#2

31 5 0
                                    

Danielle pov

Aquele idiota vai pagá-las. Foi tão insensível. Consegui resolver tudo mas sozinha. Também não sei o que me deu, fiquei 2:45 h fechada na rua. Logo depois daquele camelo se ir embora fui até à admistração do prédio e eles lá me deram a cópia da casa. Tive de imprimir o meu currículo, passar roupa e arranjar-me em 1:15h, quase foi impossível. Mas a minha presença no elevador da editora comprova o contrário. Ouço o som das portas do elevador abrir e saio deste. Avisto de imediato uma senhora sentada numa cadeira, tem um ar formal tal como eu. Caminho até à sua secretária e esboço um sorriso, o mais simpático que consigo. A senhora, cujo o nome penso que seja Raquel devido à placa com o seu nome na secretária, não demora muito tempo a corresponder o sorriso e perguntar-me se vim para a entrevista.

"O senhor Dallas vai recebê-la na sua sala, por favor acompanhe-me."

Rapidamente assinto e sigo a senhora que aparenta estar na casa dos 40. Quando estamos junto a uma porta, Raquel pede-me que espere um momento para verificar se o senhor Dallas me pode receber. Espero que o senhor Dallas não seja um velho babão e que não respeita os empregados. Sinto a porta abrir-se e vejo o corpo de Raquel sair por entre a mesma. Esta sorri e pede-me que entre, eu logo agradeço e entro, fechando a porta atrás de mim. Quando me volto para ver quem seria o meu futuro chefe, ou não, encontro uma grande poltrona virada para uma grande janela que se estende desde o teto até ao chão.
"Sente-se" Uma voz baixa e rouca soa pela sala toda. Esta voz, conheço-a de alguma parte, mas não sei onde.
Sento-me sem provocar qualquer barulho e espero que comece.
"Menina Danielle não é?" questiona na mesma posição.
"Sim senhor."
Uma gargalhada rouca fez-se ouvir. Vejo a cadeira virar, e quando encaro o ser à minha frente, eu não consigo acreditar. É o idiota de hoje de manhã. Eu não acredito. Quero insultá-lo por me ter tratado mal de manhã, mas não posso porque tenho de impressioná-lo se quero este emprego.
"Vejo que tem as qualificações que procuramos. E fez estágio numa editora quase tão boa como a nossa." Modéstia à parte. Nem quero lembrar-me deste estágio, a minha mãe  só o arranjou para causar boa impressão, uma Smith nunca frequentaria um sítio que não tivesse classe ou não fosse do nosso nível. Balelas. Somos todos iguais, com ou sem dinheiro. Mas o mesmo se seguia com roupas, carro, colégio, universidade, tudo mas tudo do mais caro que há. Mas eu não, sempre fiz questão de não ser assim e as coisas não correram bem para o meu lado. "Estudou no melhor colégio do mundo. E wow, esteve na melhor universidade do mundo." Assenti, vendo o fantasma de um sorriso no canto da sua boca. "Não lhe entregaria de bandeja à concorrência..." Só me apetece bater-lhe com a cabeça na secretária, ele está a adorar fazer-me isto. Eu juro que o mato. "Está contratada." O quê? Brinca. Eu não acredito, oh meu deus vais matar-me. Vejo levantar-se e esticar-me a mão. Com o meu estado de ceticismo, não consigo corresponder ao gesto de imediato mas quando ele coloca a mão mais junto da minha cara, Eu levanto-me e estendo-lhe a mão. Num movimento cuidadoso sinto-o pegar na minha mão e levá-la delicadamente perto dos seus lábios e deixando nela um beijo suave, fazendo as minhas bochechas corar. Idiota, está a meter-se comigo, ele que nem pense. Assinto, sorrindo-lhe de leve. Preparo para sair da sala mas sou parada pela voz do meu vizinho idiota. Viro-me para ele incentivando a continuar.
"Espere, tem de assinar o contrato. Enquanto espera pela encarregada que trata dos contratos, que está em hora de almoço. Sugiro que me faça companhia ao almoço." Só pode estar a brincar comigo, trata-me mal e depois convida-me para almoçar. E depois as mulheres é que são bipolares. Sinceramente não compreendo os homens.
"Não acho que seja apropriado senhor Dallas." digo, sorrindo cinicamente.
"Oh, deixa-te disso. O meu horário acabou à um minuto Danielle, já não sou o teu chefe, agora sou apenas o teu vizinho." olha-me de forma convencida e sorri.
"Não vamos misturar as coisas." limito-me a responder.
"Vá anda, não espero o dia todo." diz abanando as chaves à frente da minha cara.
Ele é tão irritante. Querendo acabar com isso o mais rápido possível, ultrapasso o seu corpo convencido e enervante e encaminho-me à sua frente até ao elevador. No elevador fica um ambiente constrangedor, mas sr. Dallas cujo ainda não sei a porcaria do nome, corta o silêncio.
"Então Danielle, quer ir almoçar a onde?" Diz, fazendo movimentos esquisitos com as sobrancelhas. Vai ser uma longa hora.
"Tanto faz. Como é que te chamas mesmo?"
" Cameron. Cameron Dallas."
Otário.
O almoço é passado com tentativas de pôr conversa, totalmente falhadas, da parte do Cameron. Eu mantive-me em silêncio, ele foi rude comigo, o que foi totalmente desnecessário. Depois do almoço regressamos à editora e assinei o meu contrato de emprego. Saí dali o mais depressa possível, já não aturava o Cameron. Ele põe-me fora de mim, apetece-me enfiar-lhe a cabeça na secretária. Tenho fome. Antes de voltar para casa, entro num café. Pela primeira vez, porque segundo a minha mãe, pessoas como nós não frequentam lugares daqueles. Dirijo-me até ao balcão encontrando um rapaz com uns lindos olhos azuis a encarar-me. Sorrio-lhe e peço um menu lanche para levar. Ele assente, sorrindo-me alegremente. Realmente ele inspira confiança. Enquanto esperava pelo pedido, ele foi muito simpático em fazer-me perguntas sobre mim. No fim deu-me o meu pedido e entendeu-me a mão e apresentou-se.
"Nash. NASH Grier." sorriu-me.
"Danielle Smith." apertei-lhe a mão e sorri-lhe.
Saio do café e volto para o meu carro, tenho de ir fazer compras. Não tenho nada em casa.

Nash.. nome interessam.

UnlovedOnde histórias criam vida. Descubra agora