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Danielle pov

Desvio a minha cara para o lado, consequentemente os seu lábios depositam um leve beijo nas minhas bochechas, não consigo evitar corar. É a primeira vez que estou assim com um rapaz, e isto faz me sentir estranhamente bem. Levanto-me, e abandono a sala. Vou buscar alguns cobertores ao meu quarto e quando volto para sala vejo sentado no sofá, apenas de boxers. Largo imediatamente os cobertores fazendo-os consequentemente cair no chão. Sinto o meu rosto queimar. E levo as mãos ao meu rosto, tapando os meus olhos. Que vergonha.
"O que é que pensas que estás a fazer?"
"A por-me confortável?!" ouço-o desatar-se a rir. Palhaço, devia tê-lo deixado por sua conta.
"Podes cobrir-te?" Sinto-o levantar-se e caminhar pela sala. Sinto um movimento perto de mim, fazendo-me perceber que ele pegara num cobertor para se tapar.
"Já está?" perguntei, para certificar-me que não voltava a acontecer. O que é que se passa comigo? Nenhum rapaz me afetou assim, também nunca tive ninguém, mas mesmo assim os rapazes no secundário e na universidade eram uns otários, e eu queria focar-me nos estudos para sair o mais rápido daquele inferno. Mas ele já me fez corar 3 vezes apenas na mesma noite.
"Sim, já podes olhar." disse, tirando as minhas mão da frente dos meus olhos.
"Ah, eeu aacho qque mme vou deitar. Ficas bem?"
Porque é que eu estou a gaguejar? Não é normal eu gaguejar. Não percebo porque estou a gaguejar. Ele assente. Preparava-me para sair dali quando o vejo aproximar-se e deixar um beijo suave na minha bochecha. Sinto o meu coração falhar um batimento, e eu coro pela quarta vez, esta noite. Vou parecer um tomate. O que é que se passa comigo? Sorriu-lhe timidamente e vou em passo rápido até ao meu quarto. Assim que chego perto da minha cama, deixo-me cair nesta. Eu não sei o que raio se passa comigo, nunca antes senti isso. Será que é algum sintoma do meu coração para o aceitar como amigo? Também não sei, nunca tive um. Levanto-me, troco os meu vestido por uma t-shirt e uns calções e deito-me.
Ouço a porta do meu quarto abrir-se juntamente com uns passos até à minha cama. Sinto alguém deitar-se na minha cama, consequentemente fazendo a descer com o aumento de peso. Viro-me para o lado e vejo o estúpido do Cameron.
"O que é que fazes aqui Cameron?" pergunto sussurrando
"Não consigo dormir, não estou habituado ao teu sofá."
"Preferias dormir no chão do corredor ou no teu carro?"
Continuo a sussurrar.
"Porque é que estamos a sussurrar?"
"Não mudes de assunto, vai para o sofá!"
"Vá lá, deixa-me ficar"
"Cameron, vai para o sofá. É a última vez que te digo."
"Vá, não sejas má, deixa-me ficar." ai, ele é tão chato, porquê que ele não é como todos os bêbados que quando se deitam nunca mais se levantam?
"Tudo bem mas tu não me tocas." ele assente e deita-se mais confortavelmente na cama. Só pela certeza, coloco duas almofadas de enfeite no meio de nós os dois, a cama é suficientemente grande para três pessoas, por isso sobra espaço.
Em minutos estou a dormir.
Corro o mais que posso escadas a cima, assim que abro a porta sou empurrada para dentro do meu quarto. Ela apanhou-me, não há como escapar.
"Como te atreves a desobedecer-me? Uma Smith não usa roupas dessas, tu não és uma qualquer sem classe." E nisto sinto-a pontapear-me com os seu saltos, sinto o seu punho inúmeras vezes tocar repetitivamente sobre todo o meu corpo. Antes de parar e gritar-me.
"TU OUVE-ME BEM, NENHUMA FILHA MINHA SERÁ UMA PUNK'ZINHA QUALQUER" Nisto dá-me um último pontapé e sai do meu quarto, batendo com a porta. E é aí que deixo que todas as lágrimas saiam, choro desalmadamente para tentar sarar as minhas feridas, mas eu disse bem, tentar.
O meu corpo eleva-se, logo que os meus olhos são abertos. Tento normalizar a minha respiração descontrolada. Sinto Cameron afagar-me o braço e perguntar se está tudo bem, mas não consigo responder, pois o meu choro era incontrolável. Ele puxa-me para os seus braços e abraça-me numa tentativa de me acalmar. E ali deixo-me ficar. É uma sensação boa, ter alguém que me dê reconforto. Pela primeira vez tenho alguém a meu lado para me limpar as lágrimas. E esse alguém é o idiota do meu vizinho. Quando o meu choro já está mais calmo, peço desculpa a Cameron e este responde-me com um simples "não tem mal", informo-lhe que vou beber um copo de água, e este apressa-se a negar, oferecendo-se para ir. Não querendo recusar, assinto e deixo-me encostar à tacha da cama. Vejo o seu corpo que segura um copo na mão, entregar-mo. Noto que ele teve o cuidado de pôr um pouco de açúcar na água para me acalmar. Afinal ele não é assim tão má pessoa. Agradeço-lhe e este volta a deitar-se junto a mim na cama.
"Já não estás bêbado?" pergunto com uma voz chorona.
"Não, já não estou bêbado." responde-me, deixando uma pequena gargalhada sair por entre os seus lábios.
"O que é que tem piada?" pergunto-lhe, enquanto coloco o copo na ministra junto da cama.
"É que tu em vez de estares preocupada com que quer que seja que te atormenta, estás preocupada comigo. Que apenas fui irresponsável e imaturo."
" Ainda bem que tens consciência disso."
"Muito simpática." diz tocando-me com o indicador na ponta do meu nariz. "Obrigada, por não me teres deixado lá."
"Podes recompensar-me."
"Ai sim?" perguntou com uma sobrancelha erguida
"Paga-me o pequeno almoço."
"Queres ir comer a onde?" pergunta levantado-se da cama.
Assim que o olho, lembro que ele tem apenas uns boxers vestidos e rapidamente levo as minhas mãos até aos meus olhos cobrindo-os.
"calças" murmuro, fazendo-o rir.

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