Entre nós dois | luriel (CONCLUÍDO)

|45| Clean

Hung my head as I lost the war
And the sky turned black like a perfect storm
Rain came 

Taylor Swift

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Um mês depois...

     As aulas haviam começado faziam mais de três semanas, Lucien faltou na primeira semana com medo de enfrentar as pessoas. Não gostava de ser alvo de olhares, muito menos de olhares maldosos.

    Havia aprendido com o tempo a não se importar com isso, mas quando toda sua autoestima é destruída em minutos, é difícil se encolher com cada olhar que recebia.

    Agora estava acostumado com os olhares. Seguia fazendo terapia, não contando sobre o mundo criminoso que participou para sua psicóloga, ele apenas contou que o ataque foi vingança dos seus irmãos.

    Não contou que seu ex-namorado assassinou o seu pai. Eris havia contado toda a história no hospital quando não tinha ninguém no quarto. Lucien não odiava Azriel por isso, mas o gosto amargo perpetuou em sua boca por ele não ter contado esse detalhe importante.

     Contou para psicóloga sobre Azriel, e tudo que ele falou naquela tarde em sua cama. Depois que o espião foi embora, Lucien chorou até dormir. Estava apaixonado e amava demais Azriel, só não conseguia superar o fato de que havia sido abandonado quando mais precisou dele.

     A psicóloga tentou mostrar outro lado daquela história; onde Az se sentiu insuficiente o bastante para se afastar. Lucien se arrependia por ter pensado o pior dele, no entanto, a cada dia que passava sentia que havia feito o certo.

    Eles não estavam destinados a ficar juntos. Todas as vezes que estavam felizes uma desgraça acontecia. Naquele momento não estava pronto para nada, nem mesmo para conversar com ele.

     Iria terminar o último semestre, se formar e se mudar para outro país, se fosse necessário. O dinheiro que recebeu dos meses trabalhando e a quantia que ganhou como indenização dos irmãos Illyrian era o suficiente para morar em outro lugar.

    Por onde ele passava ficava com sequelas e mais traumas. Tudo havia começado com o Jesse, e ele estava morto.

    Lucien havia assassinado um homem a sangue-frio, não se arrependia, mas aquilo não fazia parte dele. Por esse motivo não usava mais nenhum tipo de arma consigo.

     Os irmãos Illyrian entenderam sua saída e não exigiram nada. Lucien não reclamou do valor que recebeu, estava cansado de ser orgulhoso, ainda mais quando descobriu que quem bancava o aluguel da casa era o seu irmão.

    Sentou no banco do pátio de Beltmor olhando para o prédio que estudava, dali meia hora iria começar sua aula.

    — Você parece estar sempre me esperando — uma voz risonha ressoou perto do seu ouvido.

     Lucien girou os olhos ajustando o boné na cabeça. Tarquin surgia misteriosamente sempre que estava distraído ou querendo ficar sozinho.

    — Como você está, cunhadinho? — perguntou Quin, sentando ao seu lado.

    — Bem... e você?

    Tarquin respirou fundo e todo aquele sorriso divertido sumiu dando ao lugar em uma carranca.

    — Eu estive no hospital. Você sabe... — ele deu se ombros.

    Sim, ele lembrava de Tarquin o perturbando.

    — Fiquei ao lado do seu irmão. Eu vi o quanto ele estava sofrendo por tudo que aconteceu. Pensei que ele fosse abaixar guarda e deixar de ser orgulhoso — ele desabafou, revirando os olhos como se sentisse um idiota por ter pensado naquilo.