Capítulo 12

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A manhã de domingo começou muito mais cedo do que Simone gostaria. Eduardo a chacoalhava de maneira insistente e se não fosse a noite passada, ele com certeza estaria morto.

— O que é? — Murmurou enquanto abria os olhos.

— Sua amada está... — Riu — Está transando com o marido, olha o barulho.


Levantou de uma só vez, correndo para o lado esquerdo do quarto, grudando o ouvido na parede. O barulho da cama se mexendo a irritou, Eduardo riu.


— Parabéns, você acaba de proporcionar uma lua de mel ao casal.


— Não fode, Eduardo. Não fode — Voltou para cama, de bico, agarrando-se a um travesseiro — Você não sabe o que aconteceu ontem, por isso está dizendo esse absurdo.


— E o que aconteceu ontem? — Eduardo sentou-se aos pés da cama


— Depois que vocês subiram, nós conversamos, ela me provocou, acredita? Linda, linda. Muito mais bonita quando é ousada, pedindo para me tocar, oferecendo a boca para eu beijar.


— Dando para o marido na manhã seguinte....


— Sai daqui, Eduardo — Simone joga o travesseiro no homem.


— Tudo bem, tudo bem. Mas o barulho continua.


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No quarto ao lado, Nana pulava freneticamente na cama enquanto Soraya tomava banho e Carlos César mexia atentamente no celular da esposa. Não fazia ideia de como aquilo funcionava, qual deveria ser a senha? Tentou a data de casamento dos dois, o ano de nascimento de Nana e nada.


— César, você não está vendo a menina pular na cama? Olha o barulho que isso está fazendo, pode acordar o Eduardo e a Simone — Soraya falou, saindo do banheiro, enrolada em uma toalha — Desce daí agora, Nana. Agora!


Respirou fundo e notou que o marido estava com o aparelho que pertencia a ela em mãos.


— Carlos César? Você está fazendo o quê? — Puxou o telefone das mãos do homem — Você sabe que isso é invasão de privacidade, não sabe?


— Não... Mas você tem algo a esconder, Soraya?


— Você está invertendo a situação, não vem não.


— Não tô, só tô achando estranho essa sua preocupação ao me ver com o seu celular em mãos.


— Por acaso eu pego o seu celular? Porque se você quer ver o meu, fica a vontade, mas eu vou

 querer ver o seu tamb...

Foi interrompida pela batida na porta.


— Simone, oi — Respondeu sem jeito, vermelha de raiva pelo impasse que acabara de ter — Segurou firme a toalha com medo de que a peça escorregasse.

As coisas que perdemos nas sombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora