Alice

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" Não vos embriagues com o vinho, que é a fonte da devassidão, mas enchei-vos do Espirito." (Efésios 5:18).

Ao olhar para trás o vi, seguindo em direção a garota que não me recordo o nome. Só espero que não me venham mais problemas essa noite. Levei meu animal e comecei a retirar os acessórios, estava terminando de enrolar as faixas quando Calebe voltou. Sem machucado a vista, seus olhos não tinham a ira de mais cedo. Ele retirou a sela enquanto conversava com seu amigo de quatro patas. Fez carinho, o escovou, depois de algum tempo deu um banho iniciando pelas patas.

– Me desculpa intrometer, mas a senhora não parece feliz.

– Entendo a parte do respeito, mas ainda não sou uma mulher casada. E a situação de Pascoal piorou agora a noite e ele teve que ir para a unidade intensiva. Ele nem sabe que vocês ganharam.

– Eu não imaginava, ele estava muito bem cedo. Se quiser voltar, estamos prontos.

– Não adianta nada, a noite hoje é sua. Afinal, não podemos visitar ele hoje, nem amanhã. Mas Carla vai me dar notícias sempre. Agora esquece isso e vamos para o show.

Eu contratei um segurança para cuidar do Grito, e antes mesmo que eu chegasse na área vip do show senti uma mão em meu ombro, era Arthur tentando me animar. Revirei os olhos, caminhamos até chegar atrás do palco. Era Nicolas que iria tocar, assim que me viu correu ao meu encontro e me deu um abraço, ele já sabia. Meu primo era uma pessoa maravilhosa e um produtor excelente.

– Você está bem? – disse baixo.

– Acho que sim. Mas fomos campeões e não quero estragar a festa dele.

– É verdade, o tio Pascoal é muito forte, e ele queria que você se divertisse. Ele odeia quando estamos choramingando.

– Esta bem, vou tentar relaxar um pouco.

– Alguém disse relaxar? – Arthur apareceu com uma garrafa em minha frente, eu aceitei. Nicolas balançou a cabeça em sinal negativo e falou algo com Calebe que eu não consegui ouvir.

O show foi ótimo, pelo menos até a parte que eu me lembrava, muitas garrafas na minha frente, eu cantando desafinada, me esquivando das tentativas idiotas de Arthur, alguém discutindo atrás de mim, alguém tirando meus óculos. De repente, tudo de cabeça para baixo, minha cabeça pesava uma tonelada. Me levantei abruptamente e acertei a testa com força em algo. Soltei um palavrão. Dessa vez abri os olhos, ainda estava escuro, ouvi a respiração do cavalo, eu estava na cama do trailer. Quando sai Calebe e Nicolas conversavam.

– O que aconteceu?

– Alice da próxima vez que eu dizer para se divertir, pelo amor de Deus, não se embriague. – Ele me deu uma bronca de uns dez minutos, mas eu não ouvi. Por fim deu um beijo na minha cabeça e saiu.

– Foi mal, eu devia ter te avisado, que o Arthur iria tentar de todas as formas. Se bem que você é bem dura, acho que tomou mais do que ele. E para quem estava me convencendo a ser uma pessoa da paz, você não ficou muito tranquila quando ele te beijou.

– Ele fez o que?

– Ele estava muito mal quando resolveu te beijar, mal ficava em pé. Mas quando te segurou os braços e a beijou, você surtou. – Ele gargalhava. – Você socou o nariz dele até sangrar, aliás como está sua mão? – Eu olhei para meus dedos, havia um hematoma ali.

– Eu acho que descontei nele toda a raiva que estava guardada a muito tempo, uma pena que não me sinto mais leve – Rimos. – Estraguei a noite de todo mundo. Cadê a morena bonitona que estava com você?

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