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Danielle pov

4 semanas depois

Neste tempo todo a minha mãe não arranjou maneira de contactar comigo, desde que mudei de número. Daí estar mais ou menos em paz. Desde aquela conversa com Cameron no elevador não falei mais com ele, agora apenas falo com ele sobre trabalho. Não quero dar-lhe a saber mais sobre a minha vida. Hoje tenho um jantar de negócios, espero que ele não me aborde sobre nada que eu não vá gostar. Sou sensível com o assunto da família e ele insiste sempre em tocar neste assunto. Estou à espera de Miriam, uma menina lá da empresa ficou de passar por cá para me dar boleia, devido a não saber onde fica o restaurante onde vamos jantar. Dou-me bem com ela e gosto da sua maneira de ser.
Sinto o meu telemóvel vibrar ao meu lado no sofá. Miriam a pedir-me para descer pois já tinha chegado. Apago o plasma, pego na minha bolsa e saio de casa. Já fora do apartamento, avisto o carro de Miriam e apresso-me a entrar nele.
"Hey lindona." cumprimenta-me. Ela é uma excelente pessoa, gostava de vir a tornar-me sua amiga, ela mostrou ser alguém de confiança. Mas não sei, não percebo nada de amizades. Nunca tive uma.
"Hey, estás linda." Miriam sabia vestir-se muito bem, já eu. Ela trazia vestido um lindo vestido preto brilhante e justo que lhe ficava pelo joelho juntamente com. uns sapatos que penso serem de agulha pretos. Eu apenas trazia um vestido cor salmão aborrecido, também pelo joelho e uns sapatos, não muito altos, brancos.
"Oh, cala-te. Tu estás muito mais." Sorri-lhe, mesmo sabendo que não, porque não estava. A viagem até ao restaurante foi comprida, nunca mais chegávamos e eu já começava a ficar aborrecida. Finalmente chegamos. O restaurante tinha um ar requintado e fino.
Miriam desliza para fora do carro e faz-me sinal para segui-la. Comparada com Miriam eu sou mesmo feia. Ela é tão linda e confiante, eu sou totalmente o oposto. Sinto os olhares postos em mim, mas acredito que não seja bem em mim mas sim em Miriam. Sinto-a parar, fazendo-me parar bruscamente atrás dela quase indo contra a mesma. Vejo o seu corpo desviar-se da minha frente e sentar-se numa cadeira perto do resto das pessoas. Avisto Cameron e aceno-lhe, fazendo-o desviar os olhos do meu corpo e sorrir-me. Miriam chama-me do seu lugar, para que me senta-se junto a ela e a Cameron. Impressionante é eu já não ter a mesma opinião sobre ele. Ele era extremamente irritante e eu não o suportava, mas agora penso que se passa-se mais tempo com ele até poderíamos ser amigos. Mas não quero misturar as coisas. Estão bem como estão, acho.
"Hey" cumprimenta-me assim que me sento a seu lado.
"Hey"
O jantar passou razoavelmente depressa, Cameron fartou-se de beber e eu penso que ele não conseguirá chegar sozinho a casa. Falo com Miriam e informo-lhe que vou com o meu vizinho irresponsável para casa.
Ela logo percebe, e percebo que veio mesmo a calhar, pois ela já tinha planos melhores.
Um dos corretores da empresa ajuda-me a colocar um Cameron muito alegre no lugar do pendura do seu carro. Dou a volta ao carro e entro no lugar do condutor. Durante a viagem sinto-o colocar a mão na minha coxa. Olho-o surpreendida. Que raio está ele a fazer? Ele mantém-se na mesma posição anterior sem nunca desviar o olhar para mim. Não quero dar muita importância porque ele está embriagado, mas nunca fiquei tão perto de um rapaz. Felizmente chegamos a casa rapidamente. Agora vem o difícil, tirá-lo da porcaria do carro e levá-lo lá para cima. Sai do lugar do condutor e dou a volta até à sua porta. Abro esta e estico a mão para que ele a agarra-se. Assim o foi. Tirá-lo do carro já está e até correu bem, fora as barbaridades que ele fartou-se de dizer. Senti-o cambaliar e agarrar-se à minha cintura, estremeço com a proximidade mas acabo por colaborar e com algum esforço levá-lo para dentro do elevador. Ouço o rir do nada e desvio o meu olhar para ele.
"Estás a rir-te de quê?"
"Engraçado, ficamos presos num elevador como este..." e desata a rir. Passou-se de vez.
Olho-o com uma sobrancelha levantada.
"E?"
"Estamos andar num, agora mesmo." mais risadas são ouvidas da parte dele. Mais vale ignorar, porque se não ele vai continuar a tagarelar e rir-se imenso. Por sorte não temos mais nenhuns vizinhos, e assim não corremos o risco de acordar algum. As portas do elevador abrem-se e eu ajudo-o a sair. Caminhamos até à frente da sua porta, espero que ele tire as chaves para fora mas ele não o faz.
"Então?"
"O quê?"
"As chaves otário. Onde estão?" pergunto segurando uma das minhas mãos à frente do seu tronco.
"Chaves? Eu não tenho nenhumas chaves, pensava que as tinhas" e desata a rir novamente. E o Cameron irritante voltou.
"Com licença." Procuro em tudo o que são bolsos e nada. Eu não acredito. Ainda vou ter de o levar para minha casa. Estou capaz de o esganar. Pego-lhe na mão como se ele fosse uma criança, e realmente é como se tem comportado esta noite, e levo-o para a frente da porta contrária.
Já farta desta situação toda, apresso-me a tirar as chaves da minha bolsa. Abro a porta e puxo-o pela manga do seu blazer para dentro de casa.
"Espera aqui, vou buscar algo para poderes ficar no sofá." Quando me ia embora sinto uma mão fazer-me recuar e bater contra o seu tronco. O que nos fez cair, pois mal ele se aguenta em pé, quanto mais comigo também. Fico estranhamente perto dele e tento levantar-me mas ele impede-me. Ele não diz nada, limita-se a perfurar-me através do olhar, pois é assim que me sinto quando ele me olha.
Sinto aproximar-se cada vez mais. Não gosto nada da proximidade em que os nossos lábios se encontram.

O que vai ele fazer?

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