Capítulo 3

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Oi, Girls. Vocês não sabem como me fizeram feliz com tantos comentários e votos.  Eu nunca escrevi uma história,  então já peço desculpas pelos erros de continuidade e gramatica.  Peço desculpas também pela demora em atualizar, parece que alguém só tem inspiração durante uma certa aula, na quarta feira rsrsrsrs. Enfim, espero que gostem de mais este capítulo,  caso queiram me dar ideias, tô no Twitter como @n0cividade.  

Ahhhhh, imaginem a Elizabeth como a Lu Alckminn GGBJHJJNBNJJHKIOO Não sei, na minha cabeça faz sentido (?) 

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Simone caminhou devagar até o outro lado, onde ficava o parque. Observou a gargalhada gostosa que saia dos lábios de Soraya, e isso foi o combustível para aproximar-se. A loira não tinha notado a presença da mais velha ali, ainda conversava distraidamente com uma das outras professoras quando sentiu dedos delicados, mas firmes tocarem seus ombros, perto demais de sua nuca. Quando virou-se, o sorriso que anteriormente parecia morar ali, fechou-se em uma fisionomia indecifrável para Simone.

— Você?

Simone sorriu, estava sem graça. Sua impulsividade a fez aproximar-se sem pensar em como Soraya se sentiria.

— Não gostou de me ver? — Respondeu, muito mais tensa do que anteriormente. 

E então Soraya sorriu, sem jeito. Mas isso bastou para que algo em Simone começasse a queimar, como se reconhecesse a presença da outra mulher.

— O que você está fazendo aqui? Como me achou?

— Gostou? — Descontraída, voltando a tomar as rédeas da situação. 

Soraya pediu licença para a outra mulher com quem conversava. Afastando-se, quase que empurrando Simone para longe dali.

— Se eu gostei?! — Suas mãos suavam de uma forma descontrolada, seu coração acelerado a assustava. Passou as mãos pela testa, a boca seca indicava a dificuldade em responder a pergunta. Ela gostou? Ele gostou, por que? A morena não era sua amiga, não era alguém com que desejava ter algum contato aprofundado? Ou era? Sentiu a brisa fresca bater em seu rosto, e naquele momento, Soraya soube que Simone seria sua perdição. Balançou a cabeça em uma tentativa de espantar todas as sensações sentidas no momentos — Isso não vem ao caso. Como me achou?

— Mas quem disse que eu estava te procurando? — Simoneera muito rápida com suas respostas. Além da inteligência evidente,  gostava do ping pong que só as frases certas conseguiam causar — Na verdade, eu mal tinha te visto aqui. Estava almoçando com a minha assistente sobre a minha nova exposição, ouvi risadas infantis e quis vim fazer umas fotos. Pura casualidade, Samantha. 

A loira revirou os olhos, ficando mais estigada ainda. Será que o destino seria tão sacada em voltar a colocar Simone em seu caminho?!

— Que estranho… Você não esta com uma câmera fotográfica — Foi a vez de Soraya provocar.

Eis que Vanessa surge, como em um passe de mágica com a câmera em mãos, comprovando as inverdades de Simone, e provando para Soraya que tudo aquilo que ela passou a vida consumindo em romances baratos, e músicas melosas existia. Coisas como destino, magia, espiritualidade e almas gêmeas eram sim reais, e ela estava vivenciando naquele momento.

— Poxa vida, Simone. Você é  malu…. — A morena a interrompeu, quase arrancando a máquina fotográfica do pescoço da assistente.

— Obrigada, Van. Agora me dê licença.

Vanessa observou Soraya de cima a baixo, no mesmo instante entendeu o que estava acontecendo ali. Apesar de nova, não era boba. Já trabalhava com Simone tempo o suficiente para saber que aquela loira baixinha era alvo de sua chefe. Sorriu de forma que demonstrasse a sua cumplicidade.

— Ahhhh sim, com certeza eu vou. Ela precisa de toda a sua atenção agora, nao é?! — Piscou, nada discreta.

Soraya percebeu a atitude de Vanessa. O que será que ela quis dizer com "merece toda a sua atenção agora"? De qualquer forma, decidiu ignorar. Simone, a morena da casa estava ali, na sua frente. Ela queria aproveitar essa segunda oportunidade.  Na verdade,  ela já sabia a resposta para o seu questionamento. Ela queria Simone em sua vida, queria tanto que seu corpo imploraria se preciso fosse.

Um clique, um flash.

— Você precisa pedir antes de me fotografar  — A loira reclamou, mas em seguida, fez uma pose. Gostava de fotos, e gostava mais de posar para elas.

— Porque eu tenho outra coisa para te pedir — Fez uma pausa dramática, tomado por um silêncio ensurdecedor até ser quebrado pela voz mansa e avel7dadade Simone — Quero te ver em um lugar mais reservado, Soraya.

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Soraya tinha uma dessas manias que já nascem com uma pessoa. Essas, que te perseguem pela a vida inteira, que fazem as pessoas te reconhecerem por tal característica. Quando nervosa, falava sem parar. Coisas com nexo, é claro, mas que não necessariamente faziam algum sentido para quem a escutasse. Não somente isso, sua energia parecia duplicar. Mexia em seu cabelo, fazendo e desfazendo vários coques. Além de, é claro, o clássico balançar de pés, presente na vida de todo o ansioso.

O passeio, que mais cedo fora tão proveitoso, agora já era um fardo. Já se passava das 14h e ela só queria ir para casa. Tinha milhares de coisas para fazer, cabelo para lavar, corpo para depilar e hidratar. Havia marcado com Simone para as 19h. Ela sabia como sairia de casa sem despertar a atenção de Carlos César? Claro que não, e este era mais um dos motivos da ansiedade que crescia embaixo de seu ventre e irradiava a sensação para todo o seu corpo. 

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Já Simone, depois do breve encontro com Soraya, voltou para o almoço com Elizabeth.  Agora, sua cabeça fervilhava ideias.

— Quero fotografar crianças.

Vanessa quase cuspiu o vinho que tomava, após um engasgo causado pela fala da chefe.

— Mas você odeia crianças, tá maluca Simone?!

— Shi, fica quietinha — Elizabeth falou para a assistente — Continua, Simone. O que você tem em mente?

— Mostrar a felicidade sob a perspectiva do olhar infantil. Para isso, vou fotografar crianças carentes, de uma ONG.

Vanessa murmurou mais uma reclamação. Insana, maluca, lelé da cuca. Com certeza elas sairiam daí para um hospício. Elisabeth por sua vez, sabia que a formula Simone + Crianças era uma equação que com certeza resultaria em explosão.

— Se eu topar, você vai ter que me garantir que essa exposição vai sair — Elizabeth falou.

A ideia de Simone era original? Óbvio que não. Ela sabia de onde surgira esse interesse por crianças? Também não.  Mas, se ela assinasse um contrato, teria que entregar algo. E como a conheciam, tinha a certeza que não seria fotos de crianças pobres.

— Eu topo! Me manda o contrato por email. Quero que consigo algo que garanta a minha entrada em uma ONG específica. Veja aí com o seu governador, ele com certeza vai conseguir.

Elizabeth ruborizou na hora. O governador no caso, era o seu amante, companheiro nas noites de swing promovidas por Simone. 

A morena levantou-se, para ela, tudo já estava acertado e não fazia mais sentido prolongar mais ainda aquela conversa. Outro assunto precisava da sua atenção: Soraya. Não que a loira não tivesse feito parte da conversa no restaurante, mesmo que indiretamente e sem ninguém além dela saber. Agora, se tratava de decisões que apontavam para um futuro mais próximo, há menos de 5h horas daquele momento. Futuro que resultaria em um presente constante.

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As coisas que perdemos nas sombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora