Magia do vento

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Na Inglaterra no começo do outono. Havia um vilarejo grande e lindo, repleto de casas abrigando grandes famílias que viviam tranquilamente, protegidas pelos caçadores de bruxas. Entretanto, havia uma pequena família de uma pequena garotinha e sua mãe, que eram de uma linhagem antiga de praticantes da bruxaria. A mãe da garota, nunca havia machucado ninguém, praticava tranquilamente sua magia e ensinava aos poucos a menina.

Nadesko era o sobrenome da família que tinha uma filha de 9 anos, chamada Mikaela. Uma garotinha com lindos cabelos curtos em tonalidade azul diamante e uma franja na lateral esquerda, com olhos azuis escuros como um oceano profundo e uma aura lindamente leve. Essa aparência era devido à prática do ritual para o vento que sua mãe fazia antes da garotinha nascer, era uma dança feita em todo começo de mês. Porém, os habitantes do vilarejo nunca haviam ligado e nem se questionado para o motivo da garota ser assim, já que era natural algumas crianças e adultos terem tonalidades de cabelos diferentes devido a cultura do local.

Infelizmente os dias de tranquilidade da família estavam contados, muitos boatos sem origem definida do começo sobre a prática dessa magia acabaram se espalhando por todo-o vilarejo, então os perseguidores das bruxas começaram a ir atrás de Emily e Mikaela. Mas tudo que falavam era obviamente mentira, rituais com animais eram o que mais dizia-se por aí mas, infelizmente, não tinha como se defender verbalmente. Fazendo com que a única opção das duas fosse tentar fugir do lugar.

O desespero e insegurança aumentaram drasticamente quando Emily soube que teria que sair de casa o mais rápido possível, por ser a única opção, mal conseguiram fazer as malas e tiveram que sair em uma noite escura e gelada sem falar nada pelo caminho, apenas acompanhadas pelos barulhos dos passos e de alguns animais, e a única coisa que iluminava aquele caminho escuro, era uma pequena lamparina.

Mikaela olhou para sua mãe enquanto saíam andando até a floresta, a garota estava confusa... Não sabia para onde sua mãe estava a levando e não entendia o preconceito dos outros com ambas, e mesmo sabendo que não era uma boa ideia perguntar e falar algo até estarem seguras, mas mesmo assim perguntou:

— Mãe, porque estamos saindo tão depressa de casa? - Estava quase atônita, não queria sair.. A mãe dela responde com sinceridade, olhando para ela com pesar.

— Quem não entende o desconhecido, evita saber se realmente é perigoso ou não, as pessoas são medrosas então escolhem o que é mais fácil, filha... — Continuava-andando enquanto falava com uma tristeza enorme na voz, sentia-se mal por deixar esse lugar e ter que levar a garotinha junto consigo.

A mãe continuou a andar até a entrada da floresta, as pernas de ambas já estavam cansadas, não haviam tido nenhuma pausa até o momento. Mas felizmente já estavam prestes a adentrar no local, então Emily parou e se ajoelhou em frente à garotinha, sorrindo docemente. Permaneceu em silêncio enquanto tirava algo de sua bolsa .

O que será? Um presente naquele momento? Talvez não fosse algo bom...


Mikaela pensava que sua mãe iria entregar, talvez fosse comida! A pequena estava com bastante fome, ambas saíram com tanta pressa que não tinham comido nada. estava um tanto confusa. A moça tirou-lhe um leque azul cristal como seus cabelos, que se assemelhava à uma borboleta feito em belas lâminas afiadas também em tom esbranquiçado. Então a mulher levantou o rosto com um sorriso quase melancólico e entregou nas mãos da menina.

— Caso eles nos encontrem ou te encontrem enquanto eu não estiver perto, use isso para te defender, se-estivermos longe não grite devido sua doença apenas corra para longe que te encontrarei.

A pequena apenas acenou com a cabeça concordando com oque a mãe falou e deu um grande abraço em Emily, após isso, voltaram a seguir em frente e na floresta escura, acompanhadas com os barulhos das corujas, uivar dos lobos e os sons das árvores. Quanto mais adentravam pelo local, mais Mikaela se sentia desconfortável de estar por lá, mesmo ao lado de sua mãe.

Algo parecia não estar certo.

Elas andavam e andavam, mas tudo parecia tão igual. Mesmo com a lamparina iluminando minimamente o local, aquele breu que parecia segui-las era horrível, e toda vez que Mikaela pisava em algum galho que fazia um barulho, era mais um susto que a menina levava.

Ambas só queriam estar em sua casa, no conforto das camas. Era um grande azar de tudo estar acontecendo tão rápido e tão de repente, a garotinha olhava para o céu, e a única coisa que a confortava, era ver as estrelas... Talvez a escuridão não era tão ruim por deixar as estrelas em destaque. Infelizmente, o medo era maior.

Quem Mikaela estava tentando enganar? Ela queria sumir daquele local e não queria estar lá.

A Bruxa com Cabelos de DiamanteOnde histórias criam vida. Descubra agora