Para a Ray. Amiga, você não tem ideia de como as suas ideias tem me ajudado no processo de escrita. Obrigada pela paciência e obrigada por me aguentar e me encorajar a postar. Te amo!
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Soraya sentiu um leve incômodo quando a mulher afastou os lábios. Queria mais, muito mais. E afinal, estava ali pra isso.
– Se eu continuar, teremos que falar com os nossos maridos. É parte das regras, por mais que eles não participem, precisam estar cientes.
E aquilo bastou para despertá-la. Carlos César nunca ia permitir, com certeza ia querer participar, ou observar. E ela não queria isso. Seria seu momento de descoberta, a realização de algo que já estava internalizado há anos. Não era um show, muito menos orgia para ser visto assim. Era erótico, mas na medida certa. E naquele momento entendeu que aquilo podia ser muito mais que uma fantasia.
– Não! Melhor não – Levantou depressa, e seguiu nervosa para a porta. Os lábios borrados de batom eram quase que uma súplica para Simone continuar. Com certeza iria se arrepender por não ter ido até o fim com aquela mulher.
Soraya abriu a porta sem olhar para trás, não poderia se dar ao luxo de cair na tentação que era aquela desconhecida. Desceu as escadas com pressa, precisava sair daquele ambiente o mais rápido possível.
– Vamos! Agora! – Falou assim que avistou o marido conversando com um outro casal.
– O que? Mas...
– AGORA! – Saiu disparando para o carro do casal, irritada e frustrada demais para admitir.
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A manhã chegou em forma de inquietação para Simone. Passou a noite inteira sonhando com o gosto deixado pelos lábios de Soraya. Sua irritação era evidenciada por uma dor de cabeça aguda, quase como que um lembrete de que ela fora idiota em ter obedecido as regras daquele jogo sujo. Se simplesmente tivesse ignorado tudo, teria tido a loira de curvas acentuadas e boca gostosa em sua cama.
A assistente de anos e também amiga, a fez lembrar de que já era outro dia ao puxar as cortinas, abrindo espaço para a invasão de uma luz intensa, que tomava cada canto do luxuoso quarto.
— O que você está fazendo aqui? Não quero levantar — A morena protestou, tentando a todo custo cobrir os olhos.
— Você só pode estar brincando comigo!
A loira respondeu, andando de um lado para o outro, visivelmente irritada e com pressa. Simone a observava, a luz já não era tão incômoda assim. Vanessa já estava em seu closet, pegando algumas peças de roupa.
— Não me lembro de ter marcado nada para hoje...
— Mas que porra, Simone. Não lembra mesmo? Misturar essa merda de remédio com vodca está acabando com a sua memória. — Simone continuou a observando, com a cara de quem ainda não tinha entendido.
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As coisas que perdemos nas sombras
FanfictionNem todas as histórias falam sobre amor. No mundo real, o desejo e o prazer costumam ser colocados à frente de qualquer outro sentimento. Para Simone, uma professora de fotografia, seus caprichos e vontades valiam muito mais do que qualquer outro...