Capítulo 23: Armas e glória

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— Esta é uma péssima ideia — Sam murmurou pela enésima vez, batendo os dedos nervosamente contra o volante.

Eles deixaram Samandriel, Ben e os gêmeos sob cuidados dos pais de Sam durante aquela noite, e agora o Winchester, Castiel e Kevin estavam sentados no carro do alfa a poucos quarteirões do bairro de Alastair, se preparando para a invasão.

— Você deixou isso bem claro nas outras cinquenta vezes que disse. — Castiel desenroscou a tampa de uma garrafa de uísque, inclinando a cabeça para trás e tomando um longo gole. Ele deixou que um pouco do líquido escorresse pelo queixo e caísse em sua camisa, para deixar o seu disfarce mais real.

— Não devemos ficar realmente bêbados, você sabe — Kevin lembrou nervosamente, pegando a carrada e entornando um gole do álcool em sua boca.

Ele se inclinou para fora da janela aberta e cuspiu, um líquido âmbar caindo na calçada.

— Meu marido está desaparecido, é provável que foi sequestrado pelo mesmo psicopata que estamos prestes a visitar — Castiel estalou, arrancando a garrafa das mãos de Kevin. Um pouco do líquido espirrou na borda da manga do paletó do homem. — Vou beber o quanto for preciso.

Ele enroscou a tampa da garrafa de volta e puxou a gravata, afrouxando-a para arrematar o traje desgrenhado. Ele esfregou os olhos vigorosamente até que lacrimejassem, ficando vermelhos com a pressão.

— Vamos.

Sam permaneceu no carro, sentado tenso no banco do motorista. Castiel passou o braço em volta do ombro de Kevin e acenou com a cabeça, lembrando-se de cambalear e tropeçar enquanto caminhavam.

Por sua vez, Kevin interpretou um bêbado acabado com bastante habilidade, cambaleando atrás de Castiel e bolbuciando alto sobre nada, arrastando as palavras.

— É aqui — Castiel murmurou quando a casa de Alastair apareceu.

Ele tinha memorizado o endereço antes de partir; preparando-se, ele subiu os degraus cambaleando e se apoiou na campainha.

Kevin caiu contra a grade da varanda, enfiando a mão no bolso como se quisesse garantir que sua arma estava onde a havia colocado. Castiel passou o polegar sobre o sobretudo, confortado pelo peso de uma lata de spray de pimenta.

Estavam armados, estavam preparados e agora só tinham que desempenhar seus papéis.

A cabeça de Castiel se virou quando a porta do porão ao lado da casa se abriu. Um homem alto e magro saiu, cheirando a seco e feromônios intensificados.

Se houvesse alguma dúvida na mente de Castiel de que este homem estava com Dean, ela foi ao chão agora. Ele segurou um grunhido enquanto o homem ossudo caminhava em direção a eles, ajustando as calças sobre sua óbvia ereção.

— Bem, agora, o que é isso? — ele perguntou baixinho, mostrando os dentes.

— Oiiiiiii. — Kevin prolongou suas palavras, levantando uma mão preguiçosa. — Podemos usar o seu banheiro, por favor?

Ele arrastou, vacilando enquanto se endireitava. Castiel resolveu deixar a atuação para Kevin. Era óbvio que isso era algo que ele poderia lidar.

— É uma caminhada muuuuito longa até nossa casa, e meu amigo está sem carro. — Ele apertou os olhos como se tentasse ver o rosto de Alastair através de um borrão induzido pelo álcool. — Ei. Ei. Pode nos ajudar?

— Hmmm. — Algo frio e predatório brilhou nos olhos de Alastair; Castiel engoliu a apreensão. Sabiam que deveriam esperar isso, ele lembrou a si mesmo. — Acho que posso ajudar vocês.

Ele subiu os degraus, passando por Castiel a caminho da porta. O moreno reprimiu um estremecimento.

A porta se abriu e Castiel tropeçou no limiar, esperando desesperadamente que ele não tivesse exagerando. Nunca bebeu tanto para experimentar a embriaguez total.

Imperativo Biológico | Destiel ABOOnde histórias criam vida. Descubra agora