Imperativo Biológico | Destiel ABO

Capítulo 12: Tribunal

Castiel andava, seus dedos percorrendo nervosamente sua gravata azul brilhante, emprestada na minúscula coleção de roupas formais do Dean. Seu terno barato de brechó coçava, ele lutou contra a vontade de desabotoar os punhos da camisa e aliviar a coceira nos seus pulsos.

— Voce vai se sair bem — Sam assegurou-lhe, descansando uma mão reconfortante no ombro de seu cliente.

Castiel parou, engolindo em seco enquanto olhava para seu advogado. Sam claramente parecia mais calmo que ele; quis que o seu coração desacelerasse um pouco.

— Lembre-se que é apenas um julgamento cívil. O que vai acontecer, provavelmente, é eu indo conversar com o advogado do Crowley sobre termos e propostas desse caso. — No pior dos cenários, nós não tomamos uma decisão hoje e temos que voltar para acertar os termos da pensão alimentícia. Com sorte vamos resolver essa questão ainda hoje e começaremos o processo de custodia.

Castiel assentiu, ainda inquieto. Ele não se sentia confortável em ver Crowley novamente, mesmo sendo do outro lado de uma sala de tribunal.

— Relaxa, provavelmente você não vai precisar fazer muito em nenhum dos casos. — Sam suspirou, cruzando as mãos sobre a alça de uma pasta. — Eu sei que você tem um histórico ruim com Crowley, mas você pode manter isso fora do tribunal. A não ser que você queira prestar queixa contra ele por abuso...

— Não — disse Castiel, cortando Sam antes que ele pudesse terminar a sugestão. — Não, só quero acabar logo com isso. Não quero ter que lidar com um longo julgamento criminal.

Sam assentiu agradavelmente.

— Certo. Então, vamos dar preferência a não citar isso durante o processo. Vamos só elaborar um acordo para pensão alimentícia, o caso de custódia deve ser começado a ser resolvido em poucas semanas. Sendo assim, provavelmente, levará poucos meses para tudo isso terminar, levando em conta tudo que fizemos até agora.

Castiel assentiu. Quase dois meses já haviam se passado desde que ele deixou Crowley, tudo que ele passou estava começando a parecer uma memória muda e nebulosa em sua mente. Estar prestes a ver pessoalmente o seu futuro ex-cônjuge, ele se perguntou se seria capaz de ignorar o passado com tanta facilidade.

As portas do tribunal se abriram, carvalho pesado balançando silenciosamente. Sam ofereceu ao seu cliente um sorriso tranquilizador e levantou-se, fazendo sinal para que o ômega o seguisse. Castiel engoliu em seco e entrou na fila atrás do seu advogado, seus sapatos de segunda mão rangendo ligeiramente contra o piso de madeira polida.

Do outro lado da sala estava Crowley, sentado ao lado de sua advogada, uma bela polida jovem beta.

— O nome dela é Bela Talbot — Sam murmurou, acenando educadamente para a mulher, que levantou uma mão bem cuidada em reposta. — Ela é boa, mas ela está acostumada com a esfera criminal. Ela ganha muito dinheiro defendendo empresários contra acusações de crimes de colarinho branco. Não sei o nível de experiência dela com a lei de divórcio.

Isso explicava como Crowley a conhecia. Castiel sentou-se rigidamente, evitando o olhar quente e zangado do seu marido. Ele podia sentir os olhos de Crowley memso do outro lado da sala; apertou as mãos sobre o colo. Ele não tinha poder sobre ele naquele lugar, devia se lembrar disso.

— Todos de pé para o honorável juiz Henriksen. — A voz alta e nítida do oficial de justiça soou clara pela sala grande e vazia.

Castiel se levantou, os joelhos temendo de ansiedade enquanto um beta alto e moreno entrava na sala do tribunal, as vestes negras balançando sobre os joelhos enquanto ele se dirigia ao estande do juiz. O ômega torceu para que Gabriel tivesse escolhido o juiz certo. Ele certamente parecia imponente.