Resiliência - L.S

31 - Perdoar Você?

Quando o passado te invade
sem dó nem piedade
trazendo a dor como presente
com amarras e correntes
te perguntando brutalmente:
- Achou que eu havia me esquecido de você?
Esse momento que congela
a fluidez e a leveza
pesa na alma a dor cruel e tão latente
de não saber o que fazer
E é o futuro quem pergunta:
- E agora?

...

Quando uma pessoa fala que quer morrer, mesmo tendo todos os motivos do mundo para ter essa vontade, ela quer realmente perder a vida. Não que ela já não tenha perdido de certa forma.

A pessoa que fala que quer morrer, só quer parar de sofrer, parar de só atrair tristeza e desgraça pra si mesmo com a ajuda de pessoas em sua volta. Ela só quer sumir e esquecer que ela um dia passou por isso. Ela só quer a felicidade de volta. O brilho que ela já teve.

O meu caso, definitivamente, não é esse.

Ao ter a minha filha nos braços, sorrindo e chorando ao mesmo tempo, tudo parece passar em câmera lenta: Louis ao meu lado acariciando os pequenos cabelos que ela tem ao nascer. Madelyn e Ryan um ao lado do outro - não brigando - sorrindo e com os olhos cheios de lágrimas, balões amarrados nos pés da cama do hospital, flores por todo o quarto e um enorme cartaz escrito "Bem vinda Mavis!"

Mas, eu sei que não é um sonho para que isso aconteça tão perfeitamente. Sempre tem algo para atrapalhar, mesmo não parecendo ter.

Gritos são ouvidos dos corredores e barulhos de pessoas correndo se misturam no meio. A porta é aberta rapidamente e por ela passa homens com roupa preta e armados.

Louis se assusta e se levanta, puxando Ryan e Madelyn para perto de si, onde os dois agarram o pai com toda força possível.

Seguro firme minha filha nos braços enquanto seis homens entram no quarto com seus fuzis em mãos. Estão mascarados, óbvio.

Quando eu acho que eles vão fazer algo contra nós, eu fico surpreso ao ver quem entra no quarto. Os homens ficam parados, olhando para nós enquanto Travor entra vestido do mesmo jeito só que sem a máscara no rosto. Ele está desarmado, aparentemente.

- O que está fazendo aqui? - Louis pergunta.

- Ah, Tomlinson. Vejo que reuniu sua família aqui. Mas falta outros dois filhos. Onde será que eles estão? - ele pega o celular no bolso e aponta a tela para nós.

Meu corpo gela ao ver Antony e Lauren amarrados em duas cadeiras na sala de nossa casa. Gritos são ouvidos ao fundo e creio que são de Lottie e Fizzy.

- Solte ele, agora! - Louis trava o maxilar.

- Acha que será fácil assim? - Travor solta uma gargalhada falsa. - Tomlinson bobinho. - caminha devagar até a cabeceira na cama. - Quero apenas conversar com você, querido amigo. - guarda o celular no bolso novamente.

- Vocês não tem nada pra conversar. - digo.

- Edward, amor. - sorri abertamente e me encara. Sinto nojo. - Tenho sentido sua falta. Aliás, você não completou o plano que tramamos. Pelo contrário, se apaixonou e construiu uma família. Que coisa mais ridícula. - seu sorriso morre. - Contou pra ele tudo que você já fez?