Amor entre golpes - Duskwood

LABYRINTH

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No dia seguinte Jake estava satisfeito com o decorrer da semana anterior, os treinos haviam se encaixando novamente, as pessoas já estavam devidamente centradas em seus afazeres e todas bem com a rotina da base voltando aos poucos. Não que tudo estivesse bem cem por cento, ainda precisava averiguar toda a situação com as visitas de seu pai, que apesar de não ter comparecido nos últimos dois dias já havia avisado que passaria na base em algum momento do dia. Jake não estava exatamente bem com a visita de Nathan, mas já não se encontrava tão afoito e inseguro, todos na base já estavam cientes do que deveriam ou não falar sobre assuntos delicados que ainda precisavam ser resolvidos.

A situação com Corbin e Jenny é um desses assuntos que Jake precisava resolver o quanto antes. Jenny ainda se negava a conversar francamente com o líder, havia encurtado todas as vezes que ele apareceu para que discutissem algumas coisas ou simplesmente quisesse verificar como estavam. Corbin não fazia questão de se manifestar quando Jake aparecia, mas não tirava seus olhos do líder e o mesmo conseguiu ouvi-lo dizer algo para Jenny sempre que virava as costas para se retirar, a mulher não parecia lhe dar muita atenção mas não o privava tanto de uma conversa como parecia determinada a fazer com Jake.

Jake tinha a plena consciência de que a situação com Jenny é de sua total responsabilidade, mas se negava a lidar com tal situação no momento e tão pouco desejava iniciar mais uma discussão sobre o porquê de não ter colocado Avril como vigia da cela de Corbin.

Avril não estava muito na categoria de "problemas" que ele precisava resolver, mas definitivamente precisava lidar com a confusão que ela estava começando a causar em sua cabeça e sentimentos. Já se faziam dias que ele havia percebido como os dois estavam íntimos de alguma maneira, mas o dia anterior havia significado muito para Jake e consequentemente estava agitando muitos de seus sentidos, aguçando sensações e pensamentos que ele passou anos reprimindo, anos se negando a viver. Ainda era um pouco insano que justo Avril estivesse lhe provocando tais sentimentos. Justo a mulher que o detesta, mas Jake já não pode afirmar com tanta certeza assim que ela o detesta, pelo menos não tanto quanto antes.

Jake dobrou o corredor se deparando com Peter sentado no banco rente a parede de vidro, entretido com alguns bonecos entre suas pernas. O garoto falava com os bonecos como se estivessem interagindo. Jake sorriu diante da cena tentando se lembrar da última vez que viu uma criança brincar daquela forma tão de perto. Devia admitir, o homem tem um ponto fraco por crianças desde que se entende por pessoa. Os adorava e no momento Peter é a sua criança favorita.

– E aí, garotão! – exclamou se aproximando do garoto.

– Titio Jake! – o garoto exclamou com tanta empolgação que Jake sentiu vontade de agarrá-lo e encher o rosto delicado de beijos.

– Por que está brincando sozinho e não com as outras crianças? – Jake se sentou e deslizou para perto dele.

– Porque elas estão brincando de brincadeiras chatas! – Peter disse movendo os bonecos sobre o banco.

– Só por que a brincadeira deles não envolve um dinossauro feroz e faminto? – Jake imitou o barulho do animal, segundo o dinossauro de plástico e avançando o brinquedo sobre os bonecos de Peter.

– Não! – Peter gargalhou e o som foi tão alto e grave que o peito de Jake esquentou. O garoto protegeu seus bonecos com uma barricada com o próprio braço. – Você não pode pegá-los agora.

– Bom, a sua barreira é muito forte e alta. – Jake moveu o dinossauro de plástico, o mais novo mexeu as sobrancelhas, se gabando de sua tática. – Mas o meu dinossauro tem um poder especial. Ele pode ficar gigante!