A cabana

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Quanto mais andavam na floresta mais alto os barulhos ficavam, o galhos caídos no chão quebravam lentamente a cada passo, e havia várias folhas espalhadas no chão, mas não era de uma forma normal... Algumas com marcas de sapatos. então Emily olhou para cima e para os lados, mas mal conseguiu ver se tinha acontecido algo para ter ficado daquela forma e muito menos ver alguém por perto.

Então seguiu o caminho apertando a mão de Mikaela que ainda estava com medo do que tinha no meio da floresta a noite, nunca tinha ido tão adentro de lá nem para brincar, era assustador apenas enxergar o que a lamparina permitia. Além dos ventos frios que a menina sentia movendo seus cabelos e tocando em sua pele.

Era assustador.

Foram duas horas de caminhada, mal pararam para descansar e quando pararam era para trocar a vela da lamparina que estava prestes a apagar, Mikaela e Emily já estavam totalmente cansadas, nenhuma das duas aguentava mais andar.

Mikaela olhava para sua mãe com uma face triste e logo depois olhou para o caminho que ainda tinham que percorrer, então ela falou:

— Falta muito? Para onde estamos indo?

A sua mãe olhou para a garota e fez carinho em sua cabeça e sorriu suavemente respondeu carinhosamente a pergunta da garota:

— Não falta muito meu amor, nosso destino é uma pequena cabana na floresta.

Mikaela abaixou a cabeça e continuou a andar ao lado de sua mãe até o destino que a mulher tinha falado sobre, demorou mais trinta minutos até lá. Mas finalmente chegaram na cabana... Naquela escuridão não dava para ver muito bem o lado de fora, mas ao chegar perto, dava para ver a madeira escura que foi utilizada para construir a cabana, e então passaram pela porta. Ao olhar para a parte de dentro da casa, já deu para perceber que ela era pequena e sem muitos móveis, o tipo de madeira que era feita não era a das mais resistentes, não havia tanto espaço mas era aconchegante.

Tinha apenas quatro cômodos, uma cozinha, banheiro, um quarto com duas camas e um pequeno lugar onde havia estantes de livros aparentemente muito antigos.

Mikaela se aproximou da estante e começou a olhar para as lombadas dos livros que pareciam estar bem desgastadas, com toda certeza eram muito antigos e já foram lidos várias vezes para estarem naquele estado, ou simplesmente foi o tempo que deixou eles daquele estado. Tinha uma pequena estante com livros de feitiços e rituais e outra que contava sobre deuses antigos, porém um livro chamou a atenção da garota.

A capa era um tom roxo já desgastado e com alguns rasgos na lateral, na parte de trás não tinha o conteúdo que se dizia no livro mas tinha detalhes em azul eram desenhos que a mesma nunca tinha visto até o momento. Sua parte da frente não tinha título só mais símbolos, parecia algum tipo de diário antigo então ela abriu o livro curiosa e se deparou com escritas e anotações sobre testes e criação de feitiços, logo foi correndo até a cozinha mostrar o que tinha encontrado para sua mãe.

— Mãe, achei este livro na estante de feitiços, mas ele não tem nome era da antiga pessoa que morava aqui?

A mãe da garota pegou o livro e olhou o conteúdo que tinha dentro e então respondeu:


— Esta casa era de seu pai antes de nos conhecermos, provavelmente são antigas as anotações que ele deve ter esquecido a anos atrás...

— Se essa casa era do papai, por que nunca vivemos por aqui?

— Às vezes aparecem alguns caçadores e perseguidores rondando por aqui. Não iremos ficar por aqui por muito tempo Mikaela... Vamos embora logo quando possível...

A garota acenou com a cabeça, mas logo voltou para o assunto do livro.

— Posso ficar com ele então? Me parece importante e só de saber que pode ser do papai me faz ter muito interesse nele.

— Claro que pode querida, só tome cuidado, deixe-me tirar a poeira do livro.

Mikaela entregou o livro para Emily, a mulher passou um pano tirando a poeira do objeto e então entregou o livro de volta para a garota que logo saiu andando para o quarto e sentou-se na cama perto da janela onde começou a ler sobre os feitiços e anotações antigas.

A pequena não entendia muito sobre isso, o único contato que tinha com a magia era quando ficava olhando para mãe fazendo os feitiços, ainda não tinha idade para praticar. Mas já tinha consciência que algum dia iria despertar o elemento ar quando for mais velha, mas sua mãe disse que estava bem perto de despertar.

A menina nunca conheceu muito o seu pai, morreu quando a mesma tinha três anos pela sua doença na garganta que a família carrega há muitos anos. Quase ninguém tem conhecimento sobre, mas a pessoa que sofre disso tem sangramentos constantes da garganta e caso grite ou fale alto pode piorar e acabar indo para estado grave... Infelizmente a menina acabou tendo a mesma doença de seu pai, sempre evitando gritar e recebendo os cuidados de sua mãe. Essa doença nunca fez uma diferença tão grande.

A garota acabou dormindo depois de ler por um longo tempo. E acabou sonhando com um animal que tinha aparência de um coelho que flutuava pelo local, a garota não entendeu, mas seguiu o animal até uma floresta que parecia estar no outono, pela coloração das folhas dava para perceber isso. O caminho que percorreram parecia o mesmo que a mãe da menina a levou, mas com alguns desvios, parecia uma espécie de atalho.

O coelho chegou a uma árvore que tinha os mesmos símbolos que ela tinha visto no livro, Mikaela estendeu a sua mão para tocar na árvore mas acabou acordando. levantou-se e olhou pela janela, tendo uma visão melhor da floresta a luz do sol pela manhã. Mas logo Emily a chamou para comer o café da manhã, mas antes de ir, Mikaela anotou o sonho em um caderno para não esquecer e foi correndo até a cozinha.

A Bruxa com Cabelos de DiamanteOnde histórias criam vida. Descubra agora