Resiliência - L.S

38 - Oioi Ratinha.

Harry Styles.

Existem várias maneiras de seguir seu destino.

Você pode querer seguir sozinho ou acompanhado, com sucesso ou com uma vida simples. Muitos dizem que "é só ter força de vontade para ter tudo o que sonha".

É claro que não deixa de ser verdade. Precisamos de força de vontade, precisamos de apoio pessoal e acima de tudo, precisamos de possibilidades.

Aí que tá.

As vezes temos força de vontade, apoio mas não temos possibilidades. Não temos uma forma de seguir com nossos sonhos e sermos o que queremos ser. O que acaba nos levando ao nosso plano B. Um plano que fica sempre em segunda opção, obviamente.

Eu tinha sonhos.

Eu tinha força de vontade.

Eu tinha apoio.

Cheguei a ter possibilidades mas foi como um estalar de dedos. Tudo sumiu.

Me vi acabado, me vi no fundo do poço. Me senti sozinho. Eu fiquei sozinho. A única pessoa que eu ainda tinha, eu não quis ter.

Irônico, não é mesmo?

Tive ajuda, tive outras possibilidades mas eu não quis. Eu estava cego. Eu me vi completamente em uma tempestade de poeira, me lavando para trás, enfiando areia em meus olhos, me impedindo de ver o óbvio: Eu estava acabado.

É assim que funciona a sede de vingança.
Você se sente perdido, em uma forte tempestade de poeira e a cada passo para frente, o vento te faz voltar três para trás. Tem muita areia entrando em seus olhos, te proibindo de enxergar o poço com água limpa e cristalina logo ao seu lado, com uma proteção forte contra a tempestade. Era só você focar, não se desesperar, não agir por impulso, com angústia. Sei que é difícil, é uma tempestade de poeira. Você não enxerga nada. Mas se não se acalmar, se não visualizar as possibilidades e não entender o que pode ser feito, você se perderá no seu trajeto e não conseguirá sair da tempestade, só irá entrar mais nela e piorar tudo.

Eu me vi cego, só conseguia viver nos passos para trás, só conseguia viver no passado. Eu queria fazer o passado sumir. Queria poder mudar tudo.

Matei, me sentia bem matando, pois ao matar quem merecia morrer, fazia com que eu me sentisse bem, com que eu pensasse que eu estava livrando a humanidade de mais uma coisa ruim.

Mas não percebi que eu também era uma coisa ruim. Me tornei um tipo de pessoa que meu eu adolescente sentiria medo, sentiria repulsa, se sentiria ameaçado. Eu me tornei alguém que nunca imaginei que seria.

Depois de tudo o que eu passei, vir para a casa de Louis foi como um tapa na minha cara para me trazer para a realidade. Eu voltei a me importar com as pessoas, voltei a sorrir, voltei a ler, voltei a me alimentar direito, voltei a me cuidar, eu voltei a ser o alguém que eu nunca deveria ter deixado de ser. Mas eu me tornei um alguém ainda melhor. Conhecer pessoas novas te faz mudar. E a família de Louis me mudou. E como mudou.

Nunca me senti tão bem, nunca me senti tão amado e nunca me senti tão vivo.
Agradeço todos os dias por acordar ao lado de um homem bom, tomar café com pessoas incríveis e ter a melhor vida que alguém poderia ter.