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Danielle pov

Já estava pronta. Tinha optado por vestir uma saia preta e rodada, um pouco curta com um camiseiro transparente e um casaco de cabedal, para finalizar o look optei por umas botas pretas sem tacão.
Já estava na hora, por isso resolvi descer. Talvez festejar o primeiro dia das férias de Natal não fosse assim tão má ideia, na realidade eu acho perfeitamente normal, tenho 22 anos e nunca sai à noite, não fui uma adolescente normal, em vez de me estar a embebedar em festas e a curtir com algum rapaz, eu estava em casa ou a apanhar ou a ouvir coisas piores que a porrada que levava. Avisto o carro de Miriam e logo entro neste.
"Hey, hey pronta para curtir?" perguntou eufórica, fazendo-me rir.
"Em frente gata." digo entrado na brincadeira.
Durante a viagem, conversamos e cantamos ao som das músicas que passavam na rádio. Após 15 minutos de viagem, chegamos àquilo que julgo ser um bar. A música ouve-se cá fora, e luzes de diversas cores saiem pelas eventuais claraboias no teto.
"Nunca largues a minha mão" avisa Miriam antes de entrarmos dentro do bar, cujo nome penso ser black night. O volume da música é o dobro daquela que se ouvia lá fora, as luzes são mais fortes e centenas de corpos suados dançam pela pista de dança, dançam? Não, esfregam-se uns nos outros, aquilo não é dançar. Quando chegamos junto do nosso grupo, cumprimentamos todos. Um rapaz cujo nome julgo ser Gabriel, oferece-me um copo, com uma bebida avermelhada dentro. Dou um gole e logo aprovo o sabor.
Torna-se viciante e eu vou bebendo, e bebendo. Eu não sou tolerante ao álcool, pelo facto de nunca ter bebido antes. E então com a quantidade que eu já ingeri. Adrenalina corre-me no sangue. Pareceu-me ter visto Cameron, mas não quero saber e no estado que estou, pode ter sido apenas a minha mente a pregar-me partidas. Danço ao som da música juntamente com os outros corpos suados. Para quem está sã, é extremamente desequilibrado mas para alguém alcoolizado, é pura diversão. E é assim que eu me sinto, eufórica. Atravesso os corpos suados até chegar ao bar, pergunto ao barman o que me sugere e ele logo me entrega um copinho pequeno com um líquido transparente lá dentro, parece-me ter ouvido dizer que era um shot. Não interessa. Levo o líquido à boca, engolindo de pancada. Não sabe tão bem como as outras bebidas, mas deu-me muita energia. Perdi-me de Miriam e agora não a consigo encontrar, procuro por todo o lado, mas não a encontro. Sinto alguém puxar-me pelo pulso para fora dali. Não é justo, eu estava a gostar. O corpo que me arrastava dali para fora para, e consequentemente eu vou contra si. Olho para cima, encontrando Cameron. É perseguição, é que só pode.
"Tu estás louca?"
"Eu? Porquê?" digo e desato a rir.
"Quem foi que te trouxe para aqui?"
"Hey, vamos lá com calma, eu vim porque quis. Eu acho que já sou crescidinha." o meu tom é totalmente brincalhão e não me parece que lhe agrade muito.
"Responde." diz, entre dentes.
"Vim com a Miriam, o que é que te importa? Melhor o que é que tens a ver com isso? Eu nem devia estar a falar contigo." digo e toco-lhe no nariz, rindo-me da minha própria atitude.
Sinto-me ser arrastada de novo, mas desta vez através dos corpos suados, lá vamos nós. Avisto Miriam e aceno-lhe freneticamente, fazendo-a rir. Cameron apercebe-se e leva-me para junto dela.
"Fica aqui."
Vejo-o afastar-se com Miriam e os dois parecem estar numa briga. Ignoro, tento sair dali mas Cameron impede-me de fugir novamente.
"Não, não tu vens comigo, para casa" diz-me bastante alto ao ouvido devido ao elevado som a que a música se encontrava. Nego, mas logo me arrependo pois ele eleva-me e carrega-me através dos corpos suados, estilo saco de batata. Não me agrada, para expressar o meu descontentamento, começo por dar murros nas suas costas, mas não me serve de nada, pois ele continua a andar. Quando chegamos ao seu carro, sou forçada a entrar no lugar do pendura.
Cruzo os braços à frente do meu peito e amuo, não é justo logo agora que me estava a divertir. Vejo-o entrar dentro do carro e lançar-me um olhar sério. Ignoro, ele é tão irritante. Rapidamente chegamos a casa, ele sai do seu lado do carro e pede-me que saia mas eu nego, deixando-me estar sentada a olhar em frente de braços cruzados.
"Ai é? Não sais a bem, sais a mal." diz pegando-me estilo saco de batata. Berro e dou leves socos nas suas costas, mas tanto agora como antes não me serve de nada.
"Shhh, és doida?"
Calo-me apenas porque estou a ficar sem voz, mas apenas por isso e não porque ele me mandou. Chegamos a sua casa, e ele transporta-me para o seu quarto. Deixa-me cair na cama, fazendo-me protestar mas rir por quase ter caido. Ouço-o refilar baixinho, e mais me riu. Vejo-o caminhar até mim, e assim que me apercebo, ele encontra-se com um joelho em cada lado do meu tronco e as mãos sobre a minha cabeça.
"Estás a rir-te de quê?" pergunta, mordendo o lábio inferior. Oh deus, porquê? Porquê que me fazes isso? Aproximo a minha boca dos seus lábios e dou uma leve dentada no seu lábio inferior, fazendo-o admirar-se com o meu gesto e eu riu até não poder mais da sua cara de espanto. Ele deita-se ao meu lado e permanece a encarar-me enquanto brinca com uns cabelos que me caiam sobre o rosto.
"Tu vais fazer-me enlouquecer."
"Porquê?" pergunto inocentemente.
"Com esse teu jeito."
"Não respondeste à minha pergunta." reclamo
"Shhh" protesta " os teus lábios" diz passando dois dedos suavemente sobre os meus lábios "os teus olhos verdes, que me conquistam cada vez que pestanejas."
Sorrio e deixo um beijo leve nos seus dedos que continuavam a pousar sobre os meus lábios.
O seu polegar desce até à minha bochecha, acariciando-a lentamente. Fecho os olhos, e sinto os seus lábios beijarem o canto da minha boca antes de cair num sono profundo.

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