Quando conheci MB, achei que soubesse o que era o vício.
Eu dizia para mim mesma: preciso parar de pensar em MB, estou viciada em MB...
Mas o vício é mais do que o prazer de ter o que se deseja.
É a antecipação, é o próprio desejo.
Eu desejava estar com MB, eu queria que ele me olhasse - queria estar sob os holofotes daqueles olhos misteriosos e ser o motivo daquele sorriso. Não o Sorriso Irônico, o Sorriso Verdadeiro. Aquele que ele guarda só para pessoas especiais.
Quando MB me enxergou pela primeira vez, eu quis que ele me admirasse um pouco mais.
E achei que isso era um vício.
Mas o vício não é só isso.
É mais do querer, é precisar.
E o imperativo de precisar é o tempo.
Não depois, agora.
Quando MB me tocou pela primeira vez, eu quis que fosse para sempre.
Mas para sempre não é o objeto do vício.
O vício exige mais que o para sempre.
Para sempre é longo, feliz e bonito.
O vício não quer você feliz e satisfeito.
Ele exige tudo o que você tem.
O tempo todo.
O tempo todo parece muito tempo, mas não é.
O tempo todo é curto, ansioso e frenético.
É viciante.
O vício acelera o tempo, transforma tudo em passado ou em futuro.
Não existe mais o presente.
Ele te prende em uma busca eterna: seus prisioneiros mal saciam suas vontades e já anseiam por mais.
Nessa prisão, o MB de antes não é mais o MB de agora.
O MB de antes era simples, bonito e me deixava feliz.
O de agora é complicado, feio e o que eu sinto está longe de ser felicidade.
Mas o MB de agora me deixa ansiosa por mais.
Frenética.
Inquieta.
Eu preciso agora.
Eu preciso o tempo todo.
Pegue tudo o que você quiser, eu disse a ele.
Só me dê mais.
Agora.
E ele pegou.
E não restou mais nada.
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Por tudo o que você fez | Degustação
RomanceLetícia jurou para si mesma que vingaria a morte da irmã. Anos depois da tragédia, ela está de volta à sua cidade natal com apenas um objetivo: destruir a vida do responsável pela morte de Cecília. Com passos calculados, ela se infiltra na empresa d...