Amanda Meirelles tem 34 anos e é médica intensivista, chefe de UTI no maior hospital particular do Rio de Janeiro. Renomada e reconhecida na sua área, a vida seguia nos eixos até que uma tragédia promove o reencontro com Antônio, dez anos depois.
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Eu estava noiva do Antônio há um ano e meio. Ele era sem dúvidas o amor da minha vida e a nossa química e cumplicidade era surreal.
Nos conhecemos há quase seis anos atrás em Salvador, e mantivemos um relacionamento à distância por quatro anos até que eu terminei a faculdade e transferi minha residência para o Rio de Janeiro, onde ele morava atualmente.
Nos casaríamos em dois dias e todo o casamento foi planejado nos mínimos detalhes. O meu vestido foi desenhado por um ateliê de alta costura especialmente para mim, todos os nossos amigos e família já estavam no Rio para o grande dia e eu estava no céu.
Eu estava grávida de seis semanas e apenas eu e Antônio sabíamos, eu queria esperar os três meses para contar para a nossa família e amigos, por segurança, já ele, queria gritar aos quatro ventos que seríamos papais.
Hoje era nossa despedida de solteiro, ele iria para uma boate com os amigos e eu para uma festa que a Lari organizou na casa dela.
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Estava pronta para sair quando ele veio por trás de mim e me abraçou antes de falar.
- Nada de beber meu amor - falou enfiando o rosto nos meus cabelos e depois beijando meu pescoço.
- Não sei como eu vou fazer isso sem levantar desconfiança, mas pode deixar - falei.
- A gente não pode dormir juntos hoje? Por favor - perguntou de novo.
- Não, eu já combinei com as meninas de dormir lá esses últimos dois dias - falei.
- Eu vou sentir saudades, te vejo em dois dias, no altar, não se atrase - falou manhoso.
- Não vou, eu vou ser a de branco. - brinquei.
- Nada vai me fazer mais feliz. - ele falou enquanto me dava mais um beijo.
A campainha tocou e ele foi atender, era o João, eles iriam juntos para a boate.
Eu e o João não éramos conhecidos por sermos bons amigos, mantinhamos uma relação cordial em respeito ao Antônio, bom, mais da minha parte, por que o João não fazia questão nenhuma de demonstrar que apenas me tolerava.
Ele era empresário do Antônio, e de certa forma me culpava pelas decisões que o Antônio tomava, inclusive as inúmeras recusas sobre ir morar em Miami. O João atribuía tudo isso à mim, e acreditava que morando fora, o Antônio já teria conquistado mil vezes mais do que morando no Brasil.
O que ele não aceitava é que eu sempre apoiava todas as decisões do Antônio, inclusive sempre conversava com ele tentando fazê-lo entender o quanto aquelas propostas mudariam a vida dele.
A decisão de não ir era unicamente do meu noivo.
A Lari interfonou avisando que estava lá em baixo me esperando, dei um último beijo no meu noivo, me despedi de João e desci.
