Seventeen

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Pov's Isabella Melina

Londres Inglaterra

Depois que o Mason foi embora cedo para o treino eu ainda me permiti ficar um tempinho a mais na cama, mas não passou de vinte minutos, me ligaram do hospital e eu tive que ir, emergência.

E hoje a cidade voltou ao normal, com bastante movimentação, comércios em geral aberto e o trânsito um pouquinho devagar. Demorou mas eu consegui chegar no hospital, subi direto pra minha sala, deixei minhas coisas e corri, literalmente, para a unidade de tratamento intensivo, fiz todo o processo de preparação e a enfermeira da Sophie me ajudou, na verdade quando eu entrei no quarto do meu paciente a Sophie já tinha feito tudo, realizado todo o socorro e segurava as duas pás do desfibrilador, ela respirava ofegante.

- Hora do óbito às 09:32. - O médico que acompanhava a Sophie disse e eu parei do outro lado da maca, parei literalmente, nem pisquei, travei.

Que droga, eu me senti a pessoa mais inútil do mundo agora, cheguei tarde e não consegui fazer nada a não ser me frustrar e me culpar.

- O quadro dele sofreu alterações durante a madrugada, conseguimos manter ele estável por algumas horas, mas ele sofreu uma parada cardiorrespiratória. - Sophie me dando a pior notícia que eu poderia receber nessas horas da manhã.

Eu nem respondi, apenas me mantive igual estátua, respirando fundo e me xingando mentalmente.

- Se precisar de ajuda, eu vou estar aqui o dia inteiro. - Sophie sempre tão prestativa, ela entregou as pás para o assistente dela.

Minha amiga loira também ficou frustrada.

- Valeu. - Nessa altura eu já tinha deixado escapar algumas lágrimas finas.

Meu coração ficou tão apertado ao ver o estado em que o meu jovem paciente se encontra, uma vida tão curta já ter chegado ao fim. Sophie não disse mais nada e saiu, me deixando sozinha com a enfermeira dela ao lado, que segurava o prontuário e fazia anotações, enquanto o outro médico assistente fazia o trabalho dele também.

Eu por outro lado fiquei tão perdida que desaprendi até como seguir o processo sequencial depois de um óbito, na verdade eu nem consegui fazer nada, todos sabiam o duro que eu dei durante as duas semanas em que ele ficou aqui, me empenhei e me desdobrei em 110%, prometi até pra mim mesma que iria salvar ele, até porque a situação dele não era tão grave, mas com o passar do tempo fomos descobrindo algumas complicações e assim a nossa equipe de especialistas foi aumentando, mas na hora do último suspiro dele estava a Sophie, que é ginecologista e não tinha envolvimento algum nisso, que louco.

Me mantive parada durante todo o tempo,  apenas assenti quando me perguntaram se já podiam desligar e retirar todos os fios de aparelho que estavam interligados ao meu paciente. A primeira vez que me senti como estou me sentindo agora foi quando perdi o meu primeiro paciente, que na época eu quis até desistir da medicina, e agora novamente está sendo pesado, duro demais.

- Já terminamos. - A enfermeira assistente da Sophie é um amor.

Balancei a cabeça.

- Obrigada... Me dêem um minuto, por favor. - Pedi a ela que assentiu, apenas.

Todos saíram e eu fiquei sozinha, fui até a maca e toquei no rosto do meu paciente, ainda estava quente o corpo, me permiti chorar como já não acontecia a muito tempo tempo, ele era um paciente especial pra mim, tem apenas 14 anos e é meu paciente desde que cheguei aqui, a princípio foi apenas uma arritmia que eu notei durante uma consulta, solicitei exames e descobri que o problema dele era mais sério do que eu imaginava, depois envolvi um especialista ideal e trabalhamos juntos, e assim diagnosticando cardiomiopatia, a solução seria uma cirurgia pra implantar um marcapasso, mas para a nossa, exclusivamente minha infelicidade ele adoeceu, contraiu um vírus respiratório no entanto grave e tive que abrir internação para um tratamento mais cuidadoso, porém, tudo começou se agravar a ponto de ele parar na UTI e estávamos tentando manter ele estável a ponto de aguentar uma cirurgia, mas não conseguimos.

My Better Half 💙 Mason Mount Onde histórias criam vida. Descubra agora