Estávamos em uma viagem, visitando a família da Amanda na Bahia. Sentado com o meu sogro tomando uma cerveja, olhava para areia observando a minha pequena sentada em uma enorme canga, passando protetor solar na Anna que estava à sua frente.
Elas estavam em algum papo divertido, que arrancava enormes gargalhadas das duas.
Quando terminou com o protetor solar, a Anna se jogou sobre a Amanda, que começou a fazer pequenas cócegas em sua barriga, até que elas levantaram juntas e correram em direção à água.
Depois de quase duas horas revezando entre a água e a areia, a Amanda recolheu os pertences e as duas vieram até onde estávamos.
- Papai, a mam.. a Amanda vai me levar pra tomar sorvete - a Anna falou e no mesmo momento saiu correndo em direção ao quiosque.
- Tá tudo bem? - perguntei pra Amanda que estava paralisada há alguns segundos.
- Ela... ela ia me chamar de mamãe - falou emocionada, com os olhos marejados.
Eu também estava emocionado. Um pouco preocupado em como a Amanda encararia isso, mas feliz da Anna enxergá-la com tanto amor.
Eu estava formulando o que ia dizer, quando a Amanda saiu andando atrás da Anna, que já estava uns dez metros à frente.
A relação das duas me emocionava muito, por que a Anna tinha na Amanda uma referência. Ela buscava todo o amor e segurança que uma mãe dedicava à um filho, e encontrava tudo isso e mais um pouco na relação que as duas construíram.
Dois dias depois, já de volta em casa Dindinho me convida para uma reunião no escritório.
- Isso só pode ser uma piada. Uma enorme piada de mal gosto - eu grito.
- É o que ele está pedindo. O contrato tem cláusulas que te asseguram o não pagamento da multa, mas ele está ameaçando levar o caso à polícia se você não concordar - Dindinho me explica alguns detalhes e eu quero socar ainda mais a cara do filho da puta do João.
- Três milhões. Sabe quando esse fodido vai ver mais um centavo do meu dinheiro?, nunca.
- Antônio, você precisa ser racional. Algumas questões podem te manter fora da liga profissional. Agressão é uma delas. Você sabe muito bem.
- Ele que tente então, mas do meu dinheiro ele não vai levar um centavo sequer. Ele fodeu com a minha vida por dez anos. Faturou muito durante todo esse tempo. Esse foi o último dinheiro que ele ganhou em cima de mim e, está louco se pensa que vai ganhar mais algum.
- Ok, é uma escolha sua, mas quero te alertar que provavelmente ele irá fazer uma denúncia pela agressão sofreu.
- Eu não ligo Dindinho.
Assinei toda a papelada que ele me passou e fui embora.
A Amanda estava finalizando um plantão de setenta e duas horas quando me enviou uma mensagem.
"Amor, você se importa se eu for pra casa hoje?, estou me sentindo um pouco estranha. Com muita dor de cabeça e cansaço."
Concordei e combinamos de nos ver no dia seguinte. Hoje eu estava com a Anna e sem babá, seria difícil ir dormir lá.
Dois dias depois, Pâmela, amiga da Amanda estava no Rio, e nos convida para um jantar, dizendo ter uma grande notícia pra nos dar.
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DocShoe - Sempre sua
FanficAmanda Meirelles tem 34 anos e é médica intensivista, chefe de UTI no maior hospital particular do Rio de Janeiro. Renomada e reconhecida na sua área, a vida seguia nos eixos até que uma tragédia promove o reencontro com Antônio, dez anos depois. An...