te encantar.

  A mesma a apresenta para as modelos para as quais vão trabalhar. Os trabalhos começam e tudo fica tranquilo, as modelos se dão super bem com Letícia.

  No terceiro dia, Letícia resolve ir ao mar. Ir de verdade desta vez, ela estava disposta a entrar no mar, ela não conhecia o mar então, claro, ela nunca tinha entrado. Sua intenção era ir raso, não passar disso. Porém, o mar estava tenso, a correnteza estava forte, Letícia não previa isso. Em certo momento uma onda a derruba, ela não consegue manter os pés no chão, e Letícia se afoga. 

  Com sorte, um homem aparece e a salva.
Ele tenta reanimá-la e ele consegue, mas Letícia responde fraco, sem ar.

– Carolina Angeles.

– não se esforce tanto, espera, você conhece a Carolina Angeles?

– Preciso que me leve até ela.

– Calma, você está bem já.

Logo em seguida Letícia perde novamente a consciência, por essa o homem não esperava, ela parecia estar bem. Assustado ele vai a procura de Carolina com Letícia nos braços.



Notas da Thay:
Será que o bebê vai sobreviver? Opinem 👹

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