Capítulo 33

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(Dois meses depois)

Semana de provas. 

Ninguém merece! Odeio ter que estudar, além do mais, estamos presos a isso, viemos ao mundo, para crescer, estudar, fazer uma boa faculdade e ter um bom emprego. Eu particularmente não acho que isso irá me trazer felicidade alguma, eu penso como o filósofo Diógenes, penso que a felicidade não está nos bens materiais. Na verdade, estudamos porque nossos pais nos obrigam -claro, a não ser os Nerd- nossos pais, querem que sejamos advogados, doutores famosos, querem nos influenciar a ler, mas não para ser um(a) bom escritor(a), e sim para sermos bons advogados e etc. E se após os estudos, eu não me interessar, em me formar em algo assim? Se eu quiser ser uma escritora? Essa profissão, é uma das mais brilhantes. Porém, o nosso destino -ao menos em relação a isso- já esta selado. Por mais complicado que seja. Talvez, seja apenas minha linha de raciocínio que seja, avançada demais, para alguém da minha idade. Isso é o que os adultos sempre dizem.

Mudando completamente de assunto, meu relacionamento com o Mathew está melhorando, dia após dia. Tenho medo porém, que ele confunda as coisas, porque eu não quero, nem posso ter nada com ele. Gosto muito dele, mas, como eu disse antes, tenho outros planos para a minha vida, não quero me prender a ninguém, quero viajar, conhecer o mundo, aprender diversas línguas... E se eu me sentir sozinha? Compro um cachorro, quero apenas ser livre! E além de tudo, não quero sair machucada. Homens são infiéis. Sempre magoam as mulheres. Porém, besta são as mulheres, pois os perdoam cada vez que erram. Minha mãe é uma prova viva disso.

Não sei como conseguem fazer isso, eu jamais perdoaria uma traição ou uma mentira de alguém que amo. "Quem ama não trai, nem mente", essa é a minha linha de raciocínio sobre o assunto e é sempre isso que penso quando meu pai tenta se aproximar de mim. Talvez sim, eu seja muito radical, mais eu vi, por diversas vezes minha mãe chorando, e mesmo que eu fechasse os olhos podia ouvir ela soluçar. Por mais que ela fizesse o possível e o impossível para não chorar, ou até mesmo para chorar em silêncio, eu podia ouvir sempre. Talvez porque eu prestava atenção nela ou porque ia todas as noites tentar me deitar com ela, porém quando eu chegava na porta do quarto eu podia ouvi-la chorando e soluçando. Então eu me virava e voltava novamente para meu quarto e para os meus monstros que me perseguiam cada vez que eu fechava os olhos e tentava dormir e no dia seguinte a minha mãe estava com um sorriso enorme no rosto, fingindo estar feliz. Aquilo me magoava tanto, doía saber que minha mãe fingia uma felicidade que na verdade, não existia. Doía saber que todas as noites minha mãe sofria, e nas manhãs seguinte ela estava como se nada tivesse acontecido. 

E tudo só piorou quando o Edward, chegou lá em casa com a tal da Joana, eu pude ver que os olhos de minha mãe encheram de lágrimas e claro, eu por minha vez, não a aceitei. Mesmo ela me tratando muito bem, mas, meu pai tinha nos trocado por ela e eu não podia aceitá-la. Cadê a vergonha na cara dela? Ela simplesmente me olhava com a maior cara lavada, como se fosse normal tudo aquilo. Como se fosse normal, um homem trair a esposa com uma outra mulher e depois levá-la em casa e apresentá-la a sua filha. Como ele podia ter tamanha cara de pau? Eu não conseguia entender aquilo. A partir desse dia, minha mãe entrou em uma pré-depressão, não queria mais ir ao trabalho, contratou uma mulher para cuidar de mim. Uma mulher que aparentemente odiava criança, pois me tratava muito mal e minha mãe que vivia trancada no quarto, nunca percebia isso, até que começou a aparecer hematomas em meu corpo e um dia, quando essa mulher faltou, eu fui até o quarto de minha mãe, dizer que estava com fome e que a Daniella -esse era o nome da baranga- não tinha vindo trabalhar, isso já era por volta das 15:00 da tarde e eu ainda não tinha comido nada. Minha mãe se levantou, com o rosto muito enxado e desceu, dizendo que ia fazer a minha comida e em seguida me daria banho. Ela fez a comida e antes de eu tomar banho, ela me deu de comer. Em seguida ela foi me dar banho, quando ela tirou minhas roupinhas percebeu que eu estava com manchas no corpo, hematomas.

-O que foi isso, Anny? -ela me perguntou, parecendo enfim despertar para o mundo real. 

-Eu devo ter batido em algum lugar, mamãe. -eu não queria preocupá-la. 

-Anny, não minta para mim. O que foi isso? Algum coleguinha na escola esta lhe batendo? -Ela me perguntou, pois sabia que eu não havia tombado em "algum lugar". -mais não minta para mim.

-Mamãe a Daniella esta me batendo... Todos os dias, ela me bate, mamãe e manda eu ficar quieta. 

-Filha... -ela parou de falar, pois começou a chorar.

-Ei mamãe, não chora. Por favor. Eu te amo, mamãe. -passei a mão no rosto dela, na tentativa de enxugar as lágrimas. 

-Me desculpe, Anny... Eu... Acho que me esqueci que eu tinha uma filha, mais prometo que isso não se repetirá. Eu também lhe amo muito, minha bonequinha. Me desculpe filha, desculpe. 

-Tudo bem, mamãe. Você não tem culpa de nada. -depois que minha mãe me deu banho e tomou seu banho juntamente comigo, ela pegou o telefone e ligou para a baranga da Daniella.

-Daniella? 

-Oi sra, Scott. Desculpe por não aparecer hoje. Eu fiquei um pouco doente e...

-Sua horrível, você não tem que pedir desculpas somente a mim, e sim a Anny. Olha sua vaca, eu descobri que você batia em minha filha e a deixava com marcas em todo corpo...

-A culpa é sua, que não cuidava de sua filha, ficava trancada no quarto chorando por homem e se esquecendo que tem uma filha de apenas 9 anos...

-Cale a boca! Sim, eu errei mais isso não lhe dava o direito de bater em minha filha entendeu? E outa, fique sabendo que eu vou lhe denunciar, e será presa. Prepare um bom advogado. 

-Sra. Scott me desculpe... eu... -minha mãe desligou o telefone celular. Desde então, minha mãe tomou as providências necessárias para que a Daniella fosse presa, contratou um bom advogado -ela não queria se encontrar com meu pai, por isso não o comunicou do caso, se não com toda certeza ele teria trabalhado no caso, não apenas como pai, mas também como o bom advogado que desde então ele já era- a Daniella passou seis meses na cadeia e logo em seguida foi liberada.


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Oi pessoas, esse capítulo foi um pouco sobre o passado da Anny e da mãe dela.

Espero que tenham gostado.

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