|25| Anywhere

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Time flies by when the night is young
Daylight shines on an undisclosed location,
Bloodshot eyes looking for the sun

Rita Ora

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    Azriel conseguiu escapar sem que sua prima e Elain o vissem parado espionando elas. Sabia sobre Mor, ela era assumida faziam anos, mas Elain? Era uma grande surpresa.

    Saindo do campus, encontrou o carro de Morrigan no estacionamento e aguardou por ela. Ele precisava da ajuda dela. Az precisava que ela fosse com ele fazer a coleta de material genético.

    Necessitava de respostas, havia passado os últimos dias atrás delas. Os irmãos Illyrian não tinham mais parentes próximos vivos, somente o pai de Mor, mas última coisa que faria era buscar qualquer resposta através dele.

    Os espiões que trabalhavam para ele não encontrava nenhum outro segredo de Beron e nem mesmo do pai dele. Esse pai que poderia muito bem ser dele, não apenas dos seus irmãos. Estava tão óbvio que ele era filho de Beron que chegava a suar frio.

    Cassian e Rhys estiveram preocupados com seus sumiços repentinos. Azriel andava fugindo de todos eles, até mesmo das suas cunhadas. Feyre o havia convidado mais de uma vez para jantar em sua casa e ele recusará.

    Como ele sentaria na mesa com todos? Como falaria para seus irmãos que ele era uma farsa e que não merecia o mesmo sobrenome que eles?

    Encostado no Porsche vermelho de Mor, ele esperou por uns bons minutos ela chegar. Esperava que Mor estivesse sozinha, mas se viesse com a Elain iria pedir para conversar a sós.

    Havia treinado várias formas de entrar no assunto com ela, queria dar o mínimo de informações possíveis. Mas como pediria ajuda dela sem contar que poderia ser irmão dos desgraçados dos Vanserra?

     Azriel pensou em sua mãe e os motivos que a fizeram se relacionar com dois homens abusivos. Pensar nela o deixava irritado, ao mesmo tempo, entristecido. Ele investigou por anos Beron e nunca descobriu sobre o relacionamento deles. Azriel sabia que ele teve outras mulheres, inclusive amantes mesmo casado com a mãe de Lucien.

    Az olhou para o prédio onde o ruivo estudava. Pensar nele era como estar a deriva em alto mar e não saber para onde sequer nadar, porque não existia terra à vista. Pensava nele todos os dias e tentava sufocar os poucos momentos que tiveram,  com lembranças de corpos sendo mutilados e cabeças decepadas. Talvez ele precisasse torturar mais pessoas para encher sua cabeça com outras coisas.

    Morrigan entrou no estacionamento sozinha e ele agradeceu o universo por Elain não estar junto.

    Quanto mais ela caminhava, mais franzia a testa para ele. Mor estava com um macacão de algodão, bordô, sapatilhas brancas e seu longo cabelo loiro estava solto sobre os ombros delicados.

   — O que você está fazendo aqui? — ela indagou, quando parou na frente dele.

   — Eu devo te perguntar o mesmo?! — retrucou, se afastando do carro dela.

    Ela mexeu desconfortavelmente na bolsa que carregava.

    — Aquele barulho que eu escutei era você, não era? — perguntou ao se aproximar dele.

    Ele acenou um sim, não adiantaria mentir. Seria coincidência demais ela ter ouvido alguém e justamente encontrar o primo espião no estacionamento.

    — Não precisa me explicar nada. Só preciso da sua ajuda — disse coçando nervosamente o maxilar.

    Ele odiava não ter controle dos próprios sentimentos. Odiava ter que se abrir. Odiava ter que falar sobre absolutamente qualquer coisa que não fosse trabalho. Sentia-se confortável na presença de Lucien, mas nem isso ele tinha mais.

Entre nós dois | luriel (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora