25
Avril se senta sobre sua cama, passando as mãos pelo rosto para afastar o sono. Não sabia que horas eram, mas não deveria passar das cinco e pouco da manhã. Deixou o posto de vigia algumas horas mais cedo do que de costume para acordar disposta para o treino pela manhã, não parece ter feito afeito nenhum já que sentia seu corpo totalmente indisposto e o ânimo praticamente inexistente. Ela se esforçou para descer da cama, se espreguiçando quando alcançou o chão. Os olhos vagaram pelo quarto e pararam sobre as facas em cima da sua escrivaninha. Avril se aproxima da superfície e pega um dos objetos afiados, o observando com atenção. Havia sentido falta do peso que era segurar uma das facas, de como é ter a sensação de segurança e proteção por ter uma.
Deixando a faca de lado, Avril procura por seu traje em uma das prateleiras do guarda-roupa. Quando o encontra, pega a escova de dentes e a toalha para tomar um banho antes de descer para o café. O corredor ainda está escuro e silencioso como se não houvessem tantos dormitórios por ali. Se quisesse pegar o banheiro vazio era melhor que se apressasse, os vigias vão terminar o turno em poucos minutos e logo todos estarão de pé.
Avril caminha para o banheiro e agradece mentalmente por encontrá-lo vazio. Amarrou o cabelo em um coque e se despiu ao entrar em uma das cabines, pendurou suas coisas no gancho e ligou o chuveiro logo em seguida. O primeiro jato de água é gelado, mas logo o vapor quente e úmido preenche a cabine. Avril deixa com que a água quente role por seu corpo, principalmente pelo rosto e pescoço, esperando que isso aliviasse o sono de alguma forma.
Evitando que a água molhasse o cabelo preso, Avril se ensaboa com o sabonete e depois deixa com que a água leve toda a espuma para o ralo. Lavou o rosto, deixando os olhos fechados por alguns segundos para aproveitar a sensação que o barulho da água no chão fazia entre o silêncio do banheiro. Desligou o chuveiro se apressando para se enrolar na toalha, afastando o frio repentino. Vestiu o traje e soltou o cabelo, deixando a cabine indo até a pia.
As mulheres começaram a entrar no banheiro, algumas caladas e outras conversando em um humor maravilhoso. Avril se manteve focada em escovar os dentes e pentear as madeixas de cabelo com os dedos, depois o prendeu em um rabo de cavalo para que não atrapalhasse durante o treino.
– Bom dia. – Avril não precisou se virar para saber que a voz é a de Jessy.
– Bom dia. – a mulher respondeu terminando de arrumar o cabelo. – Você acordou tarde hoje.
– Eu acho que foi você quem se acostumou a estar acordada quando o sol sequer sonhou em nascer, Avril. – Jessy sorriu indo para uma das poucas cabines vazias. – Vou tomar um banho rápido.
– Vou deixar algumas coisas no meu quarto. Te espero no corredor. – Avril olha para a cabine a tempo de ver Jessy esticar o braço pela brecha com o polegar erguido em concordância.
Avril voltou ao seu quarto para deixar suas coisas e se equipar com suas armas e facas. Jessy passou alguns minutos no banheiro antes de se encontrar com Avril nas escadas para o primeiro andar, para irem ao refeitório.
– Como foi sua noite? – Avril perguntou descendo as escadas ao lado da ruiva.
– Foi longa. Dormi como uma pedra. – Jessy conta. – Ficou sabendo sobre o crachá que encontraram?
– Ouvi sobre. – Avril assente para Jessy. – Descobriram alguma coisa?
– Hannah e Lilly estão tentando. Combinei de vasculhar alguns arquivos hoje para elas. – a ruiva suspira. – Queremos ter certeza que não seja ninguém que já esteve conosco.
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Amor entre golpes - Duskwood
Fiksi PenggemarEles quebram suas regras um pelo outro. Avril foi criada por pais fugitivos do governo. Criada pelo seu pai para ser a melhor na luta e com objetos que possuem lâmina. Avril tem instinto de sobrevivência e após ter seus pais brutalmente assassinado...