Alice 13

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O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Tudo sofre, tudo crÊ, tudo espera, tudo suporta.

(I Co 13:4-7)

Os preparativos para o casório de Anísia e Jorge a todo vapor, eu e Regiane participamos de tudo, o que nos privou ainda mais de tempo e de descanso. Mas ter o pai em casa, o confinamento funcionando tranquilamente, com o contrato de venda dos animais que fizemos com um grande frigorifico, me acalmava.

– Dona Alice, sua mão ficará machucada, – eu descascando mamão verde, que dá uma esfoliação na pele, me trazendo doces lembranças.

– Pare de se preocupar dona Menina, te ajudar me faz feliz e sei das consequências, já fiz isso varias vezes para minha vó.

– E como eles estão, querida?

– Estão bem, mas estou com tanta saudade que chega doer. Depois do casamento irei visitá-los e se tudo der certo vou trazê-los.

Antes que nos aprofundássemos na conversa, meu relógio apitou, era hora de me arrumar para ir a consulta. Angela era a psicóloga do abrigo, que também era cristã e seguia um modelo um pouco diferente dos outros profissionais que havia conhecido.

– Conte-me como foi a semana Alice, o que fez de novo?

– Está sendo uma loucura, no final da semana ganhamos outra prova e eu competi sozinha e fiquei em sexta colocação. Estou ajudando minha tia em todos os detalhes do casamento e visitei meu pai e ele dormiu na fazenda duas vezes essa semana.

– O que fez por você mesma? Está tirando sua primícia diária?

– Sim, fiz um propósito de não me relacionar com ninguém durante um ano. Eu dedico as primeiras horas do meu dia para ler a palavra, e falar com Deus e conhecer quem sou para Ele, mas não está sendo fácil.

– Está sendo difícil porque você não consegue se colocar em primeiro lugar, nem mesmo em suas orações. Devemos amar ao próximo como a nós mesmo, não acima de nós. – Arfei em frustração.

– Eu tenho tudo que eu preciso, minha família está bem, eu tenho saúde, meus amigos e animais. E assim que esse casamento passar, vou viajar um pouquinho.

– Viagem a trabalho ou a passeio? – Angela ergueu uma das sobrancelhas.

– Um pouco dos dois. Vou arrumar muito motivo para me divertir, tenho certeza. – Enquanto isso, meu celular não parava de vibrar no bolso de trás. Mais uma vez algum problema na ração com certeza.

Pequenos arranjos estavam dispostos na grande mesa. Cada lugar foi cuidadosamente escolhido, para que todos pudessem ter uma conversa agradável. O Altar um pouco a frente, teria o pôr-do-sol como o cenário principal e somente um arco com flores compunha a decoração. A mesa de doces ficou melhor que a encomenda, Aninha em suas férias fez um curso de confeitaria e usou e abusou dos seus dotes no bolo. As outras guloseimas eram doces de pedaços e cristalizados que dona Menina fez questão de fazer. Mas o jantar ficou por conta de uma empresa de buffe que contratamos.

Todos os homens ganharam uma gravata borboleta e estavam no estabulo. As mulheres receberam uma linda pulseira e se aglomeraram no casarão. Cabelereiras e maquiadoras trabalharam intensamente para ninguém perder o horário. Aninha nos últimos retoques do cabelo, fiz um Fiu-Fiu para ela, que abriu um sorriso. Ben ao me ouvir correu para meus braços, ele estava cheio de marcas de batom, não pude me conter, deixei a minha em sua bochecha e tirei uma foto. #omaisamado.

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